sábado, 7 de fevereiro de 2015

GRAMADO e CANELA - Rio Grande do Sul

GRAMADO E CANELA

Dezembro de 2009
                              

Mais uma vez tínhamos pela frente um recesso de fim de ano, e a vontade de dar “umas voltas por aí”, de bicicleta, foi renovada. Depois de algumas discussões sobre o assunto, eu e a Carmo resolvemos ir à serra gaúcha, mais precisamente Gramado, principalmente porque foi lá que estivemos em nossa Lua de Mel. Seria, então, uma homenagem a nós mesmos.
                               
Roteiro na mão decidimos em seguir de carro até Cambará do Sul, lá onde ficam os cânions Fortaleza e Itaimbezinho, motivo de outros relatos meus. Largaríamos o carro lá, para só então, a partir dalí, sair pedalando pelas estradas do alto da serra.
                               
E foi o que fizemos. No dia 25 de dezembro de 2009, partimos rumo sul, de carro, pela BR 101, passando por todo lindo litoral catarinense. Viagem agradável até chegarmos a Praia Grande, quando resolvi subir a Serra do Faxinal, ao invés da Rota do Sol. A diferença de quilometragem era grande, mais de 100 km, e acreditei que levaria alguma vantagem, mesmo sabendo que se tratava de estrada de saibro e pedra. Para minha surpresa, ao começarmos a subida, percebemos que estava asfaltada. Mas a alegria durou pouco, pois apenas um pequeno trecho, no começo, estava asfaltado; depois foi pauleira mesmo. Essa serra, por sua vez, apesar do seu piso irregular, é muito linda, com uma vista maravilhosa para o vale de Praia Grande. Lembro daquele lugar de outras pedaladas, e a descida é alucinante, e perigosa também. Quem descer, mesmo de carro, tem que ter muito cuidado.
                               
Depois de judiar um pouco do carro, chegamos a Cambará do Sul, rodando 600 km, e fomos direto à Pousada Por do sol, do amigo Rogério, aonde já havia me hospedado em outras oportunidades.
   


 




 


                            
Pela manhã do dia seguinte, um sábado, deixamos o carro por lá, e agora de bike, seguimos em direção ao primeiro destino: São Francisco de Paula. Sobe, sobe e sobe; vento contra; calor infernal. A soma de tudo que não gostamos na hora de pedalar. Mas o visual compensou tudo. Muitos pinheirais, vales, campos e outras tantas belas vistas. Paramos para almoçar, ou melhor, fazer um lanchinho, justamente na metade do caminho, no lugar chamado Tainhas. Depois de rodar por 72 km, e tomar uma baita chuva nos últimos dois quilômetros, chegamos a São Francisco de Paula, uma cidade pequena, praticamente à beira da estrada, e que por sua proximidade com Canela e Gramado, abriga alguns bons hotéis e pousadas, principalmente perto do bonito Lago São Bernardo, onde moradores e turistas fazem seus exercícios matinais, observando patos e biguás em suas águas.











                               
Chegou a hora de ir a Gramado. Na manhã seguinte deixamos tarde a Pousada Caçador Verde, mas não tínhamos pressa, pois pedalaríamos pouco mais de 40 km. Tempo bom, passeio tranquilo; bela estrada, sinuosa e florida. Junto a uma das principais atrações de Canela, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, tiramos algumas fotos e fomos almoçar.
 





                               
De lá para Gramado foi um “pulo”, e nos apresentamos no balcão do Albergue da Juventude, que fica na Avenida das Hortênsias, a pouco mais de um quilômetro do centro. É preciso aqui abrir um parênteses para falar sobre esse assunto. Passamos parte da nossa lua de mel em Gramado, como falei, em dezembro de 1980, e o interessante que é um lugar considerado (e realmente o é) romântico, principalmente no inverno. Tanto é que lá no Rio Grande do Sul, chamam a região de “Rota Romântica”. Pois bem. Lá estávamos nós novamente em Gramado, porém no Albergue, dormindo em quartos separados, e em beliches. Romântico foi dormir duas noites junto a uns marmanjos roncando sem parar. Tentar dormir pelo menos. Na segunda noite, lá pelas duas da manhã, fui para a sala de estar ver televisão com o guardião, que por sua vez também dormiu e roncou... Estão rindo do que?
                               
Brincadeiras à parte, a verdade é que nós aproveitamos cada momento. É certo que a cidade estava lotada de turistas, e não havia vagas em qualquer hotel ou pousada, ou eram muito caras para o nosso bolso. Mas nós estamos maduros o suficiente para entender a situação, e fomos nós que escolhemos esse estilo de vida. Toda experiência é válida, e essa foi só mais uma.
                              
Bem, voltando ao assunto, após um descanso e um belo banho, fomos caminhando até o centro para ver o agito e comer alguma coisa. A cidade estava mais bela do que nunca. As árvores e todos os arranjos de Natal ainda estavam por lá. E os turistas também. Nossa! Quanta gente! Do Brasil inteiro. Vimos cadeiras e arquibancadas em duas quadras da rua principal, e perguntamos para que serviria, e a resposta apontava para o desfile de Natal, que acontecia todas as quartas e domingos, mesmo depois do dia 25, e se estenderia até o dia 13 de janeiro de 2010, dentro da programação do “Natal Luz”. Um detalhe: o funcionário da Prefeitura que deu a informação, disse que era bom escolher um bom local para ver o desfile, já as 18h30, “porque o povo toma conta da rua, e as cadeiras e camarotes estão esgotados”. Deu para entender? O desfile começava às 21h30. Portanto, seriam três horas de espera. Coisa de doido; pensei. Será que valia a pena? Valia.
   
 




                             
Não muito longe dali, fomos conhecer o encantado “Mini Mundo”, da família Höppner, dona do Hotel Ritta Höppner, que fica ao lado. Foi nesse Hotel que passamos nossa Lua de Mel. Ficamos num quarto muito aconchegante, inclusive com uma piscina de águas aquecidas em seu interior. Chique não? O Mini Mundo é um verdadeiro mundo da fantasia. Miniaturas de diversos prédios, principalmente da Alemanha, terra natal de Otto Höppner. Mas tem réplicas do Porto de Porto Alegre, Aeroporto de Bariloche, entre outras atrações, como prefeituras, estações ferroviárias, torre de televisão, etc... A história da construção desse parque é muito bonita também.






                               
Passeamos pelo centro, tiramos algumas fotos, coisas e tal, comemos, e fomos para a rua do desfile. Eram 20h30 e a espera não seria tão angustiante, mesmo porque às 21h00 haveria o “show de luzes”. É bom destacar, que o desfile começa tarde por causa da luminosidade. Lá mais para o sul escurece tarde, então somente nesse horário é possível mostrar o colorido das luzes. “Alugamos” um poste bem na rótula onde iniciava o desfile. Curtimos o lindo desfile e voltamos para o Albergue dormir.


                               
Agora tínhamos um lindo dia de descanso pela frente. Descanso? Pedalar cerca de 48 km naquelas montanhas é descanso? Bem, para nós foi um baita prazer. Primeiro fomos para o Lago Negro, praticamente dentro da cidade de Gramado, e andamos de pedalinho em formato de cisne. O nome do lago é homenagem do seu criador, que trouxe da Alemanha alguns exemplares de árvores coníferas, da região da Floresta Negra.  

                                                  

Rodamos pela cidade e resolvemos ir para Canela. Lá almoçamos e procuramos pelo Alpen Park, local de muitas atrações e para todos os gostos. Tem cinema 4D, Monga a gorila, em “O Mistério da Monga”, Tirolesa, arvorismo, rapel, escalada, quadriciclo e outras mais. Preferimos descer pelo vale montado num trenó. Descida rápida e com alguma “emoção”, numa espécie de mini montanha russa. De um parque fomos para outro. Depois de alguns sobes e desces chegamos ao Parque dos Caracóis, onde existe uma exuberante cachoeira. Fizemos um percurso de vinte minutos de Teleférico para apreciar toda aquela paisagem do alto. Tudo muito lindo. Já conhecíamos o lugar, mas o passeio de Teleférico nos trouxe uma visão bem diferente. Final da tarde, e a volta pedalando para o Albergue era em subida, mas o dia estava sendo maravilhoso.


                               
Após um bom banho, voltamos para o centro da cidade, e numa rua fechada para o trânsito, eu e a Carmo descíamos, quando dois homens vieram na diagonal e quase passaram pela nossa frente; se fossem dois automóveis ia dar pancada. Mas o homem maior, à esquerda, percebeu o movimento errado a tempo, e segurou seu amigo, parando e dando um paço para trás para podermos passar. Agradeci com um pequeno e sutil gesto, seguindo nosso caminho. A Carmo, que é muito desligada com nomes ligados ao esporte, imediatamente falou pra mim: - Sergio, você viu quem era o cara da esquerda? – Claro, Carmo, era o Felipão, o técnico de futebol. – É verdade, eu levei um susto e não tive reação. Ela disse. Ele desceu a rua e se perdeu no meio da multidão, que apreciava a principal árvore de Natal, que logo em seguida, às 21h00, como todos os dias, ficava iluminada, precedida de um lindo ritual.
                              
Dentro da nossa previsão, estava na hora de voltar para Cambará do Sul. Voltar é claro, mas dando uma volta maior. Decidimos seguir a Caxias do Sul e pegar a Rota do Sol. Isso exigiria mais tempo, esforço e logística. Deixamos Gramado em direção a Caxias logo cedo, mas o calor, a serra e a tensão do trânsito pesado, fez com que abreviássemos o trecho.


                               
O começo é sossegado e a estrada é bacana; cruzamos toda a charmosa cidade de Nova Petrópolis e veio o “inferno”: BR 116. Não aconselho trafegar de bicicleta por aquele trecho, mas pela nossa escolha, tínhamos que seguir.  Interessante que você está ali, a 600 metros do nível do mar, desce para 70 metros, e depois sobe para próximo dos 800 metros. Gangorra doida. Avistamos a cachoeira Véu de Noiva (em todos os cantos do Brasil tem uma cachoeira com esse nome...), no município de Galópolis; apreciamos de longe e quando atravessávamos a pequena cidade vimos um Hotel, e por lá ficamos. Faltavam apenas 5 km para Caxias, mas inteiramente em subida. Chega! Foram 61 km no dia.

 

                               
A meta agora era chegar nessa quarta-feira em Cambará do Sul. Missão quase impossível, pois seriam 140 km. Observando a região pelo mapa, não vislumbrava qualquer chance de cidade no meio do caminho, e a possibilidade de ter que enfrentar essa quilometragem estava presente.  Preparados “psicologicamente” para a subida, lá seguimos nós. Sofregamente percorremos os 5 km até a entrada de Caxias do Sul. Num posto de gasolina tentei me informar sobre a possibilidade de hospedagem no percurso, mas nada feito, ninguém sabia. A BR 116 praticamente margeia a cidade, e em subida gradual percorremos 9 km até a entrada da Rota do Sol, em direção aos “Campos do Alto da Serra”, onde a altitude passa dos 900 metros acima do nível do mar.
                               

 

Percebemos naquela estrada uma placa indicando restaurante, e mesmo sendo ainda cedo, paramos para almoçar. Dali para frente foi mais de 45 km de absolutamente nada no caminho, até chegarmos à vila de Lajeado Grande. Fica no entroncamento da BR 453 (Rota do Sol), com a RS 476 (estrada de chão). Aliás, essa estrada liga Gramado a Bom Jesus, e poderíamos tê-la pego, encurtando o nosso trajeto, mas escolhemos a opção mais complicada mesmo. 70 km rodados e ainda estávamos longe; meio da tarde; e a possibilidade de chegarmos de noite, crescia. Tínhamos que encontrar algum lugar para repouso por ali mesmo.
                               
Interessante foi o que aconteceu pouco antes de chegarmos à vila. Vimos uma placa indicativa de uma Pousada, a Parque das Cachoeiras, e ficava bem naquela região. Parei a bicicleta, peguei meu celular e vi que tinha sinal. Imediatamente liguei para o lugar. Um rapaz atendeu; disse a ele que estava na estrada com minha esposa viajando de bicicleta e certamente não conseguiria chegar a Cambará do Sul naquele dia, e precisaria de hospedagem. Para minha surpresa, sem ao menos deixar eu completar minha pergunta, ele se manifestou: - Você não tem condições de pagar o custo de nossa hospedagem (?!). É muito caro. – Olhe, nem sei e nem quero saber o valor. Tchau; resmunguei.
                               
Contando assim, dessa forma seca, qualquer um teria vontade de ir lá e socar a cara do sujeito, ou discutir pelo telefone, sei lá... Mas nós somos cicloturistas e sabemos que o “caminho” é outro, e que certamente conseguiríamos a acolhida necessária. Pois foi isso que aconteceu. Às vezes chego a acreditar que a gente está na estrada justamente por esses momentos que passo a relatar.
                               
Guardei o celular, inconformado, é claro, com o resultado da chamada, e seguimos por poucos quilômetros até a entrada da vila de Lajeado Grande. O lajeado com certeza é grande, inclusive com cachoeiras em sua extensão, mas a vilazinha é pequena mesmo; muito simples. Junto a um posto de gasolina procuramos por informações. A senhora recepcionista do setor de conveniências, que provavelmente era a proprietária, nos atendeu com muita educação e cortesia. Perguntamos sobre a possibilidade de haver algum hotel ou pousada na região, e ela imediatamente falou “daquela”.
             – Não, não, não. Essa não, por favor. Disse eu,explicando para ela o porquê.
                    - Tem alguma outra opção senhora? Talvez um albergue ou alguma família que possa nos receber?
                       - Pera aí; lembro-me da Dona Ciça; ela costuma receber um pessoal de Caxias em sua casa. Eles vêm trabalhar aqui, e para não retornar até lá, dormem na casa dela. Vou dar uma ligada.
                               
Nisso ela pegou o telefone e fez a chamada. Do outro lado deu a entender que a Dona Ciça estava em casa e a conversa seguia promissora, pelo que escutamos. Logo a senhora desligou e se dirigiu a nós.
                  - Com certeza a Dona Ciça ficará honrada em recebê-los. Sigam por essa estradinha ali na frente (apontou), e depois de 1 Km já estarão na vila. A casa dela fica numa esquina, à esquerda, quase ao lado da “estação” de ônibus. É fácil de encontrar.
                               
Após ela dar mais algumas características da casa, partimos e rapidamente estávamos na casa da Dona Ciça. Ela estava no jardim a nos esperar. De pronto vimos naquela senhora uma aura de pureza, de bondade. Percebemos imediatamente que ela tinha grande dificuldade de movimentação em seus membros, e andava sofregamente, e curvada, formando uma pequena corcunda. Provavelmente originário de problemas genéticos. O jeito meigo de falar e sua simplicidade nos deixou à vontade, como se estivéssemos em casa. Para completar, junto a ela vivia seu cachorrinho da raça poodle, bem pequeno, preto; uma graça, que nos fez lembrar imediatamente da nossa Pitty, que havia falecido recentemente.
                                
Conversamos um pouco com ela, e em seguida apontou onde ficava o banheiro (na parte de baixo da casa de madeira), e a escada que levava ao sótão, onde havia separações, como quartos, e as camas dispostas quase como um albergue mesmo. Tudo de madeira nova, clarinha; tudo muito limpinho. Pediu para que subíssemos para deixar nossas coisas e escolhêssemos onde ficar, pois naquela noite não chegaria ninguém. Não subiu, é claro, e antes que perguntássemos, ela nos disse que tinha uma moça que lhe ajudava nos afazeres domésticos. Naquele momento ela já tinha ido embora, e só retornaria no dia seguinte.




                               
Tomamos banho, colocamos roupas limpas e voltamos para a prosa. Que delícia! Lá estávamos nós, numa pequena vila do interior do Rio Grande do Sul, nos Campos do Alto da Serra; na singela casa de madeira de uma senhora hospitaleira, contando e escutando alguns causos. Não tem coisa melhor. Repito: acho que era para estar lá, naquele momento, que estávamos na estrada...
                               - A senhora sabe onde podemos jantar aqui na Vila? Perguntamos para ela, depois que o sol se pôs, e a noite já batia na porta.
                             - Tem alguma coisa lá na estrada, por aonde vocês chegaram. Respondeu, com ar de certa perplexidade. E completou.
                               - Por que vocês perguntam? Não querem jantar comigo?
                               
Que vergonha. Na verdade não queríamos incomodá-la e explicamos isso para ela.
                               - Se vocês não se importam, tenho alguma coisa que sobrou do almoço, e fazendo mais alguma coisinha, vocês podem jantar comigo.
                               - Sim, é claro, ficaremos. Respondemos quase que juntos, eu e a Carmo. A Carmo imediatamente, também, se propôs a ajudá-la na cozinha, e logo depois lá estavam elas preparando as coisas, enquanto eu brincava com o cachorrinho e via televisão. Estávamos mais do que ambientados; parecia que morávamos ali...
                               
Jantamos, conversamos mais um pouco e fomos para nossos aposentos. Antes de subirmos para dormir, a Dona Ciça nos disse que infelizmente não teria como servir o café da manhã, mas que nós poderíamos fazê-lo na estação, ao lado, que certamente estaria aberta e teria algo para comer. Agradecemos e subimos. Boa noite!
                               
Pela manhã da quinta-feira deixamos a pequena Vila. Perguntei antes de sair, quanto devia à Dona Ciça, e ela na sua simplicidade respondeu: - R$ 20,00. Sem comentários, não é mesmo?
                       




        
Tomamos o café ao lado e partimos, recompostos e felizes. Era quinta-feira, último dia do ano de 2009, e deveríamos chegar cedo a Cambará do Sul para ver onde passaríamos a “virada do ano”. Foi o que aconteceu. Pedaladas firmes e seguras nos últimos 76 km de cicloturismo pela serra gaúcha, e chegamos ao começo da tarde na Pousada da cidade. Após nos instalarmos, fomos até um restaurante onde soubemos que seria o único a fazer uma ceia de ano novo. Constatamos que a informação era verdadeira, e o dono ainda disse que poderíamos levar nosso champagne ou frizante, e assim o fizemos.
                               
Interessante que era alto verão, mas aquela região sempre surpreende, seja pelas belezas naturais dos cânions, pela viração comum a qualquer hora ou época (neblina forte), ou mesmo pela mudança brusca de temperatura, em função da altitude. Não havíamos levado conosco qualquer tipo de agasalho, e já no final da tarde a temperatura despencou; passaram dos agradáveis 23 graus, para perto de 10 graus.
                               
Lá pelas onze da noite fomos até o restaurante. Ficava na mesma rua de nossa hospedagem, algumas quadras pra frente. Estava frio, muito frio. Sério, a sensação térmica estava perto de zero grau. Verdade verdadeira! Entramos e fomos recebidos pelo casal de proprietários; poucos enfeites e a mesa com o Buffet já estava organizada; entregamos nossa garrafa de espumante para a celebração da virada, para mantê-la resfriada e procuramos uma mesa. Era fácil de escolher, pois “meia dúzia” de casais estava presente, e a possibilidade desse número aumentar era ínfima; e não aumentou.
                                
Músicas germânicas antigas soavam no ambiente, e pareciam vir de algum aparelho antigo; era uma “animação” só. O jeito era “curtir” o momento pitoresco. Mas pitoresco mesmo foi ver a lareira do estabelecimento acesa em pleno verão; e se não fosse isso “morreríamos” de frio... Enfim, passou; o ano acabou e outro começou. Na virada algumas marchinhas de carnaval foram entoadas, enquanto num telão imagens de carnaval apareciam junto com a letra da música; não é que deu até para dançar um pouco. E assim é a vida. Repito: acho que era para viver esse momento diferente que estávamos ali, viajando de bicicleta, curtindo a vida... de bicicleta.

                               
No dia seguinte ajeitamos as bicicletas no carro novamente e partimos em direção a Florianópolis. Visitamos nosso filho que estava por lá passeando e no mesmo dia ainda chegamos ao nosso destino para alguns dias: Balneário Capri, em São Francisco do Sul, onde o resto da família estava iniciando temporada de verão nas suas praias. 

3 comentários:

  1. me causa estranheza nao ver comentarios, artigo maravilhoso, parabens!

    alexandre, manaus, amazonas

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  2. Parabéns. Também penso em fazer este roteiro algum dia. saúde.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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