sexta-feira, 6 de setembro de 2013

ROTA DAS EMOÇÕES - Paracuru a Mundaú

PARACURU – MUNDAÚ

02/09/2013 – segunda-feira.


A previsão do segundo dia, pela planilha que elaborei, era pernoitar em Icaraizindo de Amontada, outra de tantas praias maravilhosas do caminho. Mas de novo precisaríamos de uma boa maré.

Um imprevisto com a bicicleta do Donato, que estava com um raio quebrado, justamente da roda de trás, e junto às catracas, quando o reparo é mais difícil, pois há necessidade de chave própria para tirá-lo, atrasou um pouco a saída. Como estávamos na cidade, ele aproveitou para consertar numa bicicletaria. O habilidoso mecânico, muito rápido, fez o serviço, e para surpresa do Donato, quando este perguntou o preço, ele respondeu: - R$ 3,00. Talvez isto sirva de lição para as nossas lojas de Curitiba, que cobram caro para todos os serviços. Nem vou citar preços aqui, para não assustar aqueles que não costumam pedalar e cuidar das bicicletas.

Até Lagoinha, pela praia, são 10 km, mas tem a barra do rio Curu, que impede a passagem, e não tem balsa. Pela estrada de piçarra e depois asfalto, meio a meio, são 30 km. “Prejuízo” de 20 km. Talvez não precise nem dizer, mas o calor é forte desde manhã cedo, e chegamos pouco mais das onze horas em Lagoinha. Antes fizemos uma pequena parada para hidratação numa outra vila, de nome Poço Doce, onde nos abrigamos do sol embaixo de árvores baixas, mas frondosas, e que ficava junto a uma casa de um pessoal muito hospitaleiro.

A estrada de piçarra acaba em Paraipaba, logo depois de cruzarmos a ponte sobre o rio Curu. Nessa cidade paramos para um gostoso sorvete, e breve descanso. Pegamos o asfalto e retornamos rumo ao litoral. No total até Logoinha foram 30 km. Passei com o grupo na Pousada que deveríamos pernoitar na primeira noite, apenas para pedir desculpas, já que havia avisado, por telefone, dias antes, que nos abrigaríamos lá, como de outras vezes. Descemos até a praia, isto porque a vila fica no alto, como numa falésia. Antes deslumbramos uma bela vista da linda praia, através de um mirante.
Já à beira da praia, preparados para seguir pelas areias, percebemos que seria melhor almoçarmos, mesmo porque seriam muitos quilômetros, com perrengues à vista, sem poder contar com restaurantes. Fomos até a barraca do Dude, famosa por ter como referência uma bandeira do Brasil colocada na areia, e também, é claro, pelo bom atendimento e ótima comida. Combinamos de não demorar muito, porque a maré estava subindo.

Alguns se deliciaram pela primeira vez em suas vidas, com uma bela de uma lagosta, e a preços muito baixos (R$ 30,00 p/ 2 pessoas). Segundo o pessoal da barraca, os estrangeiros estão sem muito dinheiro, e tem lagosta de sobra, já que a produção sempre foi direcionada para exportação; eles pouco pescam. Outros do grupo ficaram mesmo no PF de baião de dois e peixe.

Voltamos para pedalar na areia da praia. Novamente a preocupação com a maré; deveríamos atravessar rio e ela estava subindo. Cerca de 5 km à frente veio o obstáculo. Tentei passar perto da arrebentação das ondas, sem a bicicleta, para ver se tinha pé, enquanto o Neimar seguia para o lado esquerdo, procurando melhor sorte. Há uma cabana na região, de moradores, pescadores, e que eventualmente transportam com balsas os veículos que desejam atravessar o rio. Fizemos isso; foi bem mais seguro.

Mais alguns kms, já com a maré apertando, chegamos a Guajirú, no Município do Trairí (cuja sede fica para o interior). Lá foi possível deixar a areia e seguir primeiro por calçamento e depois asfalto até Mundaú (33 km). No caminho ainda cruzamos pelas praias de Flexeiras e Embuaca.

Chegamos ao por do sol, e o contemplamos junto à praia. Na vila cruzamos com mulheres rendeiras de bilro, despertando a curiosidade da turma. Na praça principal encontramos a Pousada do senhor Juraci, que nos acolheu muito bem, inclusive preparando nosso jantar; um belo ensopado de peixe (peixada), prato típico do Ceará.

Como curiosidade, fica a situação observada por nós, com relação à turminha de crianças que se divertia jogando bola numa quadra esportiva em frente à Pousada. Logo pararam quando nos viram, pois o interesse os despertou, e vieram conversar conosco. Após algumas brincadeiras, observamos que a maioria deles calçava apenas um pé de tênis. Perguntado, responderam: - Essa é a nossa regra. Só poderemos usar os dois pés em dia de torneio (???!!!!).

Fechamos o dia em 65 km.

Deixando Paracuru

Moça bonita na janela

Sobre a ponte do rio Curu


Este sou eu, o Sergio

Esta é a linda Lagoinha







Mundaú

3 comentários:

  1. Essas aventuras do meu pai são demais!!! Emocionei ao ler sobre as crianças!!! Em qualquer lugar são tão criativas!!!

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  2. É, filha. Em todo o nosso caminho fomos muito bem acolhidos, principalmente, pelas crianças!

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  3. O Donato disse bem, "Em todo o nosso caminho fomos muito bem acolhidos, principalmente, pelas crianças!" sempre querendo nos ajudar e a dar informações sem a gente perguntar.

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