sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

EXPEDIÇÃO ATACAMA, Deserto da Bolívia e Chile (Salar de Uyuni e San Pedro de Atacama)

EXPEDIÇÃO ATACAMA


Deserto do Atacama - Bolívia e Chile

Todo fim de ano, eu e a Maria do Carmo, minha esposa, temos feito viagem de cicloturismo, inclusive já publiquei aqui algumas delas. 

Final de 2016, inclusive, levamos 9 amigos para passear na região dos 7 povos das Missões, no RS, e também em algumas reduções indígenas (ruínas) da Argentina e Paraguai. 

Pois bem, este final de ano de 2017 não foi diferente, e fomos para estrada. Só que desta vez ao invés de organizar, resolvemos aceitar o convite do casal Emerson e Silvia Floriani, para dar uma circulada de bicicleta pela Bolívia e Chile. 
A expedição contou com mais seis pessoas: Sandra, Bete, Maciel, Sevilha, Marco Antonio e o Borboleta (que levou sua motocicleta).

Momento da partida
O casal Emerson e Silvia preparou tudo, inclusive comprando uma Van Kia Besta usada, que reformaram, deixando-a pronta para enfrentar as grandes dificuldades que seriam depois confirmadas, nas grandes altitudes da Bolívia e Chile, com estradas de terra, ar seco, subidas íngremes, etc...

Dividimos pelos participantes as despesas com combustível, pedágio, alimentos e outras coisas variadas. Todos levaram suas barracas para acampamento, e, portanto, na maioria das vezes dormimos em camping, inclusive selvagem, preparando nossas próprias refeições, estabelecendo tarefas para cada dupla.

O programa principal envolvia justamente cruzar o maior deserto de sal do mundo, de bicicleta, o Salar de Uyuni, na Bolívia, até San Pedro de Atacama, no Chile.

Para isso teríamos que passar por parte da Argentina, e a opção foi a de seguir por Foz do Iguaçú, e descer a Argentina pela região das Missiones. De lá cruzamos os Pampas del Infierno, sentido Jujuy, na província de Salta, passando por Corrientes e Resistência.

Partimos dia 25 de dezembro, no final da tarde. Revezamos na direção, parando praticamente de duzentos em duzentos quilômetros, até chegarmos a Resistência, onde pernoitamos num Camping público. Era final do dia 26 de dezembro. Fizemos uma linguiçada numa das churrasqueiras do local.






Confesso que a experiência não foi das melhores. Não necessariamente pelo fato de dormir em barraca, até porque a minha e da Carmo tinha até colchão inflável, de certa forma confortável, mas pela barulheira que alguns usuários do local fizeram (que não acampavam ali), e que perdurou madrugada afora. 

Como era um local público, muito embora tenhamos pagado uma pequena taxa, a frequencia de moradores era regular, o que nos deixou preocupado com a segurança. Alguns dos nossos montaram guarda fora das barracas, em revezamento.


Era hora de chegar mais perto da Bolívia, e dormimos mais uma noite na Argentina, nas imediações da cidade de Jujuy, cerca de 850 de Resistência. Começou por ali a subida para uma altitude maior.


Hora da boia no restaurante do camping (logo passaríamos a comer apenas o que preparávamos)

Enfim arrumamos cedo nossas coisas, logo depois do café, e seguimos rumo à divisa da Argentina com a Bolívia. O Borboleta desembarcou sua moto, que até ali vinha na carreta junto com as bicicletas, e passou a pilotá-la. O caminho é maravilhoso, e paramos algumas vezes para apreciar a paisagem e esticar as pernas; uma lhama e algumas vicunhas deram o ar da graça...








"banheiro" público
Tão deserto que deu para fazer brincadeiras...

Paisagens maravilhosas

Borboleta e sua motoca



Lhama 

Folgada essa Lhama; acho que queria comida. Sorte que não cuspiu na gente, rs.

Vicunhas (elas andam soltas; são silvestres, ao contrário das lhamas, que são criadas)













Fronteira Argentina/Bolívia


Foi em La Quiaca que fizemos a passagem. Muita burocracia e perdemos muito tempo com a documentação. Ficamos sem cambiar moeda boliviana, o que nos trouxe um pouco de problemas mais à frente.




Muita burocracia e paciência para esperar duas horas









Villazón

Infelizmente vimos muita pobreza naquela região de fronteira. Na Bolívia, atravessando o rio, fica a cidade de Villazón.





Primeiro pedágio da Bolívia (não tínhamos dinheiro local para pagar, hehe; o Borboleta voltou a Villazón cambiar)


A pretensão era de chegar ainda naquele dia a Uyuni, mas ao chegarmos à cidade de Tupiza, percebemos que o melhor a fazer seria dormir por lá, e enfrentar a subida até o Salar no dia seguinte.
Tupiza
Tupiza







Grande desafio subir até o Salar, principalmente em função das péssimas condições de uma parte da estrada, em fase de asfaltamento, considerando o peso que nossa Van levava em seu interior e na carreta.

Depois de várias alternativas estudadas e discutidas, apresentadas até por "locais" consultados, para chegar a Uyuni, o Emerson resolveu pegar uma estrada asfaltada até a cidade de Potosi, capital da região do mesmo nome, e de lá atingir o Salar, aumentando em 200 km a viagem (dobrando, portanto), mas garantindo a segurança de todos.

De qualquer forma não foi tão fácil a subida, sendo inclusive demorada. Tivemos problema com uma das rodas da carreta que se soltou, e depois um pequeno trecho de terra (desvio), perto de Potosi. De lá até Uyuni foram muitas subidas e descidas, numa verdadeira gangorra de centenas de metros. A elevada altitude prejudica em muito a potência do motor, ainda mais com aquela carga...

Vista de Potosi

Cercanias de Potosi




O resultado é que somente de noite chegamos a Uyuni, local onde começaríamos a verdadeira jornada de bicicleta.

Hostal de Uyuni
Pela manhã, bem cedo, o Emerson e a Silvia foram de moto até a entrada do Salar, aproximadamente 20 km, para saber das condições para o pedal. É sabido que quando chove, forma-se um barro praticamente intransponível para se pedalar.

Voltaram pouco depois das oito da manhã, informando que seria melhor seguirmos embarcados e não pedalando, fato que viria a acontecer depois de atravessar um pequeno trecho encharcado (choveu na região nos dias anteriores).

Assim mesmo, foram praticamente 70 km percorrendo o Salar. Sensacional! Nem todos quiseram ou puderam fazer o trecho completo, pois a altitude provocou indisposição. A sensação de estar lá, com aquele visual, sem ou pouca orientação espacial e de direção, torna o GPS uma ferramenta indispensável, uma vez que mesmo com algumas trilhas formadas, nem todas iam na direção que queríamos, ou seja, Isla Incahuasi, um interessante lugar no meio do Salar, onde prevalece a formação de cactos gigantes, milenares.


Hora de pedalar no Salar, mas primeiro devemos passar pelo alagado/lameado 





























Marco

Sandra

Bete

Maciel

Sevilha

Silvia



Emerson


Sergio



Carmo







E não é que tinha uma bandeira do coxa no meio do Salar. Fazer o que? Fotografei. Pior que não tinha bandeira do Brasil.


Deixando a marca do blog no Salar

Restaurante de Sal

Um pequeno salto para mim, mas para a humanidade...(rs)





Sem legenda...














Risco preto à frente é a Ilha Incahuasi. Não chega nunca...






 Depois de enfrentar e superar as dificuldades apresentadas, pernoitamos à margem da ilha, num local bem rústico, quase pré-histórico, que envolveu até uma caverna, onde a transformamos em nossa cozinha. Muito legal. Antes de dormir foi preciso desatolar a Van, com a ajuda de alguns moradores, que disseram ser comum esse fato com viajantes incautos.








Acampamento selvagem na Ilha.


Barraca minha e da Carmo











No dia seguinte preferimos encurtar o percurso de bicicleta em cerca de 30 km, preservando o equipamento, pois o sal castiga bastante, iniciando a pedalada já fora do Salar. Pedal de aproximadamente 60 km para quem completou integralmente. Antes, porém, fomos ao outro lado da ilha, onde existe uma estrutura de pousada e entrada para os turistas subirem no morro e conhecer os cactus gigantes.


Acampamento na manhã seguinte

Caverna que serviu de refeitório do acampamento. Mesa posta; hora do café.

Hora de desmontar a barraca

A felicidade da Bete, que subiu no morro. Vista linda do salar lá de cima

Fantástica vista de dentro da caverna em direção ao salar, com o dia raiando.

































Passamos numa vila onde uma Pousada dispunha de local apropriado para lavar automóveis. Negociamos com o dono, e conseguimos tirar o excesso de sal das bicicletas, da Van, da carreta e da moto.



Uma "piscina" de água extremamente salgada





























Seguimos, alguns pedalando até a vila de Julaca (que tem 100 habitantes, portanto aumentamos em 10% sua população naquela noite), onde acampamos embaixo de uma enorme caixa d'água com armação de ferro, de uma antiga estação de trem, cuja linha ainda está em atividade. Muito bizarro. Era bem a noite da passagem de ano. Enfrentamos fortes rajadas de vento e muito frito, sem falar que já estávamos a 4000 metros de altitude. O Salar estava a 3700.




















Plantação de quinoa



































Chegada a Julaca































Deixamos a vila bem cedo, pedalando, com o destino previsto, que era Alota. Lá conseguimos um espaço bacana para montar o acampamento, dentro de um posto de saúde do pequeno povoado, pouco maior que o anterior. Cerca de 50 km pedalados. A segunda metade apenas eu e a Sandra enfrentamos uma bela descida pelo vale, entre lindas montanhas que formavam belas paisagens; chegou a ser uma descida bem técnica, mas extremamente prazerosa. 






Local do pernoite (acampamento) em Julaca, depois de guardar as coisas para partir.

A pequena Julaca

Cercadinho onde tinha uma horta. Atrás dele usamos como banheiro de noite...

Horta


Hora de deixar Julaca









Borboleta numa trilha paralela à estrada


Contato com morador do altiplano: cultura que não tem preço





















































Posto de Saúde de Alota, onde pernoitamos

Barraca minha e da Carmo (protegendo do vento)

Festa de ano novo em Alota


De lá seguimos até o povoado de Villamar, onde depois de algumas subidas e perrengues como sempre, acampamos ao estilo neandertal, nas rochas milenares, rupestres, ainda à beira de um riacho, onde pastam as lhamas, ou vicunhas, ou guanacos, ou alpacas, sei lá, tudo muti parecido, rs (fiquei sabendo que as vicunhas são silvestres, menores, e são protegidas por lei; já as lhamas são criados pelos nativos). Tomamos banho nesse rio. Surreal! Vale ressaltar que a presença desses animais foi constante em todo altiplano boliviano.


Alinhadas para partir...

Hora de deixar Alota





































Villamar


O Emerson, como montanhista, não viu a hora de subir o morro

Imagem do acampamento selvagem em Villamar




Local para lavar as louças; água bem fria.

















Vista do acampamento em Villamar
A decisão do dia seguinte foi a de seguirmos embarcado, sem pedalar, pois tínhamos grande altimetria a fazer, em terreno bastante acidentado, improprio para bicicletas e até para a Van. Perrengue mesmo foi subir parte da montanha, no local mais alto que enfrentamos até então, numa altitude superior a 4500 metros, caminhando, deixando a Van mais leve para aguentar o tranco. Foi até prazeroso no começo, com imagens belíssimas do vale, com um riacho de fio de água e um pouco de verde, onde os camelídeos se alimentam e se refrescam. Mas no final da subida chega-se à exaustão. São os altiplanos bolivianos, tudo muito maravilhoso e feroz. A Van conseguiu, nós também, só que não... Lembro do Emerson vir ao meu encontro, já na "capa da gaita", quando deu um ombro amigo para fazer os último metros. 






Nesse trecho de subida a pé, pelos campos, o Sevilha e o Marco encontraram ossadas humanas e projéteis vazios de arma de fogo...


Bela de uma subida a pé. Faltou "gás" para mim no final.


Hora da carona...

Deixei minha marca com a última pedra.


Parece fácil




















Sabemos todos agora o que os montanhista passam ao subir àquelas altitudes, bem como aquela conversa de sempre dos jogadores de futebol. Todos tem muita razão em falar da falta de ar nessas paragens; é o "mal da altitude" que às vezes pega...



Flamingos aproveitando a água quente que escorre das termas para a lagoa, deixando-a com muitos nutrientes.

Transposto esses perrengues, chegamos à Laguna Salada, passando antes pela famosa Laguna Colorada, uma lagoa de água avermelhada, onde fizemos um pequeno lanche. Cruzamos também pela região dos Geisers Sol de La Manhana, onde não conseguimos vislumbrá-los devido ao horário. Na Laguna Salada ficamos hospedados num Hostel, junto às termas, de origem vulcânica. Curtimos um longo banho quente, numa piscina à beira da lagoa, enquanto a temperatura ambiente chegava a zero grau.

Nesse dia a preocupação foi com o Borboleta, que na Laguna Colorada desviou-se da Van para explorar a região com sua moto, e ao voltar perdeu-se, necessitando da ajuda de um guia local que transportava turistas, e que por acaso cruzou com ele já ao anoitecer. Todos estávamos preocupados, mas ficamos aliviados ao vê-lo chegar no Hostel, com a cara de poucos amigos...(rs).




Era hora de chegarmos ao Chile. Para isso também resolvemos começar embarcados, deixando as péssimas condições das estradas bolivianas, até a Aduana Bolívia/Chile. Depois dos entraves burocráticos aduaneiros, enfim pegamos as bicicletas e seguimos ladeira abaixo até San Pedro de Atacama. Sensacional! Passamos de 4500 a 2450 metros de altitude, isso em menos de 40 km. Cheguei perto dos 70 km/hora (isso com o vento contra). Loucura! Deliciosa loucura, diga-se.

Amanhecer nas termas...


Início da descida até San Pedro de Atacama


Imponente vulcão Licancabur





Avistando San Pedro de Atacama, uma espécie de oásis no meio do deserto



Chegada a San Pedro
















Ficamos hospedados num camping bem bacana, bem estruturado. Já no dia seguinte (5 de janeiro), fomos até a Laguna Cejar, quer dizer, parte do grupo foi, e apenas outra parte entrou no complexo de lagoas. São lagoas extremamente salgadas, e assim como o Mar Morto, você se banha sem afundar. É show! Na verdade a lagoa permitida para banho é a Laguna de Piedra. Aproximadamente 42 km, para ir voltar, parte asfalto e parte terra, tudo plano, atrapalhado às vezes pelos fortes ventos.


Nossa "casa" em San Pedro do Atacama

   

















































Laguana Cejar












































Laguna Pietra - autorizada para banho (recomendação de 40 minutos). Não afunda em função da salinidade


No dia seguinte eu e a Carmo largamos as bicicletas, pegamos um receptivo e fomos até a região dos Geisers chilenos, o terceiro em extensão do mundo. Muito legal observar as águas quentes espirrarem, vindas de muito fundo. Tivemos que acordar bem cedo, e antes do sol nascer já estávamos lá. A temperatura era negativa, e precisamos ficar bem agasalhados. É em temperaturas mais negativas que a atividade dos geisers se manifestam; assim não adiante ir durante o dia nessa época de verão, pois quando o sol sai a temperatura aumenta.


























No outro dia pedalamos até o famoso Vale de La Luna, um local fantástico, em que a paisagem realmente lembra a superfície lunar, por sua aridez, dunas, vales e, claro, deserto. Foi uma pedalada relativamente leve, perto de 40 km também. Pudemos pedalar dentro do Vale, conhecendo cavernas e outros atrativos. Depois saímos por estradinhas que estavam com barreiras, onde se não era certo ultrapassar, pelo menos não era proibido. 















A Carmo pegou carona com o Borboleta












Paisagem lunar mesmo

















































Formação chamada de "As Três Marias"


Fazendo "arte", mas valeu à pena. Lindas paisagens.
 O Emerson sabia de antemão disso, e com o gps pudemos seguir certinho, dando a volta no vale, sem precisar retornar por onde viemos. Uma "arte" nossa, mas que foi bem gratificante, pois passamos e conhecemos uma parte da região que os turistas não podem passar. Sobrou na volta uma boa subida, chegando ao alto da montanha onde fica um outro vale importante, o Vale de La Muerte. Adiantei na subida, parei avistar o vale e desci pelo asfalto; uma descida alucinante. Fiquei mais de meia hora lá embaixo, já perto de San Pedro, esperando pela turma, mas apenas a Sandra, o Sevilha e o Marco vieram; o Emerson, a Silvia e a Bete fizeram um percurso alternativo, por estradas de chão, no meio do vale. Disseram depois que também foi fantástico o passeio.
Aqui o turista não passa...


O Maciel não participou, e a Carmo foi até o Vale de moto com o Borboleta, porque não se sentia muito bem naquele momento. Eles estiveram conosco até pegarmos o "desvio". Só os encontramos mais tarde no camping. Mais tarde fomos passear pela cidade, onde se desfruta de uma porção de restaurantes, bares, lojas, com a presença de muitos estrangeiros, de várias nacionalidades. Muito charmosa, porém com o preço de tudo muito elevado.




Valle De La Muerte


Começamos a volta para o Brasil, passando novamente pela região de Jujui. Antes porém, tivemos uns problemas com a Van, que nos atrasou um pouco. Mais de duas horas e tudo ficou resolvido. Pelo menos o lugar era maravilhoso: o Gran Salar argentino.






















Logo em seguida outro obstáculo: o tempo ruim, com chuva e grosso nevoeiro nas montanhas. Por sorte o Emerson com seu gps me guiou nas inúmeras curvas fechadas, em ferradura, naquela descida vertiginosa (estava na boleia naquele trecho). Chegamos bem tarde ao mesmo camping da ida. Deu tempo de pegar umas pizzas, comer e dormir, para bem cedo continuar nosso retorno.

Antes de passarmos por Corrientes, paramos em Monte Quemado, armando nossas barracas atrás de um posto de gasolina. Na sequencia acabamos por pernoitar em Posadas, já na região das "missiones". Nesse outro dia fizemos uma bela de uma "esticada", de quase 800 Km.


Refeição na estrada






E quase 900 km depois, no outro dia, chegamos a Curitiba, cansados, mas felizes por ter participado dessa experiência. 
Acho que esta foi a última refeição que preparamos na estrada. 














































2 comentários:

  1. Aventuras maravilhosas, fotos lindas !! Obrigada por compartilhar com a gente essas paisagens e estilo de vida !!

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    1. Obrigado Alair. Realmente foi um show de aventura. E pode deixar que continuaremos mostrando. Em maio de pedal no Jalapão. Abraços

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