CAMINHO DA FÉ
SERTÃOZINHO a APARECIDA
No primeiro semestre de 2019, o amigo José Roberto Faria (Zé Roberto)
chegou a me convidar para fazer o Caminho da Fé (CF). Outros amigos iriam
junto, fazendo um pequeno grupo. Disse a ele que já tinha programação de
cicloturismo para setembro, pois iria fazer mais uma parte das Chapada dos
Veadeiros e novamente também o Jalapão, na companhia da esposa Carmo. Achei que
seria muita coisa para o período, já que ele programara para outubro.
Mas num passeio de bicicleta com nossa turma, pela região metropolitana de Curitiba, em que ele estava presente, isso no mês de agosto, a Carmo me alertou
que o Zé Roberto estava prestes a fazer o CF, e perguntou para mim por que eu
não ia junto. Será? Disse. Ela disse que não poderia fazer um pedal tão pesado,
em função do seu joelho ainda com problemas, mas nada impedia que eu fosse
junto. Ainda mais que ela ficou sabendo que as pessoas que iriam acompanhá-lo,
desistiram.
No mesmo dia, em casa, mandei mensagem para ele perguntando se aceitaria minha companhia, e ele de pronto assentiu, ficando muito feliz com minha decisão.
Então era hora de saber do seu planejamento, e tudo o mais que precisava para a jornada. Marcamos um dia na casa dele, e com a presença de outros amigos, sendo que um tinha experiência do CF, traçamos nosso plano de viagem.
No dia 13/09/2019 embarcamos na Rodoviária de Curitiba em
direção a Ribeirão Preto. Chegamos de manhã cedinho no destino, e
na Rodoviária local desembalamos as bicicletas, montamos, e pegamos estrada com
destino a Sertãozinho, perto dali.
É preciso aqui, agora, fazer um parêntese para explicar um pouco sobre o CF, e porque escolhemos partir dali.
" O Caminho da Fé (Brasil), inspirado no milenar
Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), foi criado para dar estrutura às
pessoas que sempre fizeram peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida,
oferecendo-lhes os necessários pontos de apoio e infraestrutura. A ideia da sua
criação ocorreu após um dos organizadores percorrer por duas vezes o conhecido
caminho espanhol. Imbuído do propósito de criar algo semelhante no Brasil,
convidou alguns amigos aos quais expôs seus planos, tendo recebido pronta
acolhida dos mesmos. Assim, o trio composto por Almiro Grings, Clóvis Tavares
de Lima e Iracema Tamashiro e no princípio ajudado por outros amigos
voluntários dentre os quais, Aparecida de Lourdes Dezena Cabrelon, deram início
aos primeiros contatos com prefeituras e paróquias das cidades por onde
passaria a trilha.
Com ajuda de um mapa e partindo de Águas da Prata, foi imaginado um
caminho que chegasse até Aparecida privilegiando a rota mais lógica e que
atendesse ao perfil peregrino, sem interferência
política. O Caminho da Fé foi inaugurado em 11.02.2003 na cidade de Águas da
Prata/SP. Dando continuidade, seu traçado poderá sempre ser alterado, visando
agregar outras cidades. Atualmente em 2016 a Rota é composta por cerca de 970
km, dos quais aproximadamente 500 km atravessam a Serra da Mantiqueira por
estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto, proporcionando momentos de
reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza.
Seguindo sempre as setas amarelas, o peregrino vai reforçando sua fé observando
a natureza privilegiada, superando as dificuldades do Caminho que é a síntese
da própria vida.
Aprende que o pouco que necessita
cabe na mochila e vai despojando-se do supérfluo. Exercitando a capacidade de
ser humilde, compreenderá a simplicidade das pousadas e das refeições. Em cada
parada, estará contribuindo para o desenvolvimento econômico e social das
pequenas cidades e propiciando a integração cultural de seus habitantes com a
dos peregrinos oriundos de todas as regiões do Brasil e de diferentes partes do
mundo.
Em 15/08/2003 foi criada a Associação
dos Amigos do Caminho da Fé com sede na cidade de Águas da Prata/SP composta
por um Conselho Deliberativo representado pelos prefeitos integrantes e uma
Diretoria Executiva que desde então subsidia todo o funcionamento da Rota." (Extraído
do site caminhodafe.com.br)
Justamente em função de ser um dos pontos mais distantes de Aparecida,
e começa no Km 572, que escolhemos partir dali de Sertãozinho,
aproveitando melhor o CF. Pesa o fato de estarmos de bicicleta, um tanto mais
fácil do que a pé, onde as longas distâncias também demandam mais tempo para
percorrê-lo.
Dito isto, segue o relato da viagem:
De Ribeirão Preto a Sertãozinho foram
apenas 25 km. Primeiro rodamos pelo centro da cidade, tomamos um bom café da
manhã na praça principal, conhecemos alguns locais importantes dali, e pegamos
a estrada, saindo por bairros cuja altimetria era bem pesada.
Seguimos principalmente por estradas de chão, no meio de plantações de cana-de-açúcar. Bacana conhecer aquelas paragens. Antes do almoço já estávamos por lá, e fomos direto ao Hotel previamente reservado pelo Zé Roberto, onde também pegamos nossa credencial do peregrino (alguns chamam a gente de bicigrinos). Em todas as cidades do CF tem pelo menos um ponto de entrega dessa credencial. É preciso carimbá-la durante o trajeto, dando direito ao certificado no final.
No dia 15 de setembro começamos oficialmente o CF. Deixamos o Hotel e bem na frente já aparecia a primeira seta indicativa do caminho. Poucos metros à frente e outra demonstrava que deveríamos pegar à esquerda na rótula. Assim fizemos. Mas ao passarmos o portal da cidade e chegarmos numa outra rótula, já não encontramos mais as famosas setas.
Só depois percebemos que
deveríamos ter seguido na contramão, talvez pela calçada do outro lado da rua
de duas pistas, para pegar o caminho correto.
Agora já era; pegamos o caminho dos carros, por asfalto até a próxima cidade,
Escolhemos fazer nesse primeiro dia
até a cidade de São Simão, passando por Cravinhos.
Interessante que quando pegamos o caminho correto, em Santos Dumont,
percebemos que a direção nos levava até próximo a Ribeirão Preto,
local onde chegamos de viagem de ônibus. Quanto mais perto chegávamos,
avistávamos muitos prédios, o que achamos estranho, pois de antemão sabíamos
que Cravinhos não era uma cidade tão grande.
Saímos da estrada de chão e
chegamos a uma bela avenida pavimentada, de duas pistas. Passamos por um Campus
Universitário, que dizia ser de Ribeirão Preto. Estranho,
pois nosso destino era Cravinhos, e estávamos seguindo direitinho
as placas indicativas do CF. Chegamos a pensar que se tratava de um Campus
Avançado da Universidade. Resolvi consultar meu GPS do celular. Estávamos
realmente num bairro de Ribeirão Preto.
Mas não havia qualquer erro, a cidade é grande, e também por lá é possível iniciar o CF, sendo que a primeira cidade a partir dali era Cravinhos. Solucionada nossa dúvida,
era só seguir normalmente, sempre com as setas indicativas sendo observadas,
quase quilômetro a quilômetro.
Depois de 87 km pedalados,
chegamos à simpática São Simão. Belas paisagens no caminho,
muitas subidas (pouco mais de 1000 m de ascensão), calor de rachar, um pneu
furado, poeira e pessoas acolhedoras. Melhor foi chegar lá, e depois do jantar,
experimentar o melhor sorvete do Brasil, na Adriano sorvetes artesanais; feitos
com elementos naturais, sem gordura e pouco açúcar. Laranja com gengibre,
morango com manjericão, melancia com hortelã, cana-de-açúcar, limão com
capim-santo, jabuticaba, fruta do conde, Cambuci, e muitos outros. Verdade,
provamos um pouco de cada... Show!!!!
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Primeiro pneu furado |
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Encontro com peregrinos |
A indicação para pernoite lá, pela Associação do Caminho da Fé, era o Hotel com o nome da cidade. Sim, é possível saber todas as pousadas e hotéis credenciados pelo caminho, os custos, além de outros estabelecimentos. É tudo muito bem organizado, e funciona. Caso não tenha feito a reserva antecipadamente, pode ser feita enquanto faz o percurso, no mesmo dia da peregrinação.
Hora de deixar São Simão.
Traçamos como destino do dia a cidade de Tambaú. Foram quase 70 km,
com uma boa dose de subidas acumuladas, que também ficaram próximas a mil
metros.
Novamente muito calor, compensado por belas paisagens, com um relevo que se modificava a cada curva, subida ou descida.
No meio do caminho uma estância,
com piscina. Ninguém na propriedade, mas encontramos água fresca para beber,
sombra para nos abrigar, descansar e lanchar com o que tínhamos carregado.
Depois, para sair, atravessamos porteiras e pegamos trilha encharcada de
lama.
Passamos pela cidade de Santa
Rosa do Viterbo e um pouco antes da entrada da cidade de Tambaú,
refrescamos um pouco o corpo numa pequena, mas volumosa cachoeira artificial à
beira da estrada. Descobrimos mais tarde que era proveniente de uma represa
logo acima.
Ficamos hospedados no centro, perto da Igreja Matriz, mas depois, ao sairmos da cidade no dia seguinte, vimos que poderíamos ter feito diferente, pois a Pousada Flor da Terra, na saída de Tambaú, era muito mais
aconchegante, com vista magnífica para um vale.
No terceiro dia do passeio,
deixamos Tambaú para percorrermos cerca de 73 km até um pouco
adiante da cidade de Vargem Grande do Sul. A altimetria foi ainda
maior que o dia anterior, com mais de 1400 m de subidas acumuladas.
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Dona Cidinha e nós, na manhã seguinte, prontos para partir às 7
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Hora de deixar a Dona
Cidinha e seguir. Nesse quarto dia previmos chegar a Andradas, 64
km dali, já no estado de Minas Gerais.
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Batemos um papo com um experiente peregrino, que partiu bem mais cedo da Cidinha. |
Cruzamos pelo Distrito
de São Roque da Fartura, que pertence ao Município de Águas
da Prata, cidade na qual paramos para almoçar.
Lá conhecemos a Associação do Caminho da Fé, e demos uma volta para então voltar às subidas e ao caminho propriamente dito. Na região fica o Pico do Gavião, mas não foi desta feita que conhecemos.
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Belas paisagens |
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Mais porteiras |
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Bela trilha entre propriedades rurais. |
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Momento de reflexão numa de tantas capelas do CF |
Depois de muitas subidas
(1652 metros), em outro dia de muito calor, chegamos a Andradas/MG.
Ficamos no Andradas Palace Hotel.
No quinto dia no CF, fizemos 50 km,
com 1.110 metros de subidas acumuladas. Deixamos Andradas em
direção a Inconfidentes, também em Minas Gerais.
Nem 15 km e já estávamos na Serra
dos Limas, sinal de subidas, claro.
Sempre tive a curiosidade em
conhecer a cidade de Ouro Fino, pois todos crescemos ouvindo aquela
música "Menino da Porteira", eternizada na voz de Sergio Reis.
"Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino, de longe eu avistava a
figura de um menino..."
Pois bem, chegou essa hora.
Primeiro passamos por distritos, como Barra, Taguá e Crisólia,
para então vislumbrar o famoso portal da cidade. Muito bacana!
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Árvore enfeitada em Inconfidentes |
Nessa altura, já havíamos passado bem
mais da metade da jornada prevista até Aparecida. Mais um
dia inteiro ainda no Estado de Minas Gerais. Previmos dormir em Estiva,
a quase 60 km de distância de Inconfidentes, e com uma altimetria acumulada
"das boas", de mais de 1.800 metros, o mais pesado de todo o caminho.
O sol, para variar, já cedo reinava no céu e esquentava muito nesse sexto dia. Encontramos vários peregrinos a pé, logo na saída da cidade.
Passamos por Borda da Mata e
começamos a subida até a "Porteira do Céu". Nome sugestivo para um
lugar tão alto assim, mas sempre lembrando que a paisagem, e o momento em si
compensam com certeza.
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Borda da Mata |
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Porteira do Céu. o José Roberto já me esperava... |
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Cheguei!!! Empurrando, é claro, rs. |
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Capinzal |
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Tocos do Moji - Parada para um pastel no Zé Bastião |
Também passamos por Tocos
do Moji, onde comemos um pastel, hidratamos e nos preparamos para mais
subidas...
No meio da tarde, quando iniciávamos mais uma subida, passamos por um casal peregrino a pé. Demos um breve "alô", e a subida foi ficando mais íngreme, ao ponto de eu ter que descer da bicicleta para empurrar. O Zé Roberto seguiu pedalando devagar à minha frente. Já estávamos bem cansados devido ao volume de subidas e ao forte calor; nenhuma novidade...
O casal de peregrino logo me alcançou, pois subia mais devagar que eles. Nesse momento, mais para o final da subida, o Zé Roberto parou numa casa para tentar abastecer de água, além de descansar um pouco, e eu também o segui, assim como o casal.
Conversando com eles descobrimos tratarem-se de irmãos, o Paulo Rogério e a Elaine Cristina, e que não era a primeira vez que percorriam o CF juntos, e provavelmente não seria a última... Muito legal essa amizade de irmãos. E mais, o Paulo Rogério administra a página oficial no Facebook, da Associação Amigos do Caminho da Fé.
Interessante que ele comentou comigo sobre isso, e logo lembrei que havia entrado numa página dessas, a convite de uma amiga. Depois constatei no celular, que era o grupo dele, que hoje conta com mais de 21 mil membros. É muito legal esse grupo, e sugiro que entrem lá antes de percorrerem o CF; tem muitas dicas, fotos, depoimentos, etc..., e serve tanto aos peregrinos como aos bicigrinos. Eu mesmo postei foto lá durante a peregrinação, tendo um retorno grande de curtidas e comentários dos seus membros.
Ficamos algum tempo conversando, e seguimos nossos caminhos. Claro que de bicicleta, principalmente nas descidas, levaríamos vantagem, e chegamos a pensar que não os veríamos mais. Engano, pois disseram que pernoitariam em Estiva, como nós, e até pediram
para a gente confirmar a presença deles na Pousada Poka, reservando um quarto
para eles.
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Paulo Rogério, da Associação Amigos do CF (facebook) |
Foi o que aconteceu.
Chegamos a Estiva, vimos nosso quarto e confirmamos a presença
deles. Atendimento também muito acolhedor de todos. Fomos descansar e quando
estávamos na frente da Pousada, que fica na praça principal da cidade, eles
chegaram. Mais tarde ficamos batendo um bom papo com eles e outros peregrinos.
Bons momentos, muitas histórias...
Na manhã seguinte, o sétimo, o casal de irmãos partiu mais cedo, e tínhamos a certeza que logo passaríamos por eles. Primeiro subimos e descemos a Serra do Caçador.
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Serra do Caçador |
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Zé Roberto, Paulo Rogério e Elaine Cristina |
Não demorou, e lá pelas nove da manhã, na entrada do lugar chamado Consolação, encontramos o Paulo e a Elaine. Seguimos um pouco com eles, conversando, mas como era uma região plana, certamente iríamos mais rápido, e os deixamos. Infelizmente não os veríamos mais nesse dia, pois disseram que pernoitariam em Canta Galo (Município de São Bento do Sapucaí/SP), e nós pouco mais adiante, menos de 10 km, em Luminosa (Município de Brazópolis/MG).
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Consolação |
Na hora do almoço estávamos já em Paraisópolis. Porém, vale lembrar que antes de chegar à cidade, ficamos empolgados talvez com uma boa descida, que erramos o CF original, a 7 km de lá. Acabamos parando no asfalto, onde é mais fácil pedalar, mas o percurso aumentou em 3 km.
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Paraisópolis |
Paraisópolis é uma cidade um pouco maior,
e bem mais movimentada que as anteriores. Cruzamos com diversos peregrinos, a
pé ou de bicicleta, inclusive almoçamos no mesmo lugar que alguns, num restaurante
na praça principal do centro.
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Igreja Matriz de Paraisópolis |
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Deixando Paraisópolis |
Deixamos a cidade, que fica a 870 metros acima do nível do mar, passamos por Canta Galo, próximo a 1200 metros, para então
finalmente chegarmos à Vila de Luminosa, a 900 metros de altitude,
depois de 65 km de pedaladas.
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Canta Galo |
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Canta Galo |
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Luminosa
Subidas acumuladas em 1759 metros, a segunda maior da jornada. Dia muito quente e bacana de novo, é claro. Fomos até um hotel na vila, onde acertamos para pernoitar. Tomamos um banho, descansamos um pouco, e fomos para a pracinha, onde tem a igreja, bem pertinho, procurar algo para comer.
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Igreja de Luminosa |
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Chegando a Luminosa |
Foi muito interessante ver os costumes regionais. Estava acontecendo um casamento, e os noivos acabavam de sair da Igreja quando os vimos, e aproveitei para tirar uma fotografia.
O inusitado é que os convivas ficaram por ali mesmo na praça, pois a comemoração, com "comes e bebes" era num food truck (Van branca) pequeno
que estava estacionado nas redondezas (chegamos a vê-lo quando ainda era dia, e
estava fechado), e cada um pagava a sua conta. Alguns convidados foram até a
panificadora onde escolhemos comer...
A "festa" se arrastou até tarde. Percebemos isto, porque os noivos e muitos dos convidados, acabaram se concentrando no bar que ficava no mesmo prédio do hotel.
Chegamos ao penúltimo dia do CF, e também aquele onde se chega à maior cidade, a bela, acolhedora e turística Campos do Jordão. Eu já havia conhecido, de
muito tempo, quando passei de carro com a família por lá, mas agora era hora de
contemplá-la melhor.
O céu estava mais nebuloso, mas o sol e o calor ainda predominavam. Estávamos aguardando o café, quando escutei conversas na rua. Eu e o Zé Roberto fomos até a sacada e vimos os irmãos Paulo e Elaine passando. Gritamos para eles, que acenaram e disseram que logo nós os alcançaríamos. Perto das sete saímos, e logo depois, no começo da temível subida da serra da Luminosa, encontramos com eles.
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Deixando Luminosa para trás |
Não tinha como pedalar, e fizemos o tempo e a distância passarem, na base do bate papo. O cenário era perfeito, pois as nuvens foram embora e o sol predominou radiante, expondo toda a beleza da serra. A 1400 metros acima do nível do mar, passamos e demos uma paradinha no bairro Quilombo. Depois continuamos a subir, até 1700 metros, quando cruzamos a divisa com o estado de São Paulo. Não voltaríamos mais para Minas Gerais, pois no dia seguinte seria o fim do CF, na chegada a Aparecida, e à Basílica.
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Divisa de Estados - MG/SP |
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Paulo Rogério, Elaine Cristina e eu
Nesse dia também não encontraríamos mais com os irmãos. Dali da divisa dos estados nos despedimos, e era hora de descer um pouco, um bom trecho, inclusive, de asfalto, pelo menos até a Vila Campista, para
subir novamente até Campos do Jordão por estrada de chão, o
destino final daquele dia. Pouca quilometragem (38), mas foram 1622 metros de
subidas acumuladas. Proporcionalmente à quilometragem, foi o dia com maior
altimetria.
Antes de entrar na cidade propriamente dito, conhecemos o Refúgio do Peregrino (foto ao
lado), à beira da estrada, onde fomos bem recebidos pelos proprietários Angela
e Fábio. Pena que não foi possível, pelo nosso programa, dormir por lá mesmo,
porque o local é super aconchegante. Eles atendem apenas peregrinos. Recomendo.
Chegamos à cidade com o clima totalmente diferente, com frio, e tivemos que nos cobrir com os corta vento. Procuramos pela Pousada Primavera, e tivemos que cruzar toda a cidade pela avenida principal. Foi bom, porque já fizemos um pequeno tour.
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Fomos a pé até as principais ruas de Campos do Jordão, na área
onde tem muitos bares e restaurantes. É um lugar muito especial. Escolhemos um
bom lugar para comer, porque sem almoço, estávamos com bastante fome...
A expedição "Caminho da Fé" estava, finalmente, no seu último dia, o nono. Era uma segunda-feira, dia 23 de setembro de 2019.
Parecia um dia especial, e era. Não precisa ser religioso para sentir a energia dessa peregrinação. Estávamos seguindo ao maior centro católico do país, junto ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Apesar de estarmos fazendo cicloturismo, tinha uma força, uma espiritualidade no ar.
Eu e o Zé Roberto não falamos em qualquer momento sobre isso; cada um, nesse sentido, fazia seu caminho dentro de suas expectativas e sentimentos.
Ao contrário de toda a jornada, aquele dia amanheceu muito frio (sensação talvez de uns cinco graus), neblina e garoa.
Para descer a serra até o destino final, precisávamos subir mais um pouco. Estávamos a 1600 metros acima do nível do mar, e fomos a 1900 metros, para então começarmos a descer.
Nesse tempo encontramos novamente com os irmãos Paulo e Elaine. Sabíamos de antemão que eles abreviariam um trecho do caminho, por segurança, e estariam um pouco à nossa frente. Cumprimentamos rapidamente e não os vimos mais, porque dormiriam num lugar antes de Aparecida, para chegar lá somente no dia seguinte.
Também foi nesse trecho, praticamente na metade dos 58 km que percorreríamos no dia, que o Zé Roberto começou a se distanciar de mim. Primeiro em função da subida; ele subia melhor. Depois, pela lama que se formou, tanto no trecho plano, como na descida. Ficou extremamente técnico o percurso, e preferi não correr riscos, descendo muitas vezes da bicicleta. Certos trechos não tinha como parar em cima dela mesmo; derrapava demais.
Escolhemos fazer a descida pelo Gomeral, bairro de Guaratinguetá, e
não por Piracuama, bairro de Pindamonhangaba.
Depois do Gomeral, já na parte baixa, veio o
asfalto, um bom trecho praticamente plano, e finalmente 5 km antes, já se
avistava a cúpula da Basílica.
Cheguei por volta das 11:40, cruzei todo o enorme
estacionamento, que estava praticamente vazio, subi por uma das rampas até à
frente da esplêndida Basílica, e passei a procurar pelo Zé
Roberto. No dia contei 58 km, e 763 metros de subidas. Menos subidas, claro, e
muito mais descidas (rs).
Logo ele apareceu, vindo da lateral da igreja. Havia chegado mais de meia hora antes. Revezamos para ir buscar nosso certificado de peregrino, fornecido pela reitoria da Basílica.
Quando da minha vez, aproveitei para entrar e conhecer melhor a igreja, ficando um pouco absorto nos pensamentos por instantes, sentindo a energia do lugar.
Procuramos, então, um lugar próximo para almoçar, e depois fomos à Rodoviária, para apanhar um ônibus ao nosso destino.
Antes de finalizar este trecho do texto, é preciso salientar, que apesar da experiência em viagens de cicloturismo, cometi um erro junto com o Zé Roberto, na hora de escolher o que levar. Carregamos muito peso. Certamente se o fizer de novo, vou levar ao CF o imprescindível mesmo. Tanto em vestimenta, quanto em ferramentas e peças sobressalentes para bicicleta, bem como higiene pessoal.
Outro fator interessante para levar em consideração, é a época em que percorrê-lo. Fizemos num período de muito calor. Talvez devamos escolher épocas de clima mais ameno. Nesse caso é só perguntar aos mais experientes peregrinos do CF.
"FINISTERRE"
Essa é uma forma não oficial castelhana, para o nome da cidade espanhola de FINISTERRA, que pertence à província da Corunha, Galícia.
Estou fazendo referência a esse local, posto que é muito comum os peregrinos do Caminho de Santiago, depois de chegar a Compostela, esticar o percurso até lá, mais a oeste, junto ao mar, e então considerar cumprida a missão.
E o que isto teria a ver conosco? Pois bem, é que resolvemos esticar também nossa viagem até o litoral, e mais, voltar pedalando até Curitiba.Tínhamos tempo, e, aparentemente, disposição.
Eram duas as opções, e em ambas incluía seguir de ônibus até um pouco mais distante de São Paulo, capital, e depois seguir pelo litoral sul paulista, até o litoral norte paranaense, e então subir a serra até Curitiba, pela BR 277, ou até mesmo pela Graciosa. Seriam, talvez, mais uns 300 km para a conta...
A primeira era ir até Miracatu, às margens da BR 116, pegar a SP 222 até Iguape e Ilha Comprida, para depois Cananeia em diante.
A outra opção era ir até Registro, onde os pais do Zé Roberto moram, e de lá seguir a Iguape e Ilha Comprida, por estradinha de chão que margeia o rio Ribeira.
Entendemos ser melhor ir a Registro mesmo, posto que assim o Zé Roberto matava as saudades dos pais, e poderíamos ficar dois dias pelo menos, descansando.
Na Rodoviária de Aparecida procuramos por um ônibus até Registro; e quem diz que tinha? Teríamos que seguir até a capital, e de lá pegar outro ônibus. Como não tinha jeito mesmo, assim o fizemos.
No meio para o final da tarde chegávamos ao Terminal Tietê. Fiquei com as bicicletas e o Zé Roberto foi atrás das passagens. Voltou preocupado, pois tínhamos um grande impasse: somente o Terminal Barra Funda possuía empresas com transporte até Registro.
- Tá. E onde fica esse terminal?
- Não é muito longe, fica um pouco mais para a frente, aqui mesmo perto da marginal Tietê.
O problema, não mencionado ainda, é que o Zé Roberto teve a corrente arrebentada de sua bicicleta, a poucos metros da Rodoviária de Aparecida. Tentei consertar, mas o power link que ele carregava não era
apropriado para aquela corrente. Então não tínhamos como ir pedalando até o
outro Terminal. Mesmo que a bicicleta estivesse em ordem, como faríamos para
chegar, com o trânsito caótico de lá, e sem conhecer nada?
Perguntamos, então, como poderíamos fazer, e de pronto disseram que poderíamos ir de Metrô. Claro, fácil, é só pegar o Metrô...
- Mas pode ir com bicicleta no Metrô?
- Sim, é possível.
Acreditamos, e lá fomos nós correndo, desmontados, claro, por entre a multidão, até o terminal do Metrô. Compramos os bilhetes, e ficamos sabendo que deveríamos seguir sentido Sé, descer, e pegar outro sentido Terminal Barra Funda.
- O quê? Ainda devemos fazer baldeação?
- Sim senhor...
Então tá, lá vamos nós. Que nada, já na roleta, achando que poderíamos passar com as bicicletas por uma porta lateral, a funcionária da empresa olhou para nós, para as bicicletas, e disse:
- Não podem transportar bicicletas.
- Mas como, disseram lá atrás que poderíamos.
- Sim, mas tem um horário apropriado, e não é agora.
- Como fazemos senhorita? Estávamos até assustados. Depois de algum tempinho ela continuou:
- Bem, se vocês desmontarem e embalarem as bicicletas, então é possível.
Nem esperamos ela terminar a frase, e começamos a desmontá-las. Tiramos as duas rodas, juntamos ao quadro, amarrando com o que tínhamos disponível (fita adesiva e tiras de borracha). Alforjes de um lado, e bicicleta do outro, segurando pelo quadro, entramos.
No sufoco, e apertados dentro do vagão, fizemos o primeiro trecho. Orientados por usuários, deixamos a linha e fomos correndo até a outra. Mais sufoco. Ufa! Chegamos ao Terminal Barra Funda.
Compramos os bilhetes, e ainda tivemos tempo para comer algo, descansar um pouco, e então seguir até Registro sossegados.
Ficamos dois dias inteiros por lá, sendo muito bem acolhidos pelos pais do Zé Roberto, a Dona Maria e o Sr. Faria. Aproveitamos para consertar bicicleta e lavá-las. Tudo pronto para seguir ao litoral.
Saímos da cidade e atravessamos a BR 116, ficando no acostamento sentido São Paulo, até atravessar a ponte sobre o rio Ribeira, para logo em seguida pegarmos à direita numa estradinha de chão, que margeia aquele rio por cerca de 24 km. Visual bonito, estrada boa, plana, tempo bom. Bem bacana mesmo.
Bastou virar à esquerda, e sair da beira do rio, que as coisas começaram a ficar um pouco complicadas. Havia chovido dias antes, e um trecho de vários quilômetros estava um barro só. Em alguns pontos tivemos até que descer das bicicletas e empurrar.
Dali foram mais uns 20 km até o asfalto da SP 222, que leva até Iguape. Antes de chegar lá, paramos à beira de um riacho, tiramos o máximo que pudemos de lama das bicicletas, e fizemos um lanche com algumas guloseimas que carregamos.
Seguimos pedalando sossegados até Iguape, onde paramos para almoçar. Circulamos um pouco pela histórica cidade, tiramos algumas fotos, e atravessamos a ponte que liga à Ilha Comprida, que fica a menos de 5 km de distância.
Agora vinha a parte mais complicada: enfrentar os mais de 50 km até Cananeia, o destino que escolhemos para o dia. Isto porque a maior parte é feita pela areia da praia, e não sabíamos se a areia estava firme o bastante, nem se o vento estaria a favor. Seriam as condições ideais. Mas na prática...
Começamos pela rua, curtimos o trecho urbano da vila, para só uns 20 km depois, perto da localidade de Pedrinhas, entrarmos na areia da praia. E aí veio a areia pesada e o vento forte contra; tudo que não queríamos. Foram mais uns 30 km desse jeito, fazendo com que parássemos de tempo em tempo, para recuperar as forças. O Zé Roberto sofreu um pouco mais com esse tipo de “terreno”, já que eu
estou acostumado a pedalar pela praia, quando percorro o Nordeste.
Acompanhamos o pôr do sol e já no lusco-fusco chegamos à chamada praia de Antonio Martins. Paramos para hidratação e um pouco de descanso, para então ir até a balsa, que atravessa o canal até Cananeia, cerca de 4 km adiante. Fechamos em 125 km no dia.
Nada como uma boa janta, e uma boa noite de sono, para revigorar. Mas para nós, só isso não foi suficiente. Antes animados que estávamos para seguir pedalando até Curitiba, começamos a mudar os planos, e o Zé Roberto fez contato com uma nossa amiga, a Cida, que se prontificou a nos buscar em Paranaguá de carro.
Agora, fecharíamos nosso belo passeio pedalando pelo Lagamar; lugar fantástico, motivo de tantas outras passagens de bicicleta. Tínhamos, então, duas possibilidades: a primeira por terra, em estradas de chão, e pegar a Trilha do Telégrafo até Guaraqueçaba, e de lá um barco até Paranaguá; a outra, parte por terra e outra de barco, seguindo até o Ariri por terra, e de lá até o Superagui de barco.
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Travessia Cananeia a Itapitangui
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Optamos pela segunda. Passamos por Itapitangui, também pela comunidade quilombola do Mandira, onde demos uma parada para cumprimentarmos os patriarcas, Chico e Irene, pais do Nei Mandira, que também toca as atividades, principalmente o cultivo de deliciosas ostras. Recomendo a todos dar uma passada por lá e apreciar o acolhimento deles, conhecer um pouco da cultura e saborear as guloseimas. Fica a apenas 10 km de Itapitangui. E quem gosta de caminhadas, dá para ir até o rio Mandira, fazer trilha e conhecer uma cachoeira. |
Dona Irene Mandira |
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Comunidade Quilombola do Mandira |
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Senhor Chico Mandira |
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Chegada no Ariri |
No Ariri. 66 km depois, almoçamos na Dona Maria, onde também aproveitamos para negociar a travessia de voadeira até o Superagui.
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Ariri |
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Visão de dentro do restaurante |
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Já no barco - início do passeio pelos canais do Lagamar |
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Ararapira, na ilha do Superagui/PR |
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Praia Deserta |
O barqueiro nos deixou na areia da ilha do Superagui, na chamada Praia Deserta, que justifica muito esse nome, pois praticamente não reside ninguém.
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Infelizmente tinha uma porção dessas arraias mortas na praia |
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Início da trilha
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Aproximadamente 25 km e chegamos à vila, cortando caminho por uma linda trilha.
Passamos apenas uma noite por lá, na Pousada do Carioca (onde sempre fico quando vou lá), para já de manhã cedo pegar a voadeira até Paranaguá.
Fim de uma bela jornada com o amigo Zé Roberto. Fiz muito bem em aceitar o convite dele. Agora fica o gostinho de quero mais.
Dias depois que voltamos para Curitiba, o Zé Roberto postou o seguinte nas redes sociais:
"Depois da chegada em Curitiba é hora
de agradecer em público ao amigo e grande parceiro Sergio Riekes.
Mas por que agradecer em público?
Ora, porque é pública a dedicação do Sérgio à prática do ciclismo. Há tantos
anos eles dedica a agregar pessoas a esse estilo de vida saudável. Obrigado
Sérgio por enfrentar muita poeira, muito, muito calor junto comigo e assim
realizar esse pedal difícil e por vezes exaustivo. Agradeço também à Maria do Carmo Riekes por sugerir a ele me acompanhar (a
surpresa de receber mensagem do Sérgio para me acompanhar me encheu de
satisfação). Pedalamos por 09 dias no Caminho da Fé e de bônus mais alguns dias
pelo litoral sul de São Paulo até chegar em Superagui/PR. Foi muito, muito
bom!! Obrigado,meu amigo, a amizade se fortalece e minha admiração pela sua
dedicação ao ciclismo se amplia. Um forte abraço."
E eu respondi assim:
"São tantas emoções (rs). Você me deixou sem jeito agora... eu que agradeço por esse
carinho. Foram dias maravilhosos que passamos juntos, no Caminho da Fé ou no
litoral. Vc é o “rei da montanha”, e eu o “príncipe das areias” . Foi uma
parceria incrível, e uma experiência sem igual.
Registro aqui publicamente, também, que fui
especialmente recebido pelos pais do José Roberto Faria em
Registro, pelo que fico eternamente agradecido. Valeu amigo, e que venham tantos
outros pedais."