quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Segundo Dia - Alto vale do Itajaí

SEGUNDO DIA – 27/12/2012

O dia amanheceu cinzento em Mafra, mas sem chuva, o que já era muito bom para nós, pois estaria mais fresco do que no dia anterior.
Lá fomos nós para a estrada, rumo a Barra da Prata. O caminho mais uma vez é feito em tobogãs, num sobe e desce alucinante. São cerca de 21 km pela BR 116, rumo sul, e depois mais uns 9 km até Itaiópolis, pelo “Caminho dos Príncipes”, como chamam aqui na região. Trata-se da SC-477, que leva até Dr. Pedrinho, no chamado “Vale Europeu”.
Paramos em Itaiópolis para almoçar; passava das 11h00. Mais 20 km e pegamos a estrada de chão que leva até a cidade de Sta. Terezinha. Uma estrada antiga na serra do Parolim. Por ali é possível descer até o vale do rio Ricardo, um dos formadores do rio Itajaí, de duas maneiras diferentes, ou seja, pela própria estrada que leva até Sta. Terezinha, ou por outra, à esquerda dessa, também muito bonita. Desta vez escolhi a da esquerda, porque não conhecia.
O tempo, que estava perfeito para pedalar até então, demonstrava que ia mudar, e percebemos a necessidade de apurar um pouco, porque a chuva com certeza nos alcançaria; e alcançou, mas já havíamos descido a serrinha e atravessado a ponte pencil. Vimos que a coisa estava feia, e não chegamos a pegar a estrada que dava acesso a Barra da Prata; paramos ali mesmo, numa escola abandonada, mas com abrigo suficiente para o temporal que se avizinhava. Apenas dois minutos depois e veio o temporal, com direito a raios, trovoadas e ventos fortes. Eram quatro da tarde e o temporal durou meia hora; estávamos a apenas 11 km do destino final do dia.
Com a diminuição do volume da chuva, resolvemos não esperar ela parar totalmente, mesmo porque iríamos nos sujar de qualquer forma, com o barro formado e as poças de água. Deixamos nosso abrigo e enfrentamos o lamaçal; os onze quilômetros pareciam trinta, porque a chuva engrossou de novo, transformando o visual bonito da região e o prazer de percorrer aquela estradinha. A Carmo teve uma pequena queda, isto no momento em que tentava atravessar um trecho de muita lama; lá se foi mais um arranhãozinho no joelho; coisas do ofício...
Procuramos pelo único lugar em Barra da Prata, uma pequena vila, distrito de Vítor Meireles, região da serra da Abelha. Já havia me hospedado lá há cerca de dois anos, quando percorri sozinho aquela região, mas sabia que tinha mudado de donos, e era incerto sobre hospedagem. Seguir a outra cidade, nem pensar; seria longe demais e muito desgastante.
Felizmente encontramos o casal de proprietários deixando o local de carro, e consentiram na hospedagem. Soubemos em seguida, pelo Sr. Carlos, que ele comprou o estabelecimento com ideias de reformá-lo, para atender melhor, e que no momento na verdade não estava recebendo hóspedes. Talvez em um ano consiga realizar seu sonho, de criar um parque ecológico, com chalés para repouso e várias atividades recreacionais para os turistas, aproveitando as belezas naturais da região e o próprio rio Ricardo. Foi muita gentileza mesmo, e nos deixaram a vontade enquanto estavam fora.
Estávamos muito, mas muito sujos mesmo, e tivemos que fazer uma sessão de limpeza geral, desde as nossas vestimentas, sapatilhas, alforjes, passando pelas bicicletas e nossos corpos também, que eram pura lama. Quando voltaram já estávamos preparados para um bom banho e uma bela janta caseira. Depois de um dia completo como este, com 85 km percorridos, era hora de descansar, e atualizar o blog, é claro.
Início da SC 477

Igreja de Itaiópolis

Igreja da vila de Itaió

Serra do Parolin

Ídem

Ídem

Ídem

Ídem

Rio Ricardo

Ídem, a 2 min do temporal

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