PRUDENTÓPOLIS
Cidade do Paraná com pouco mais de 50.000 habitantes, de colonização ucraniana, e que fica na região centro sul do estado, a 207 km da Capital Curitiba. Dá para chegar lá pela BR 373, passando por Ponta Grossa (acredito que a melhor opção), ou pela BR 277, passando por Irati. Hoje, cerca de 70% da população ainda é constituída por descendentes desse povo. É a "Ucrânia brasileira".
Interessante apreciar a cultura desses imigrantes ucranianos da região da Galícia, seus costumes, construções (principalmente igrejas), gastronomia, artesanato, etc.
As primeiras famílias chegaram à região no final do século XIX, e foram se assentando por cerca de trinta anos.
O salame krakóvia puxa a fila dos muitos produtos coloniais típicos ucranianos, além de grande produção de mel; povo festeiro, mantém a tradição em grupos folclóricos, festas juninas, as famosas Pêssankas (ovos coloridos típicos) e as Babuskas (bonecas ocas por dentro, que se encaixam umas dentro das outras, formando uma "família", e pode ter até 24 peças).
Mas o que me levou a Prudentópolis foi a quantidade de belezas naturais da região: as cachoeiras. São dezenas e dezenas delas, algumas que se avistam da estrada, outras que precisa um pouco de coragem, preparo físico e equilíbrio, mas sempre vale à pena.
Muitas dessas cachoeiras passam dos 100 metros de altura, por isso a denominação da "Terra das Cachoeiras Gigantes".
O Salto São Francisco é o maior (quase 200 metros); mais bonito e também o mais polêmico. Por muito tempo Prudentópolis e o município de Guarapuava brigaram pela "posse" da mesma. Parece que Guarapuava ganhou o embate, mas isso não tem qualquer importância para quem aprecia a natureza exuberante.
Além do Salto São Francisco, destacam-se os Saltos São Sebastião e M-Lot, Salto São João, Barão do Rio Branco, Manduri e Sete. Salto Jacutinga, Barra Grande e Fazenda Velha, entre outros. Os lindos Saltos Gêmeos podem ser vistos de longe, das estradas rurais.
2007
Fui a Prudentópolis a primeira vez claro, para pedalar por lá. Eu e a Carmo. Ano de 2007. Infelizmente o tempo não estava bom, pegamos muita garoa, e acabamos por pedalar pouco. Ficamos hospedados em um hotel fora da cidade, e de lá seguíamos para os principais pontos. Fiquem com algumas imagens daquele passeio:
2014
Em dezembro de 2014 convidei o amigo Neimar Guebur para ir comigo até lá. Normalmente faço passeios de bicicleta entre o Natal e o Ano Novo, aproveitando o recesso no meu serviço; a Carmo sempre me acompanha, mas neste fim de ano ela não podia.
O Neimar aceitou a empreitada; aliás disse que para onde eu fosse ele toparia, pois também queria dar uma circulada por aí nesse período.
Saímos pedalando de Curitiba no dia 26 de dezembro. Marcamos encontro no Parque Barigui e dali pegamos a BR 277. Escolhemos o caminho por Ponta Grossa.
O dia estava ensolarado, quente, e quando chegamos a Ponta Grossa, pouco mais de 100 km depois, resolvemos parar para almoçar. Perto das três horas quando iríamos deixar o restaurante, percebi o pneu da minha bicicleta furado. Perdemos algum tempo ali. Os ventos mudaram e o sol deu lugar a muitas nuvens, trazidas por ventos mais fortes e prenúncio de temporal, típicos do verão. Resultado: resolvemos ficar o resto da tarde por ali mesmo e dormir em Ponta Grossa.
Conseguimos um hotel bom na saída da cidade. Pedalamos 120 km no dia. Pensamos até que daria para fazer todo o percurso num dia só, mas com aquele clima... Choveu sim, e muito. Foi uma boa
decisão.
Noutro dia saímos relativamente cedo. Tínhamos mais de 90 km pela frente até Prudentópolis. Felizmente a estrada, pedagiada, a BR 373, está com acostamento perfeito; a altimetria não é comprometedora, e o clima estava bem agradável. Chegamos na cidade por volta das treze horas.
Combinamos de largar as bicicletas no resto do dia. Preferimos passear a pé pelo centro e deixar para os próximos dois dias, pelo menos, os passeios pela rota das cachoeiras.
Na manhã seguinte partimos para as cachoeiras. Primeiro uma bela estradinha de asfalto, depois chão, até chegarmos à uma propriedade particular. Lá pagamos uma pequena taxa para visitarmos as cachoeiras Salto São Sebastião e MLot. Antes de descermos a encosta, o Neimar aproveitou para fazer uns consertos em sua bicicleta.
Depois voltamos em direção da cidade, e a 5 km dali paramos no Recanto Perehouski. Na ida já havíamos parado por lá para agendar o almoço; a família dona do recanto atende maravilhosamente, e faz uma comida super deliciosa, a preço honesto. Fizemos uma pequena trilha à beira do rio, onde existem várias pequenas quedas d'água.
Vejam pela sequencia de fotos como foi essa parte do dia. Não há necessidade de se falar mais nada...
Depois do almoço e um bom descanso, pegamos a estrada novamente, e fomos direto até o Salto São João. Pelo horário, achei melhor visitar apenas o mirante, para observá-lo de frente, de longe. Existe a possibilidade de visitá-lo na parte de cima, passando por uma propriedade particular, onde cobram pequena taxa para a entrada. A visitação na parte de baixo é de difícil acesso, demanda tempo e um guia experiente. Só as fotos para transmitir um pouco mais desse local.
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Igreja típica ucraniana |
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Curucacas |
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Recanto Cassiano, no caminho para o São João |
Chegamos no final da tarde à cidade, já com os faróis das bicicletas ligados. Maravilhoso!
Reservamos a manhã do dia seguinte para pedalar até o Salto Barão do Rio Branco e Manduri, que ficam mais próximos da cidade, no sentido contrário daqueles do dia anterior. Junto ao salto Manduri, existe o Recando Rickli, com estrutura para acampamento, churrasqueiras, parquinho, piscinas, restaurante, etc. Lavamos nossas bicicletas por lá. Curtimos bem a região e na volta para a cidade passamos no restaurante Chalé, à beira da estrada, para almoçar.
Como era dia 29 de dezembro, e se voltássemos pedalando seriam dois dias, pelo menos, deveríamos chegar bem na véspera de ano novo e complicaria nossa situação com os familiares; resolvemos voltar de ônibus mesmo, e naquela noite. Fim de mais um passeio gostoso, em companhia agradável do amigo Neimar e curtindo a vida de bicicleta em meio à natureza.
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Salto Barão do Rio Branco |
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Salto Manduri |
2015
Em abril de 2015 resolvi levar um grupo de amigos até lá. Fretei uma Van do amigo Gusso com 18 lugares e reservei um Hotel na cidade de Prudentópolis. Fiz o convite e se habilitaram para participar desse passeio, além de mim e da Carmo, os amigos Gil, Márcia, Daniel, Andreia, Helio, Helia, Helio Neto, Rubens, Nascimento, Weberson, Diego, Henri, Marlon, Sartori, Rapha e Silmara. Também resolveram nos acompanhar, porém foram de carro, o Gean e a Cibelle.
Partimos num sábado bem cedo, e às dez e trinta já estávamos na cidade nos aprontando para o primeiro dia de passeio. Fomos direto ao Recanto Perehouski, onde fizemos a visita à trilha e as pequenas cachoeiras do local; almoçamos, descansamos um pouco e partimos para as lindas cachoeiras dos Saltos São Sebastião e MLot.
Alguns não desceram as encostas para conhecer essas belezas naturais; os que desceram não se arrependeram, pois realmente é indescritível a emoção. Depois reunimos o grupo e fomos dar uma caminhada pela mata da propriedade, onde existe uma pequena gruta, ao lado de um outro salto, o Santo Antonio.
Tinha pensado em levar o grupo ainda no sábado para conhecer o Salto São João, mas o horário já avançava e a noite caia. Embarcamos as bicicletas na Van e voltamos para a cidade. Fizemos uma confraternização com quase todos do grupo num bar/restaurante do centro (a noite era livre para o grupo), e depois restava apenas descansar, pois o dia seguinte prometia.
Saímos cedo e fomos direto, embarcados, até o Salto São João; depois de contemplar essa outra maravilha, tanto pelo mirante como por dentro da fazenda, com vista do alto da cachoeira. A primeira parte da manhã estava completa. Retornamos à cidade, no pedal, passamos pela entrada da cidade e seguimos em direção dos saltos Manduri e São Sebastião.
Apesar das dificuldades para alguns, tendo em vista a quilometragem percorrida, e algumas subidas, todos adoraram o passeio e a visita às cachoeiras. A maioria retornou pedalando para a cidade; outros, já cansados, preferiram embarcar na Van, que estava lá justamente para esse tipo de apoio. No caminho paramos para almoçar no Restaurante Chalé. Antes do final da tarde estávamos todos recompostos por um belo banho e retornando para Curitiba. Maravilha!