sexta-feira, 21 de setembro de 2012

BERLIN - WITTENBERG

BERLIN – WITTENBERG

Passamos a quinta-feira passeando novamente pela cidade de Berlin. Demos preferência primeiramente ao conserto da minha bicicleta. Localizamos uma loja não muito longe de nossa hospedagem e em uma hora consegui que trocassem o suporte do câmbio e o “macaquinho”, que estava torto. O câmbio está funcionando bem, porém continua dando umas “passadas” estranhas – espero que aguente o tranco.
Conhecemos, então, o Palácio Charlottenburg e seus lindos jardins, o Memorial do Muro de Berlin, a Topografia do Terror, entre outros pontos interessantes da cidade. Gostamos muito daqui. A cidade é bem organizada e dá para ir a todo lugar de bicicleta. A história, como falei, transborda em todo canto. Impressionante ver o Checkpoint Charlie, onde os americanos controlavam a circulação das pessoas, defendendo o lado oriental; tem até dois “soldados” americanos fazendo o “controle” atualmente, e pagando uns trocados dá até para tirar umas fotos com eles...
Nesta sexta-feira deixamos Berlin, um pouco tarde, lá pelas nove da manhã, com frio de cerca de sete graus, mas com sensação térmica menor, pois havia um vento soprando insistentemente. Havia estudado a forma de sair da cidade, e não tivemos muito problemas para isso; foi só pegar a estrada, ou melhor, pegar a ciclovia...
É preciso dizer que a intenção nossa é de seguir até Dresden, ao sul, porém via rio Elba, onde há uma ciclovia em seu entorno, com cerca de 800 km, que liga essa cidade a Hamburgo, no noroeste do país. Para tanto precisamos sair pelo oeste de Berlin, aumentando um pouco o percurso. No início passamos por Spandau e depois pela bonita e histórica Potsdam, capital do estado federal de Brandemburgo, onde conhecemos um pouco de sua história; lá viveram os reis da Prússia.
A viagem continuou tranquila, pela ciclovia à margem da rodovia número 2. O sol se fez presente o tempo todo, mas não era suficiente para esquentar. Viemos preparados e a única coisa que fizemos foi trocar a jaqueta corta vento, mais leve. A paisagem não é muito encantadora, apenas campos, pastagens e plantações; bonita foi a plantação de girassol, infelizmente um pouco seca. O vento, contra, é claro, parece que já é esperado por essa região, pois as hélices das torres de energia eólica são avistadas aos montes.
Fizemos apenas um lanche no caminho, e seguimos forte passando ainda pelas pequenas cidades de Michendorf, Beelitz, Treuenbrietzen e outras ainda menores. O interessante que a ciclovia termina ao chegar nessas cidades, e você tem que deixar a rodovia e passar por dentro da cidade, retornando a ela no final. Numa dessas, não conseguíamos voltar pra estrada, e a Carmo dirigiu-se até uma doceria, perguntando para uma senhora, sobre o caminho; como ela não falava inglês, e a Carmo não falava alemão, a coisa ficou no gestual; e a senhora, muito gentilmente, desenhou o caminho que devíamos tomar. Aliás, é só se afastar dos grandes centros, indo para o interior, que você percebe que nem todos falam o inglês, deixando as coisas um pouco complicadas, mas não impossíveis, e isto é que deixa o passeio ainda mais emocionante.
A 15km de Wittenberg, simplesmente uma placa indicava: “Ende”, ou seja, fim da ciclovia... E agora? Já estava entardecendo, o sol não estava mais ali, e a estrada não tinha acostamento. Nessas horas é bom ter paciência e muita experiência, e, ainda, contar com a habitual educação do motorista europeu. Seguimos bem pertinho do final do asfalto, aumentando nossa velocidade. Acho que sempre que algo ruim acontece, outro bom vem junto, ou seja, o vento parou, não havia mais “subidinhas”, e mesmo com o peso de nossas bicicletas, conseguimos seguir rápido, sem problemas. Percebemos algumas vezes os carros diminuírem bastante a velocidade atrás de nós, para só então, com segurança, nos ultrapassar.
Na entrada de Wittenberg, já no “lusco-fusco”, a ciclovia apareceu de novo, e chegamos mais tranquilamente à cidade, com tempo para curtir a sua arquitetura. Procuramos por algum lugar para dormir e demos de cara com o Albergue da Juventude, localizado num prédio que certamente já foi um seminário, e fica ao lado de uma das principais igrejas locais.
Tinha previsto 80km, mas no final o odômetro marcava 110,68km.

Abraços
PS: Hoje sem fotos porque a internet aqui está muito lenta. Logo envio.

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