terça-feira, 29 de abril de 2014

MACEIÓ

LAGOA DO PAU A MACEIÓ

Sabíamos que a jornada do dia seria longa; com certeza mais de 100 km. Como combinado, partimos logo às seis da manhã. Por incrível que pareça, as coisas começaram a conspirar mais a favor: o vento mais favorável e o calor menos intenso. Pelo menos foi assim no começo, pois o trecho era plano e asfalto novinho. Vinte e quatro quilômetros depois, entramos na vila de Poxim para tomar um bom café. Não tinha, mas bebemos achocolatados com sanduba de queijo e presunto. Bebi, também, coca-cola. Sete e meia da manhã e nós bebendo refrigerante...

Percebemos, então, que foi muito bom o descanso na Lagoa do Pau. Não vislumbramos chance de um bom local para isso naqueles quilômetros todos. O perrengue começou mais adiante, quando o sol bateu mais forte, e começaram as subidas. Deixávamos o conforto do nível do mar, para subir e percorrer o alto das falésias, irregulares, com altos e baixos. O Rubens começou a se distanciar naturalmente, sem forçar; a Carmo começou a ter o “radiador” esquentado; estava “pifando”. Não conseguia sequer empurrar a bicicleta. Eu subia a ladeira, encostava minha bicicleta, descia para ajudá-la, carregando a dela. E assim foi: mais uma subida... Num determinado momento, ela parou, sentou na beirada da estrada, e praticamente me implorou para parar. – Não aguento mais; chega! Vou pegar um ônibus; vou pegar carona, não quero atrapalhar vocês, que são forte. Falava quase chorando. Com toda a paciência convenci que devíamos continuar; deixei-a descansar. Nosso estoque de líquido estava no fim. Cheguei a fazer sinal para alguns carros, mas ninguém parou. O sol realmente castigava.







Num determinado momento encontrei alguns garotos embaixo de uma árvore, pegando alguma fruta; estavam de bicicleta. Perguntei se existia algum local para comprarmos alguma água, e a resposta foi negativa; apenas no mirante. Falavam do mirante da Praia do Gunga, mais adiante uns seis quilômetros. – Tem subida ainda? – Com certeza, respondeu um deles. Mas é só embalar que ajuda. Para a Carmo isso não servia de consolo. Vi, ainda, eles conversando e dando risada, porque o pneu de uma das bicicletas estava furado. Desculpe, mas não ajudei. Naquele momento tinha que ajudar a Carmo. Mas que pesou na consciência, isso pesou.

Foram mais de 40 km de Poxim até o mirante. Para dar uma noção do perrengue pra Carmo, o Rubens chegou ao mirante 09:30; nós, 10:30. Bebemos bastante liquido, tiramos algumas fotos, e seguimos. Chegamos a cogita descer até à praia do Gunga, pegar um barco e ir até Barra de São Miguel para o almoço, mas, orientados pelos seguranças da entrada da praia, percebemos que era melhor pegar a estrada mesmo. Foi o que fizemos. Lá em Barra de São Miguel ficamos com tempo suficiente para almoço e banho de mar. Pegamos a primeira barraca de praia e nos instalamos. Só deixamos a praia por volta de 14:30.










De novo na estrada, agora restava chegar a Maceió, destino do pernoite. Estrada plana, acostamento regular, e pouco mais de 30 km depois já apontávamos na capital alagoana. Tempo bom, apenas o horizonte demonstrava que as coisas podiam mudar. Longo caminho pela orla, até chegarmos à praia de Pajuçara, onde encontramos uma pousada boa, a preço que cabia no bolso. A Carmo? Tudo bem com ela. Eu sabia que ela conseguiria, e chegou bem, depois de percorrer 95 km no dia, indicado pelo GPS.






6 comentários:

  1. todo o perrengue vale a pena ,depois temos sim muitas coisas pra contar e ter a sensação de vencer eles todos !!!!!!

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    1. Isso aí Nilson, mais e mais histórias, hehe, espero que tenha gente para escutar, kkk abraços

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  2. Tirando um perrengue ou outro, isso sim é curtir a vida de bicicleta, hein? Abraço amigos!

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    1. Valeu Theóphilo, e vá se preparando, quem sabe fazemos a Rota das Emoções no segundo semestre. Abraços

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  3. Já sei ! É a penteadeira que a Carmo leva no alforje que estava muita pesada. Eu me lembro, a bike dela era a mais pesada da Rota das Emoções!!

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    1. kkk. Essa é boa. A Carmo mandou dizer que não trouxe desta vez a penteadeira, mas acho que vi uma bola de boliche no alforje, kkkk. Abraços

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