segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DELTA DO PARNAÍBA

DELTA DO PARNAÍBA

01 de setembro de 2014


A aventura iria continuar agora pelas águas do delta do rio Parnaíba. Mas nem deixamos a Pousada e já tínhamos um pneu furado, do Nascimento. Nenhum problema para o experiente ciclista; logo seguimos em direção ao Porto de Tatus, na Ilha Grande, cerca de 17 km do Hotel. Estávamos um pouco atrasados para o embarque, que estava agendado para as oito horas, mas era preciso passar numa panificadora abastecer o grupo de sanduíches e outros alimentos, pois a jornada de barco seria longa, com certeza.

Chegamos ao pequeno porto e já encontramos nosso barqueiro, que nos aguardava. Compramos mais alguma coisa no mercadinho local, inclusive um pouco de cerveja, é claro, e refrigerantes. O barqueiro emprestou duas térmicas, que garantiram o privilégio de manter as bebidas bem geladas.

Navegar é preciso... E lá fomos nós delta adentro. O Delta é impressionantemente grande; composto por dezenas de ilhas, entre algumas a Canárias, Sta. Cruz, Manguinho, Barracoa, etc... e também algumas baías: de Luiz Correia; das Canárias; do Feijão Bravo; do Parnaíba; do Cajú; da Melancieira e de Tutóia. No começo seguimos por águas doces dos rios, através de igarapés, depois passamos pelo próprio rio Parnaíba, para então chegarmos às águas salgadas do mar.



Durante o trajeto, num trecho estreito, o barqueiro e seu ajudante avistaram movimento na mata ciliar, e alguns macacos bugios fizeram a alegria da turma, quando o barco se aproximou da margem e desligou o motor. Alguns instantes de contato com o mundo dos animais silvestres da região. Alegria maior sentimos quando aportamos numa parte da Ilha das Canárias, no lugar chamado Caiçara, pois longas e altas dunas de areias claras e macias, se debruçam sobre o Delta, num lugar deserto e de contraste com as águas e a mata ao longe. Desembarcamos para um breve passeio pelas dunas, e banho nas águas transparentes e refrescantes do delta. Lanchamos no barco, único local com sombra, e seguimos viagem.









Algumas comunidades começaram a aparecer ao longe, nas ilhas, até avistarmos Tutóia, já no estado do Maranhão. Avistamos, mas demoramos ainda a chegar. Desembarcamos no trapiche, e nem percorremos muito a cidade, procurando desde logo o caminho de saída para Paulino Neves. No ano anterior, dormimos por ali mesmo e depois seguimos. Tínhamos que consertar uma das bicicletas. Desta vez preferi seguir o cronograma e dormir em Paulino Neves, porém não tinha certeza de existir abrigo na pequena cidade. Já havia me hospedado por lá em expedições anteriores, mas em 2013, ao passar por lá, soube que a única pousada estava nas mãos de trabalhadores de uma empresa.

Como tudo corria muito bem, num posto de gasolina, na saída da cidade de Tutóia, onde paramos para comprar água e ir ao banheiro, encontrei o Fernando, funcionário da empresa telefônica “Oi”, que disse que iria para Tutóia e conhecia uma Pousada lá. Prontificou-se a ligar e em poucos minutos eu já tinha a certeza de hospedagem. Fica registrado aqui nosso agradecimento à gentileza do Fernando.

Já era tarde e precisávamos “correr”; gostaria que a turma desfrutasse do por do sol em Paulino Neves, junto às dunas dos Pequenos Lençóis Maranhenses. O percurso até lá é de aproximadamente 30 km, em estrada asfaltada há três anos, mas já desgastada. Lembro que antes era formada por um areão, e precisava de um carro Toyota 4X4 para chegar. No trajeto passamos por diversos povoados, como Alto Alegre, Lagoinha, Dendê, Santa Luzia dos Mendes, Seriema, entre outros.

Ao chegarmos já corremos para a Pousada, deixamos nossas bagagens e as bicicletas e fomos logo às dunas, que ficam pelo menos três quilômetros da vila. Andar depressa pelas ruas de areia fofa não é nada fácil, mas era preciso adiantar os passos, porque já víamos o sol se pondo rapidamente. Conseguimos! Exaustos mas felizes, ficamos maravilhados com mais um espetáculo da natureza, no meio de dunas, lagos e por do sol. Fantástico! Voltamos para a Pousada, tomamos um bom banho e fomos comer alguma coisa.










A estrela brilhou novamente neste momento. Encontrei um guia turístico local, que agilizou e negociou pra mim um barco voadeira para subirmos o rio Preguiças até Barreirinhas, partindo de Caburé no dia seguinte. Pensei em ganhar um dia na programação, pois a previsão era de dormir naquele belo lugar. Já tinha, então, garantido a sequencia do passeio, sem sustos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário