terça-feira, 10 de setembro de 2013

ROTA DAS EMOÇÕES - Jericoacoara

JERICOACOARA

05/09/2013 – quinta-feira

Acertamos um passeio de bugue pela região. Depois de um gostoso café, o Neguinho e o Lindomar já nos esperavam na frente da pousada para uma nova aventura.
Jeri, como é carinhosamente conhecida, tem diversos atrativos que encantam a todos, principalmente estrangeiros, que nessa época lotam suas pousadas. Esportes ligados ao mar e ao vento atraem apreciadores de todo o mundo. Nós tiramos o dia para vivenciar um pouco de tudo que lá existe. E foi intenso.

O bugue sai da pequena e charmosa vila passando de cara pela duna Por do Sol, famosa por ser o destino de quase todos ao final da tarde, que visualizam um momento sublime, com o sol se ponto no horizonte, “mergulhando” alaranjado dentro do mar. Não tem como deixar de se emocionar e aplaudir a mãe natureza.
Correndo pela praia, cerca de 6 km à frente, uma parada para o pessoal conhecer os cavalos marinhos. Lá, na vila de Mangue Seco, alguns nativos aguardam para atender os turistas, que por R$ 10,00 por pessoa conduzem o grupo em canoas a remo, e entre os galhos dos arbustos do mangue, recolhem os animais e os mostram para fotografias. Explicam que é o macho que tem útero e dá a cria, cerca de 800 a 900 filhotes.

O barqueiro falou que o cavalo-marinho é monógamo, e nossos amigos pediram para colocar dois animais no mesmo recipiente, e logo os dois se entrelaçaram, formando um lindo par romântico. Tinha que ser um casal, caso contrário a afirmação anterior não teria validade...
Esses animais são extremamente frágeis, pequenos, e se mimetizam entre os gravetos para não serem localizados por seus predadores, como os peixes baiacus.

De volta ao bugue, uma travessia de balsa até Guriu, outra pequena vila da região. Interessante é ver uma porção de balseiros, enfileirados, fazendo gestos intensos, cada qual querendo convencer ao seu modo, o condutor do carro a usar a sua balsa, que são conduzidas por longas varas, fincadas no fundo do rio. Eles costumam cobrar o preço da ida e da volta.

Em seguida desfrutamos das emoções da velocidade na areia, e de subidas e descidas pelas altas e lindas dunas. Chegamos à antiga vila de Tatajuba, que a exemplo de Almofala, foi encoberta pelas dunas, e hoje restam apenas alguns escombros. Os bugues param por ali, onde existem duas barracas, que vendem uma porção de artesanato local (alguns feitos da escama do peixe camurupim), muito lindos, conchas e outras bugigangas.

Uma tradicional senhora, moradora antiga, vive com um periquito, chamado “Quiridinho das minina”, que serve de atração para algumas fotos. Há também um jegue e vários porcos, que conseguem com seus fortes e compridos dentes, arrebentar os cocos verdes jogados ao chão e comer sua polpa. Essa mesma senhora costuma recitar a história do local, falando sobre o tempo em que era ali a vila, a origem do nome de algumas dunas, que teria a ver com navios piratas que naufragaram e também foram “tragados” pelas dunas. É, no mínimo, interessante.

Após, contornamos o alagado, passamos por Nova Tatajuba, e chegamos à Lagoa da Torta. Antes, conhecemos um trecho em que as dunas se petrificaram, formando figuras interessantes, como castelinhos de areia que costumamos fazer, por diversão, na praia. Também subimos até o alto de uma duna, para brincar de “esquibunda”. Pura diversão. Difícil era subir a alta duna a pé. Para isso o pessoal que atendia lá, deixou uma corda que facilitava um pouco as coisas, mas muitos reclamavam da grande dificuldade em subir, pelo calor da areia, e também pela distância e inclinação da duna. Perrengue de novo...

Agora vinha o “bem bão”. A Lagoa da Torta possui barracas para alimentação, assim como redes de descanso instaladas dentro da água. Caipirinha, cerveja, refrigerantes e um peixe gostoso, servido com acompanhamentos, e escolhido por nós antes de preparado. De aperitivo ostras, também frescas e muito deliciosas. Deu tempo, ainda, para o Neimar e a Liz darem uma volta de caiaque pela lagoa, num barco duplo. Estávamos no paraíso ou perto dele. Muito sol, dunas altas, água da lagoa, comida, bebida. Chega!!!

Botei o pessoal pra correr. Tava na hora de mais perrengue. Voltar de bugue todo o percurso, cerca de 30 km, com vento recheado de areia na cara, deixar as coisas na pousada, e seguir a pé para conhecer a famosa Pedra Furada, uma bela pedra avermelhada, que com a ação da maré, formou um buraco no meio, e a deixou numa forma maravilhosa. Subimos o mesmo morro do Serrote da chegada, depois descemos para o lado do mar, curtir o visual. Após o vislumbre subimos o morro para chegar ao alto, onde há um farol, para depois sair quase correndo dali, voltar à vila, atravessá-la até a praia, para se deleitar na duna Por do Sol, porque o horário estava ficando apertado.

Quando passamos por nossa pousada, eu, que seguia à frente, fazia gestos para o grupo, tentando fazê-los entender que não poderíamos demorar. Gesticulava e nada deles darem bola pra mim. Quando eles então passaram em frente à pousada, um a um, enfileirados, foram entrando, sem sequer olhar para mim. Não entendi nada, e corri de volta ao local, gritando para eles não entrarem, quando todos se abriram em dar gargalhadas. Estavam fazendo pirraça comigo. Pode? Deu tempo e curtimos o mágico final de tarde.

Conseguimos um local agradável e mais em conta, para saborear novamente lagosta, camarão e peixe. Dia perfeito. Agora era hora de dormir, porque o dia seguinte prometia ser de boas pedaladas.





























2 comentários:

  1. Olha só... Primeiro: Acho que deveria ser crime escrever tudo isso e causar tanta inveja alheia!!! Segundo: acho que vou ter procurar um peixe pra comer por aqui.... minha boca está aguando! E Terceiro (mas não menos importante): diga ao Sr. Donato que não ouse aparecer aqui na minha casa (Rio) sem um desses artesanatos maravilhosos que vc tanto fala... de preferência um conjunto de brinco e colar bem lindos!!! Pronto falei!

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