segunda-feira, 15 de junho de 2015

OS PASSOS DE ANCHIETA

COSTA DO DESCOBRIMENTO, COSTA DAS BALEIAS, COSTA DOURADA, COSTA VERDE E BELA, OS PASSOS DE ANCHIETA, COSTA DO SOL E RIO DE JANEIRO



- De Santa Cruz a Guarapari (24 de maio)

Seria hipocrisia dizer que estávamos ali, de bicicleta, para fazer uma peregrinação religiosa, muito menos seguindo literalmente “Os Passos de Anchieta”. Mas como cristãos e conhecedores da existência de tal roteiro, não poderíamos deixar de citá-lo, e até mesmo percorrer parte dele, seguindo as flechas azuis, com bordas amarelas, que norteiam o caminho para os peregrinos, assim como as setas amarelas indicam para aqueles que fazem o Caminho de Santiago de Compostela.

Aliás, eu e a Carmo, em 2005 também percorremos o Caminho de Santiago de Compostela, de bicicleta, oportunidade em que vivenciamos essa emoção que aflora quando se participa de uma peregrinação, daí mais um motivo da lembrança, ainda mais que é no Brasil.

O padre Anchieta percorria, assim como outros jesuítas, a costa do Brasil, catequizando indígenas, isto é sabido, mas ele se fixou por essas bandas do Espírito Santo em meados do século XVI, quando passou a realizar quinzenalmente essas peregrinações entre Vitória (Vila de Nossa Senhora de Vitória), onde cuidava do Colégio São Tiago, até Anchieta (antiga Rerigtiba), onde escolheu morar, posto que lembrava em muito sua terra natal, San Cristoban de Laguna, Tenerife, Ilhas Canárias (ABAPA- Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta).

Todo o ano, em uma data específica, é realizada a peregrinação oficial da ABAPA, com a participação de centenas de pessoas do país inteiro. Tudo muito organizado, com apoio de instituições particulares e governamentais. É um sucesso, com muita emoção.

Então, como abrange todo o estado, resolvi dar o nome deste trecho de nossa aventura cicloturística, de “Os Passos de Anchieta”.

Partimos de Santa Cruz e fomos seguindo tranquilamente a estradinha ES 010, que margeia o litoral. Passamos por diversas praias, como Formosa, Do Rio Preto, Ponta da Flecheira, Grande, Barreiras, em trecho pequeno do Município de Fundão; depois Nova Almeida e Jacaraípe, já em Serra, uma grande cidade da Região Metropolitana da capital Vitória.













































Quando estávamos próximos à praia de Manguinhos, paramos num posto de gasolina para confirmar a direção que seguiríamos. Nesse momento vi um ciclista todo paramentado, que também chegava ao posto. Dirigi-me a ele, fazendo a mesma indagação. Charles é o nome dele. Solícito, disse que iria mais para frente, mas que indicaria o caminho para nós; melhor ainda, seguiria conosco até Vitória. Disse que se quiséssemos ir a Vila Velha, teríamos que pegar um ônibus para atravessar a terceira ponte.




Lá fomos nós, seguindo “os passos do Charles”. Passamos perto da casa dele em Serra, mas ele continuou, alegando que precisava dar mais uma “esticada”. Cruzamos a divisa de municípios, lembrada por um Portal, onde tiramos fotos. Do alto do morro dava para ver o aeroporto e a cidade de Vitória, com alguns morros ao fundo.





Quando chegamos à praia de Camburí, ficamos fascinados com o movimento de pessoas pelo calçadão, e também por uma das faixas exclusivas para automóveis, que ficam interditadas e livres para a população praticar esportes e caminhadas. Naquela orla fomos agraciados com Red Bull por duas meninas representantes da empresa (de novo...), e como aglomerou um bocado de gente, acabamos virando um pouco a atração, com muitos curiosos querendo saber da onde vínhamos e para onde seguíamos. Foi muito legal.
 



 





Logo chegamos a uma praça, e mal deu tempo de perceber o que acontecia, quando o Charles abordou um ônibus que deixava a praça; era o tal ônibus para ciclistas. Felizmente o motorista, muito simpático, talvez muito acostumado a lidar com os colegas ciclistas, não seguiu e mandou embarcarmos, aguardando com muita paciência. Demoraria um bocado para o próximo sair.

Dentro do ônibus, que custou R$ 1,20 por pessoa, já estavam outros ciclistas, que também solícitos, ajudaram a segurar nossas bikes e tirar fotografias. Passamos pela ponte, e o visual é muito lindo lá de cima; com vistas inclusive para um Mosteiro que fica no alto de um morro; na verdade se trata do Convento Nossa Senhora da Penha.









Do outro lado, em Vila Velha, desembarcamos. Novo grupo de ciclistas subiu no mesmo ônibus, e a curiosidade continuava, ficando alguns surpresos com nossa aventura. Falamos do blog Curtindo a Vida de Bicicleta, e alguns disseram que iriam acompanhar, e tiraram algumas fotos nossas.



 



 

Charles

Vila Velha





E o Charles continuou nos acompanhando. Paramos numa barraca de praia, já na orla, para beber algo. Ele, acreditando que não bebêssemos, foi logo pedindo uma água de coco. Morreu de rir quando viu que pedimos caipirinha e cerveja. Largou o coco de lado e foi logo tomando a sua cervejinha também (rs). Mais para frente nos despedimos, Fomos até um restaurante de bairro comer um PF e dá-lhe estrada. Pretendíamos chegar até Guarapari, e chegamos.



Santa Mônica





Santa Mônica - Guarapari

Praia do Morro - Guarapari


Chegada a Guarapari

Percorremos 104 km no dia. Passamos antes pela Barra do Jacu, Ponta da Fruta e Setiba. Procuramos por uma pousada na praia do Morro, e encontramos uma exatamente com o nome da praia. Poucas quadras antes, quando paramos em outra pousada para especular, vimos que o pneu da bicicleta da Carmo estava furado. Nem nos preocupamos em arrumar; fomos para a outra Pousada e lá resolvi essa parte.

De noite fomos comer uma pizza na orla, e ficamos surpresos com a quantidade de sorveterias e açaiderias (local onde se vende açaí), pelo menos uma por quadra.

Deixamos o dia seguinte apenas para descanso; pelo menos do pedal, porque chegamos a percorrer mais de 12 km a pé para conhecer um pouco mais o centro e as belas praias da cidade, inclusive o poço dos Jesuítas, o único que sobrou de diversos poços construídos naquela época. Marcante também acompanhar a sinalização das setas azuis do “caminho”, tanto na cidade como nas praias. Gostamos muito de Guarapari. Fiquem com algumas imagens da bela cidade.






















Um pouco de fotos nossas, inseridas nesse contesto de Guarapari.





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De Guarapari a Marataízes (25 de maio)


Continuamos seguindo os passos de Anchieta, rumo sul, passando por diversas praias. Castanheiras, Siribeira, Areia Preta, das Pelotas, do Riacho, Guaibura, Peracanga até a mais conhecida e badalada, Meaípe.











Nesse trecho furou mais uma vez um dos pneus da minha bicicleta. Rapidamente consertei. Depois veio Ubu. Sempre vendo as setas azuis, menos de 30 km depois chegamos a Anchieta, antiga Rerigtiba. 





















Verdadeiro peregrino...












Visitamos a matriz e o museu, tiramos muitas fotos, comemos algumas bananas e continuamos.














Na sequencia passamos por Iriri, Piuma, Monte Aghá (uma bela montanha em rocha pontiaguda, que é possível observar de longe) até Itaipava, onde almoçamos. 
 

 


 

 



As próximas vilas foram a de Itaoca, praias do município de Itapemirim (não confundir com Cachoeiro do Itapemirim), até a cidade de Marataízes. Por lá ficamos, depois de pedalar 72 km no dia. Pedalada tranquila, sem anotações importantes.





Aproveitamos uma bicicletaria ao lado do hotel que ficamos, e fizemos uma breve revisão na minha bicicleta e na do Neimar. Eu troquei o pedal com clip; por sugestão do Neimar, ao invés de pagar caro por um par, peguei o da Carmo, que não usava na viagem, e coloquei um par dos comuns na bicicleta dela; também troquei a caixa central, que estava com folga. O Neimar trocou a corrente e o K-set (catracas) da sua bicicleta. 





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