segunda-feira, 24 de setembro de 2012

DRESDEN - DECIN

DRESDEN – DECIN

Deixamos o Albergue e seguimos em direção ao centro histórico, conhecendo mais alguns lugares não vistos no dia anterior. Amanheceu com sol, mas o vento retornou, e contra para variar. Não chegou a fazer muito frio, e no caminho tivemos que abandonar nossas proteções.
A paisagem na região é muito bonita. O vale do rio Elba forma um cânion, com morros mais altos, sendo que nas encostas há muitos vinhedos, com seus casarões exuberantes. Mais à frente, na região de Pirna, mais precisamente em Bastei, paredões de pedra formam cones, e o homem conseguiu ali, naquela altura, e com muita dificuldade, fazer construções maravilhosas. A região é chamada de Suiça Saxônica, e faz parte de um parque nacional da Alemanha. Foram mais de 100 milhões de anos para formar as figuras de arenito. Lá da ciclovia víamos movimento grande de pessoas circulando, passando por uma ponte entre as rochas pontudas. Talvez alguma foto que tirei possa transmitir um pouco do que falo.
Tivemos que transpor o rio duas vezes, passando de uma ciclovia para outra, para evitar transitar pela estrada, uma na região de Königstein e outra em Schmilka, na divisa com a República Tcheca.
Saindo de Dresden passamos por vilas como Heidenau, Pirna, Kurort Rathen, Königstein, Bad Schandau, Postelwitz e Schmilka, na Alemanha. Resolvemos seguir mais em frente, e acabamos nosso passeio do dia em Decin, na República Tcheca, onde dormiremos esta noite para seguir até Praga.
O almoço se deu numa dessas pensões e paradas para ciclistas. Um lugar muito aconchegante, de comida deliciosa e preço acessível. Mas o impressionante é que fica na base da montanha em Königstein, onde existe uma fortaleza imensa do século XIII. Diz-se que já serviu de prisão, um castelo seguro e lugar de refúgio para governantes em momentos de dificuldades.
Novamente minha previsão foi errada, porque nesta terça já deveríamos estar saindo de Praga. Talvez amanhã tenhamos que adiantar algum trecho de trem, ou até depois dela, até chegar ao Danúbio, na cidade de Linz, já na Áustria. Teremos que ver o que vai dar.
Interessante essa mudança de país. Já estávamos acostumados com a Alemanha, sua língua, seus costumes e as pessoas, e agora na República Tcheca vamos ter que começar de novo. Recebemos aulas intensivas de conversação em inglês com a nossa sobrinha Laura, esposa do nosso afilhado André, e tem sido realmente de grande ajuda até aqui, mas como já disse antes, quanto mais para o interior mais difícil encontrar quem fale o idioma. Imaginem agora na República Tcheca? Só aprendemos algumas palavrinhas, como “dekuji” (decuiê), que quer dizer “obrigado”. Também “hovezi” (carne de boi), “veprove” (porco), “kureci” (frango) e “ryby” (peixe). De fome não vamos morrer, hehehe. Da para pedir “gulash”, que é comida típica, que também não teremos problemas. Tem alguns acentos nas palavras que não tem como colocar, pois não existe no teclado. Tem acento circunflexo virado ao contrário até em consoantes; acento agudo no “y”, entre outras coisas. Estamos vendo televisão no quarto do hotel e não conseguimos entender “bulhufas”.
E as bikes? Tudo bem com elas. Já pedalamos mais de 430 km (hoje foram 77) e nem precisei falar delas até aqui, não é mesmo? Hoje foi um dia de encontrar mais cicloturistas. Interessante que alguns deles fizeram o percurso parecido com o nosso, e de vez em quando nos encontrávamos, inclusive um senhor parou para almoçar no mesmo local que o nosso. Tentei conversar com ele, mas em “alemão” ficou difícil... Os alemães costumam, em sua maioria, viajar de bicicleta de roupa comum, principalmente de calças jeans.
Abraços




Arenitos do Parque da Suiça Saxônica - Região de Dresden
A 1 km da República Tcheca

Um comentário:

  1. Muito bom comentário e boas fotos. Lendo o comentário me lembrei da Zelia Gattai, onde ela descreve no livro Senhora Dona do Baile a enorme dificuldade que ela teve com o idioma tcheko na época do exilio que ela e Jorge Amado passaram. Boa viagem e se cuidem! Abraço.

    ResponderExcluir