quarta-feira, 8 de maio de 2013

ROTA DOS TROPEIROS


ROTA DOS TROPEIROS

Desta vez preferimos o “quintal de casa”, como diz o amigo Heron Mathoso. Há tempos tenho pensado no quão importante seria, termos no Paraná, uma rota ciclo turística, tal e qual “Estrada Real”, “Circuito Vale Europeu”, “Caminho dos Anjos”, “Caminho da Fé”, etc... Estou disposto a ser um dos incentivadores, mas para concretizar, além de muito apoio, preciso conhecer melhor essas paragens.

O Caminho dos Tropeiros, ou Rota dos Tropeiros, foi uma importante ligação entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, pois os tropeiros levavam mulas e outros produtos, desde Viamão até Sorocaba. Isto ocorreu desde o início do século XVIII até o início do século XX. No Paraná, o caminho passava por Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Porto Amazonas, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Sengés. Outras cidades, de alguma forma, participavam, como Tibagi, Arapoti, BalsaNova, Telemaco Borba, Campo Largo, etc.

Já pedalei pela região de Rio Negro, Lapa, Ponta Grossa e Castro, agora irei conhecer melhor, de bicicleta, as outras regiões. A Carmo topou a parada, e assim partimos nesta quarta-feira, dia 8 de maio de 2013, rumo à região de Palmeira, via Lapa e Porto Amazonas.

Pelo que eu já conheço, e ainda pelo relato de amigos, ou verificando mapas e o Google earth, percebi que existe muito mais que história na Rota dos Tropeiros, são diversas as atrações do caminho, como Vila Velha, Buraco do Padre, Canyon Guartelá e diversas cachoeiras espalhadas por esse rincão.
Partimos tarde de Curitiba, por volta das dez da manhã, coisa que não se faz quando em viagens de ciclo turismo, mas tivemos alguns contra tempos e, enfim, isso acontece. Depois de 67 km chegamos à histórica cidade da Lapa. A ideia era de visitar novamente a cidade, mas o atraso na saída fez com que apenas almoçássemos por lá. É muito importante permanecer por algum tempo na cidade, e conhecer o museu, o teatro e tantos outros locais.

O surgimento da Lapa está atrelado ao do tropeirismo, no início do século XVIII, quando os Campos Gerais e Curitiba passaram a ser ocupados com fazendas para criatórios e invernagem de gado. Com a abertura do Caminho dos Conventos, em 1733, estabeleceu-se a passagem de muitas tropas vindas do sul e várias pessoas se fixaram nestas passagens com o intuito de trabalhar de alguma forma na nova atividade. Com o passar do tempo novas atividades econômicas surgiram no local, como os criatórios de gado lanígero, engenhos de soque de erva mate, produção de milho, feijão e fumo. 

Finalmente, em 7 de março de 1872, o povoado foi desmembrado de Curitiba e emancipado como município e cidade com a denominação de Lapa.
 

A cidade foi palco do significativo episódio ocorrido durante a Revolução Federalista, em 1894, conhecido como o Cerco da Lapa. Sitiada pelas tropas de Gumercindo Saraiva resistiu bravamente o tempo necessário para a recomposição das tropas legalistas. Lapa guarda um dos maiores patrimônios culturais e arquitetônicos do Paraná. Tem muitas histórias, lendas e tradições.
(fonte: rotadostropeiros.com.br)

“A Cidade da Lapa originou-se de um pequeno povoado às margens da antiga estrada da mata – uma parte do histórico caminho que ligava Viamão (RS) a Sorocaba (SP). Um desses conhecidos "pousos" dos tropeiros recebeu a denominação de Capão Alto, no ano de 1731, quando a capitania de São Paulo resolveu criar um registro para cobrança de pedágio de gado que transitava à margem do Rio Iguaçu. A Lapa ficou conhecida como Registro, embora fosse Capão Alto o nome original.
Passaram-se 239 anos e outras denominações até o nome Lapa.
Conheça um pouco mais da sua história e o que a Cidade Legendária, como a Lapa é conhecida, tem a oferecer. Cidade rica em turismo histórico, cultural e religioso, como a famosa Gruta do Monge. O município possui a quarta maior área territorial do Paraná, possui grande potencial turístico, tem um grande potencial agropastoril, sendo o maior produtor de fruta de caroço do Estado.
Destaca-se pela produção de produtos orgânicos e caseiros.
A gastronomia lapeana, rústica e farta, recebeu influência do movimento tropeirista, onde se destacam como pratos principais: Arroz carreteiro; Virado de feijão; Leitão a pururuca; Bisteca de porco; Churrasco; Quirera; Farofa; Salada mista. É um misto da gastronomia gaúcha (RS) e mineira (MG).
A cidade possui monumentos como: General Gomes Carneiro - Localizado na Praça General Carneiro, a estátua em bronze, de autoria do escultor João Turim, erigida em 1928 é uma homenagem ao comandante da resistência ao Cerco Federalista da Lapa. Hippólyto de Araujo - Localizado na Praça General Carneiro o busto em bronze de autoria de Oswald Lopes, datado de 1957 é uma homenagem ao Embaixador - Glória da Diplomacia Brasileira e fundador do Hospital Fundação Hippólyto e Amelhia Alves D'Araújo. Monumento ao Expdicionário - Situado na Alameda David Carneiro, junto à casa da Câmara e Cadeia, o monumento é uma homenagem aos 80 expedicionários lapianos da 2a. Guerra Mundial. Painel - Localizado na Praça Joaquim Lacerda em frente à Casa da Memória e ao lado do Panteon dos Heroes, inaugurado em 1991 é composto por 9 placas em bronze de 0,60 m x 1,00 m, homenageando personagens lapianos que se destacaram na história em âmbito local, nacional e internacional. Receberam a homenagem: Ubaldyno do Amaral; Joâo Cândido Ferreira; Dr. Manoel Pedro Santos Lima; Joaquim de Almeida Faria Sobrinho, Barão dos Campos Gerais; Victor Ferreira do Amaral; Joaquim Rezende Correa de Lacerda, o Embaixador Hippólyto de Araújo e Ney Braga. Planta da Cidade - Localizada ao lado esquerdo do Panteon dos Heroes, em local aberto, encontra-se uma placa comemorativa do cinqüentenário do "Cerco da Lapa" intitulada "Planta da Cidade da Lapa durante o memorável cerco de vinte e seis dias - 1894". Essa placa em bronze de 1,40 m de largura x 2,00 m de altura, em base de pedras de arenito contém quadro explicativo onde traz antigas e atuais denominações e as localidades onde aconteceram as principais batalhas. Placa de Descrição do Cerco da Lapa - Localizada ao lado direito do Panteon dos Heroes, em local aberto, encontra-se uma placa contendo a descrição do Cerco da Lapa pelo Coronel Líbero Guimarães, intitulada "O Episódio do Cerco da Lapa em 1894".
Há ainda quatro museus: Museu do Tropeiro, Museu Casa Lacerda, Museu Histórico e o destaque, Casa da Mâmara e Cadeia - Museu das Armas - Localizada na Alameda David Carneiro, acesso a pé ou de carro permite visitas durante toda a semana das 9:00 às 17 horas. Possui livro de registro e permite-se o uso de máquina fotográfica. Foi a primeira casa de detenção da cidade, construída na metade do século XIX e inaugurada em 1.868. O Plano para a construção da obra de cadeia foi feito em 1839, mas somente onze anos mais tarde, em 1848 foi dado início à obra, que foi inaugurada quase trinta anos após a sua edificação.
Há ainda passeios históricos, passeios religiosos e roteiros de 2 dias/1 noite, onde é possível conhecer os principais atrativos da cidade, saborear a gastronomia típica, entre outras atividades.” ( fonte: ecoviagem.uol.com)





Deixamos a Lapa por volta das três horas, e seguimos por estrada pavimentada, ainda sob a concessão da “Caminhos do Paraná”. Asfalto perfeito e acostamento também, embora tivesse a metade do normal. Depois de altos e baixos, mais 35 km, chegamos a Porto Amazonas, que fica à margem do rio Iguaçú; era 17h20. Queríamos pernoitar em Palmeira, mas de novo, em função do atraso, preferimos ficar por lá mesmo. O Edge 200 deu tilt, perdi a altimetria.

Infelizmente a cidade não tem muita estrutura. Há apenas um Hotel/Restaurante em frente à praça principal, e uma Pousada, na Fazenda Santa Helena, porém distante 5 km do centro, em estrada de chão. Ficamos na central mesmo, mas é extremamente simples; não tem sequer nome, ao custo de R$ 20,00 por pessoa. Daí minha preocupação com o roteiro... Numa lanchonete da rua principal, num início de noite a sete graus, fomos fazer um lanche e lá encontramos o proprietário Marco Aurélio, que ficou bastante interessado com a possibilidade de incrementarmos o turismo; disse que realmente falta infraestrutura na cidade, mas ele acredita ser importante atrair turistas para região; todos ganham. Ele tem seus próprios sonhos para o futuro, com relação ao assunto.

No final do século XVIII e início do século XIX, Porto Amazonas foi passagem das tropas vindas da região sul, o local era chamado de Caiacanga. No final de 1870, o Senhor Amazonas de Araújo Marcondes (pioneiro da navegação fluvial do Paraná), organizou uma empresa de transporte fluvial, a primeira a cortar as águas do Rio Iguaçu. O Coronel tornou-se um semeador do progresso do vale do Rio Iguaçu e fundador de várias cidades, como Porto Amazonas. 

Paralelamente a navegação que estava crescendo em ritmo acelerado, surgia à ferrovia que encurtava os caminhos e facilitava a comunicação com outras localidades.
 

Porto Amazonas se tornou conhecida como a Terra da Maça, pois é o 2º maior município produtor do Paraná. Há 18 anos acontece a tradicional Festa da Maçã na cidade, um evento que atrai visitantes de diversas regiões.
(fonte: rotadostropeiros.com.br)



Portal de Araucária




"Serrinha", perto da Lapa








Rio Iguaçú, em Porto Amazonas

10 comentários:

  1. Parabéns por mais essa viagem Sérgio e Carmo. A idéia do roteiro cicloturístico no Paraná é urgente e necessária, pois opções não faltam. Abraços aos dois amigos.

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  2. Obrigado Roberto Coelho. Precisamos do envolvimento de todos para isso. Não só ciclistas, mas também autoridades, empresários, comerciantes, etc. Acho que não sou o pai da ideia, porém acho necessário conhecer as cidades e suas infraestruturas, além dos atrativos. Abraços

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    1. Beleza Rogério. Obrigado. É muito bom estar na estrada, curtindo a vida de bicicleta... Abraços.

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  4. Muito bom Sergio e Carmo. Belas paisagens e aqui perto de Curitiba. Abraços ao casal.

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    1. Paisagens belas e muita história Sergio. Obrigado por curtir nossa nova aventua. Abraços

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  5. Força no pedal e que todos tenham consciência da necessidade da bicicleta para um mundo melhor. Abraços amigos Sérgio e Carmo.

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    1. Obrigado amigo Heron. Estamos no "quintal de casa" com muita coisa bonita e muita história. Abraços

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  6. Que belo passeio. Alias, foram as ultimas semanas mais bonitas de inverno que não via a um bom tempo. E vcs aproveitaram muito bem, ficaram ótima as fotos.

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  7. É isto mesmo. Muito sol e agora com menos frio. Ideal para pedalar, apesar de algum vento contra chatinho. Cenas maravilhosas e muitas histórias pelo caminho.Abraços

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