quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ZAGREB

ZAGREB

Depois de uma noite de temporal, o dia amanheceu com céu claro, sem nuvens, mas de um frio incrível. Talvez a temperatura estivesse em torno de 10 graus, mas a sensação térmica deveria ser de zero. Esta segunda-feira, dia 08 de outubro, era especial, porque seria a passagem para outro país novamente. Desta vez deixaríamos a Hungria e ingressaríamos na Croácia.
Bem agasalhados pegamos nossas bicicletas e deixamos a cidade de Nagykanizsa para trás. Outra vez pela estrada “7”, sem acostamento ou ciclovia, em direção à Letenye, última cidade da Hungria antes de atravessarmos para a Croácia. Depois de uns 25 km bem tranquilos, chegamos à divisa dos dois países, separados por uma ponte sobre o rio Drava. Em ambos os lados tivemos que passar pela Polícia da fronteira para verificação e carimbo no passaporte. Ainda do lado húngaro, fomos a uma banca de câmbio, pois a moeda da Croácia é a Kuna, que embora tenha um nome parecido, não tem nada a ver com as “Korunas” (coroas) dos outros países. O termo “kuna” deriva do animal “manta”, que antigamente servia de moeda de troca. Cada euro compra em torno de 7 kunas. Os centavos chamam de “lipa”, portanto, 100 lipas = 1 kuna.
A senhora que nos atendeu na “casa” de câmbio, a Dona Eva, é muito simpática, não falava o inglês, mas disse que falava italiano; e lá fomos nós trocar de idioma de novo e “arranhar” algumas palavras em italiano. Ela nos entendia bem e demonstrou surpresa e admiração pela nossa aventura, ficando feliz por sermos brasileiros, pois seu filho tem um amigo brasileiro que mora em São Sebastião, litoral do estado de São Paulo, e sente a distância longa que dificulta os dois se encontrarem mais vezes. Ficou com os dados de nosso blog, dizendo que iria consultá-lo.
Do outro lado, na Croácia, após nos atender no guichê próprio, o oficial foi ao nosso encontro (estávamos parados para guardar os passaportes). Gentilmente, em inglês, nos indicou o caminho a seguir de bicicleta, já que não poderíamos trafegar pela auto-pista.
Através de uma estrada secundária, cruzamos por diversos lugarejos, como Gorican, Hodosan, Palovec, Mala Subotica, Stefanec e Cakovec, onde paramos para um breve lanche. Depois Puscine e Varazdin, esta uma cidade maior, com campo de futebol e tudo o mais. Até ali a superfície era plana, mas víamos logo à frente a “encrenca”: morros. A direção era aquela e não havia outro jeito a não ser entrar no sobe e desce, e ainda faltam 80 km. Acho que por “sarcasmo”- pelo menos para quem pedala parecia - eles deixam placas antes das subidas, com a indicação da porcentagem de inclinação, ou seja, 10%, 8%, 9%, e assim foi. Felizmente teve a compensação, pois segundo aquele princípio: tudo que sobe, desce, não é? Foi. Felizmente.
Atravessamos por mais alguns pequenos lugares, como Tomasevec, Kfrisanec, Novi Marof, Gornje Makojisce, Sv Ivan Zelina, até chegar a Zagreb. Duas coisas chamaram a atenção: primeiro foi o fato de que todas essas pequenas cidades tinham em comum, casas com um pequeno parreiral em seu jardim; outro, é que existem muitos bares/café pela estrada, muito aconchegantes, porém muito caros. Aliás, esta foi a visão até aqui da Croácia: as coisas parecem mais caras do que nos demais países que visitamos.
Chegamos ao anoitecer, e levamos um tempão para chegar ao “Centar”, que significa centro, em português. Nisso, como não havíamos comido muito durante o dia, acabamos dando uma “escorregada” na alimentação: vimos aquela placa vermelha, ali na frente, de uma famosa lanchonete americana de fast food, e não aguentamos, engolimos aquelas coisas todas...
Depois só foi localizar o Albergue, obtendo a ajuda de um ciclista, que, curioso, veio conversar conosco. Batemos um papa e ele se prontificou a nos acompanha até a nossa rua, que estava de certa forma perto. Estranhamente parou a umas três quadras do hostel, e disse para continuarmos; virou e foi embora (?!).
O Hostel, bem localizado, embora não fosse dos melhores que já ficamos, nos permitiu passear por toda Zagred com facilidade. Deixamos as bicicletas de lado. Existem ciclo faixas, mas os ciclistas costumam pedalar pelas calçadas e nas ruas, mesmo com a linha de ferro dos bondes elétricos. Fica perto da estação de trem e não muito longe da de ônibus. A cidade não é muito grande, e o mapa de turismo local sugere dois roteiros para se fazer a pé. Não existem aqueles ônibus que circulam por pontos conhecidos, tipo Hope On, Hop Off. Assim conhecemos a Catedral, que está em reformas, o Teatro, Museu e os principais monumentos. Tudo isso na terça, dia 9. Deixamos a quarta-feira, dia 10, para irmos ao Parque Nacional de Plitvicka Jezera (Plitvice).
Vale lembrar aqui, que quando estava atualizando o blog, na noite em que chegamos, no Albergue, escutei alguém atrás de mim falando português, e não era a Carmo. Virei e comecei a conversar com a Larissa, que está junto com seus amigos Daniel e Thais, curtindo as férias pela região, "mochilando". Estão muitos felizes e fazendo um percurso meio que ao contrário do nosso. Fica aqui nosso abração a esses jovens bacanas de São Paulo.
Pegamos um ônibus de linha às 08h40 (105 kunas p/pessoa), e chegamos à entrada II às 11h00 (são 140 km de distância de Zagreb). Depois de encontrarmos um pouco de dificuldade de achar o início do parque, assim  como os demais turistas que estavam no mesmo ônibus, pagamos nosso ingresso (110 kunas /pessoa), que da direito ao uso do bondinho e de um passeio de barco pelo lago maior. O tempo estava chuvoso e frio, mas mesmo assim valeu a pena. É simplesmente maravilhoso. Foram horas caminhando, passeando e curtindo o local. Talvez as fotos que vamos postar não traduzam toda a beleza do local.
A Croácia ainda tem a oferecer o seu litoral, com inúmeras ilhas no mar Adriático, mas desta vez não vai ser possível conhecer.
O país é o mais desenvolvido daqueles que fizeram parte da antiga Ioguslávia, e a partir de primeiro de julho de 2013, deve fazer parte da Comunidade Européia. Separou-se da Ioguslávia em 25/06/1991, o que provocou sua invasão pelo exército federal, que estava sob domínio sérvio. Em 1992 foi reconhecido como independente, e em 1995 recuperou os territórios ocupados pelos sérvios. Até hoje existem marcas da guerra civil, inclusive o “cemitério” de tanques de guerra (muitos eram artesanais). Ficamos muito felizes de conhecer essa região, com essa recente de libertação e construção da democracia. O povo parece viver bem, e a classe média, consumista, cresce a cada dia.

Fotos: De Nagykanizsa a Zagreb






FOTOS DE ZAGREG






Pessoal de Zagreb é bonito, né?


FOTOS DO PARQUE NACIONAL DE PLITVICA




























3 comentários:

  1. Tem coisa melhor do quê levantar todo o dia para ir passear? Fico feliz por voces, gostaria muito de estar junto! Abraço!

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  2. Isso aí Donato. Tá tudo muito bom. Seria boa sua companhia, com certeza. Abraços

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  3. Show esse parque hein?? mas pelos casaquinhos não deu prá um mergulho né..... continuem aproveitando que aqui também tá frio!!
    Bj.

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