quinta-feira, 4 de outubro de 2012

BRATISLAVA

BRATISLAVA

Partimos pela manhã desta segunda-feira de Viena, com destino a Bratislava, na Eslováquia. O dia estava cinzento, com possibilidade de abrir. Seguimos rápido até a beira do rio Danúbio, atravessando por ponte à margem esquerda, ao lado do centro novo da cidade. A previsão de distância era de 60 km, mas no final, após dar umas voltinhas dentro de Bratislava, acabamos por percorrer 87 km.
Pensamos que seria o primeiro dia de pedalada com chuva, mas apenas o vento se fez presente, e contra, com alguns pingos de chuva. Logo abriu e o sol tomou conta, felizmente. Levou um pouco de tempo até deixarmos a parte urbana de Viena. A ciclovia deixou de seguir à margem do rio e começou a percorrer o interior do Parque Nacional da Áustria, com longas retas intermináveis, com cerca de 10/15 km. É claro que não era feio nem chato, mas às vezes ficava enfadonho, e era só pedal, pedal, pedal. Nenhuma vila, nenhuma cidade. Somente com mais de 40 km rodados passamos por uma cidade, Hainburg, ainda na Áustria, mas quase divisa com a Eslováquia. Lá passamos para a margem direita do rio Danúbio. Do alto do morro já avistamos Bratislava, mas tinha algum chão para percorrer.
Mais uma emoção na viagem, mais um país atravessado, e agora chegamos a Bratislava. De longe já se avistava um imponente Castelo, no alto do morro, do outro lado do rio. Depois descobrimos que a historia do Castelo é do tempo do homem das pedras. 800 a. C. já tinha algum ser humano por lá explorando a região. Os celtas também passaram pela Eslováquia, que no início do século XX foi unificada com a República Tcheca. Foi invadida pelos turcos, pelos húngaros, que chegaram a criar uma “República Socialista da Eslováquia”, em parte do território. Somente mais para o final do século passado, em janeiro de 1993, tornou-se independente. Bratislava é a única capital da Europa que faz divisa com dois países.
Bom, chegamos à cidade e agora era só procurar pelo Hostel, que havíamos pesquisado dias antes pela internet. Como o mapa no computador estava ao contrário, pensei que ele ficava do lado direito do rio, justamente onde estávamos, porém as placas indicavam o centro do outro lado da ponte, o lado do castelo. Preferimos seguir para o centro histórico mesmo. Lá encontramos com um ciclista, já mais idoso, que abordamos e perguntamos se podia nos ajudar. Percebeu que éramos brasileiros e demonstrou saber nossa língua. Mas ajudar não foi possível, pois disse ser turista de primeira viagem à cidade, e que falava português porque morou alguns anos em Minas Gerais. É austríaco e mora na Alemanha, acho.
Seguimos até a parte histórica e algumas moças, com trajes escolares e pranchetas na mão, que pareciam estar fazendo alguma pesquisa, chamaram nossa atenção, e achamos que podiam nos ajudar. Elas se aproximaram e nos cercaram. Realmente era uma pesquisa com turistas. Nós a ajudamos com a entrevista e elas nos ajudaram com o celular e GPS.  – Tá aqui, olhe. Vocês devem atravessar a ponte e ir para ali, aqui, acolá... (disse uma delas em inglês). Eu estava certo, era do outro lado. Atravessamos de novo a ponte e procuramos a tal rua por tudo quanto é lado, até encontrarmos outro grupo de jovens, homens. Um deles pegou seu celular e apontou: - É do outro lado da ponte, logo atrás do Castelo (também em inglês). Obrigado, disse, e fiquei olhando para a Carmo, incrédulo. Disse para eles que foram umas meninas e tal, e eles deram risada, demonstrando que as conheciam.
Voltamos para o outro lado, e aproveitamos para fazer um tour de bike pela parte histórica. Depois de circular um pouco localizamos o Hostel. Até que o lugar era bom, preço razoável por ser da HI, e bem localizado. Ainda era cedo, nos arrumamos e em cinco minutos já estávamos no Castelo, que fica no alto do morro e tem uma vista linda para a cidade. Deixamos para conhecer melhor a cidade no dia seguinte, já que estabelecemos como de folga para as bicicletas.
Na terça, no café da manhã do Albergue, alguns hóspedes já estavam lanchando, e entre eles um homem grandão não parava de falar, em inglês, embora fosse alemão, o Peter. Falava do Obama, etc etc. Nós chegamos e eu fiquei quietinho, pode? É claro, em inglês, alemão e eslovaco ia ser mais difícil... O papo correu solto e acabamos virando atração. Uma americana, que estava atrás de mim, curiosa, logo começou a conversar comigo. Era a Helen. Pedi desculpas pelo meu péssimo inglês, mas ela estava me compreendendo bem. Falei da viagem que fazíamos, da minha profissão e outras coisinhas. Na frente a Carmo conversava, ou tentava conversar, com o Peter e a Azima (esposa dele, de origem árabe), que continuava falando. Momento divertido do dia.
Conhecemos os principais pontos turísticos da cidade: O Palácio do Governo, a Catedral, a Igreja dos Capuchinhos, o Portal de São Miguel, o Memorial Slavin (no alto de um morro e que homenageia os mortos na guerra), o Teatro, entre outros. A cidade é cheia de estátuas, e vale a pena tirar umas fotos. Junto à ponte principal existe uma torre bacana, com um restaurante/mirante no alto.
A cidade nos agradou bastante. Pelos relatos que vi antes de viajar, e que eram mais antigos, demonstravam certa “resistência”. Acontece que desde 2009 o país adotou o euro como moeda, e está crescendo e se modernizando. Rodando um pouco pela beira do rio, observamos uma porção de barcos de passageiros, não muito grandes, em função do calado para navegar no Danúbio. São simples por fora, mas confortáveis por dentro, com deck em cima para descanso. Fazem viagens longas pelo rio, atravessando países. Na sequencia percebemos que havia lindos bares e restaurantes, inclusive uma churrascaria brasileira, e ficavam do lado externo de um lindo e moderno Shopping, voltado para o Danúbio.
Bom para um homem é rodar por um Shopping com a mulher, e saber que ela não vai poder comprar nada, porque não pode carregar na bagagem (rs). Por favor, ninguém vai aí dar a dica para ela despachar, tá?
Quando entrei no shopping vi muitas bundas. Aliás, eu fui lá só para ver bundas eslovacas. Algumas lojas vendiam bundas, mas ninguém dava de graça. Tinha bunda de vários tamanhos; umas mais fofinhas e outras que pareciam tábuas. Calma, calma. Não se preocupem, porque não estou falando besteira. Bunda, em eslovaco, significa “jaqueta”. Mas se você acha feio falar bunda, então fale sako, é a mesma coisa.
Dia completo, hora de descansar, pois o próximo dia tem previsão de mais de 80 km.
Deixando Viena

Ídem

Retões intermináveis...

Lagoas do caminho

Algumas vilas

Belas paisagens

Hainburg, na Áustria, divisa com República da Eslováquia

Linda imagem ao chegar em Bratislava ( O Castelo)
O Castelo


A Catedral

Linda vista do alto do Castelo, com destaque para a Torre da ponte
Vista da cidade
Vistra da Catedral


Um dos Portais do Castelo





Palácio do Governo

Memorial aos mortos na guerra

Vista da cidade

Estátua
Mais uma...
E outra...
Linda imagem noturna da Torre da Ponte
O Castelo visto de noite.



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