quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

QUINTO DIA - Alto Vale do Itajaí



QUINTO DIA – Florianópolis (último dia) – 30/12/2012

Já sabíamos que o dia reservava algumas subidas, e nos preparamos “psicologicamente” para isso. O penúltimo dia do ano amanheceu com muita nebulosidade, mas estava muito bom para pedalar, sem muito sol e com mormaço.
Deixamos o Hotel no centro da cidade de Brusque, e imediatamente já estávamos na estrada rumo a Nova Trento. Até lá são cerca de 23 km, mas para chegar ao Santuário de Santa Paulina, são mais 4 km. Duas subidas um pouco mais íngremes, percorridas de forma lenta. Mas como tudo que sobe tem que descer, foram duas descidas muito boas; cheguei a atingir  68 km/h.

Quando chegamos ao santuário, percebemos o quão grande era o local; não imaginava que em um local tão distante, construiriam algo tão suntuoso. Tem acesso por escadas ou por rampas; existem teleféricos e uma capela no alto de um dos morros. Ao entorno se ergueram diversos restaurantes, estacionamentos e, claro, muitas lojinhas. Vimos que já estão construindo centros comerciais. A igreja principal é realmente muito bonita.

Amabile Lucia Visintainer, este é o nome de batismo da austríaca/italiana/brasileira Irmã Paulina, ou melhor, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Nasceu em 1865, no local onde hoje pertence à Itália. Veio com sua família para o Brasil aos dez anos de idade, e se converteu freira. Deixou a região de Nova Trento, para se dedicar à religião em São Paulo. Faleceu em 1942, já doente, com diabetes, que primeiro a fez amputar o braço direito, e, por segundo, deixou-a cega. Foi canonizada pelo Papa João Paulo II, em 19/05/2002, sendo, assim, a primeira santa “brasileira”.

Antes de conhecer o santuário, resolvemos almoçar, e, logo após, quando subíamos a rua, percebemos um sujeito do lado esquerdo, trajado com roupas de ciclista; era o Henrique Chesnau, nosso velho e simpático companheiro de pedaladas e passeios de cicloturismo. Foi um prazer muito grande revê-lo. Ele estava acompanhado de outros quatro amigos, que também partiram de Curitiba, porém seguiram o caminho de Campo Alegre, Pomerode, e por estradas internas, de chão, chegaram até aquela região. O passeio deles acabava ali, tanto que sua esposa estava chegando para buscá-lo; os demais retornariam para Curitiba com um carro de apoio que os aguardava.

Não tínhamos muito tempo para ficar por lá, pois até Florianópolis seriam pelo menos mais 80 km. Visitamos a igreja principal e conhecemos um pouco de sua história.
Felizmente o resto do caminho era plano, mas isso determinava que seriam muitas pedaladas. Passamos por São João Batista (terra dos calçados) e também por Canelinha (terra da cerâmica). Depois chegamos à Tijucas, já às margens da BR 101. O tráfego de automóveis estava muito intenso, mas o acostamento perfeito deixava o caminho tranquilo. Alguns pingos de chuva chegaram a cair, mas neste dia não choveu.

Por volta das 18h30 víamos Florianópolis do outro lado do mar; passamos por Biguaçú, terra do nosso amigo Tuquinha, que nos abrigou em sua casa quando pedalamos até a praia de Palmas, em Presidente Getúlio, no verão passado. Logo chegamos a São José. Foi ali que novamente furou um dos pneus da bicicleta da Carmo. Fiz o conserto e, orientados por um casal de moradores, resolvemos seguir até a ponte pelo litoral continental, no Estreito, bairro de Florianópolis. A escolha foi muito boa, pois o visual da ilha, naquele local, é maravilhoso, e construíram recentemente pistas exclusivas para bicicleta. 127,35 km computatos no final do dia, e 514,74 em todo o passeio.

Fim de pedaladas neste ano, porém deixando desde já, espaço reservado para um 2013 com muitas emoções. Sempre digo: quanto mais longe se vai de bicicleta, mais longe se quer ir. 
Subindo...

O amigo Henrique

Intgerior da Igreja principal

Vista da frente do Santuário







Beira-mar continental
Atravessando para a Ilha de Santa Catarina

Beira-mar sul da ilha



Um comentário:

  1. Muito bom Sérgio e Carmo! Saudades de vocês! Roberto e Claudia Miessa Coelho

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