PRAIA DA PIPA A NATAL
Terça-feira, dia 6 de maio de
2014; dia de chegar a Natal, e encerrar nossa pequena aventura no Nordeste do
Brasil. Não era pra ser, e não foi um percurso longo. Porém não foi sem
perrengue para fechar a jornada. Primeiro foi a chuva, que caiu a noite
inteira, deu uma trégua ao amanhecer, inclusive quando partimos, mas apenas
para chegar a Tibau do Sul, até a balsa. Aliás, o caminho até lá é maravilhoso,
com a vista da Pipa sempre ao alcance, passando pela estrada que corre sobre as
falésias, junto às praias do Curral e Ponta do Madeiro.
Lá em Tibau do Sul há uma balsa,
que atravessa a barra da Lagoa de Guaraíras. É própria para bugueiros,
pedestres e ciclistas; carros comuns não tem chance por lá, pois do outro lado
tem apenas areia da praia. Até a estrada de asfalto são cinco quilômetros.
Aguardamos o início da operação da balsa, por volta das nove horas, pois
depende sempre da maré. Chegando ao outro lado percebemos mais perrengue pela
frente: não tinha espaço de areia dura para pedalar; o resultado foi empurrar
as bicicletas nesse trecho todo. Choveu; choveu muito, e a vontade de “berrar
aos ceús” também foi grande...
Durante o “empurrabike”, perdi
uma das sapatilhas, tipo sandália, que havia tirado e deixado no “bar hand”. Caiu
sem eu perceber. Quando dei conta, me voltei assustado. O Rubens seguia à frente;
como vi a Carmo um pouco mais longe, logo acreditei que ela teria visto e
pegado, mas, por precaução, larguei a bicicleta e corri em sua direção. Ela deu
de ombros, dizendo que não percebeu nenhum objeto em seu caminho; corri mais
para trás, e somente quatrocentos metros depois a encontrei (a maré poderia ter
levado...). Ufa! Seria difícil continuar até Natal sem o par completo. Tornei a
passagem pelo lugar ainda mais “divertida”. Vale lembrar que em 2006 a maré
estava muito baixa, e passamos por vários bugues, emparelhados, até em excesso
de velocidade, com certo risco, mas desta feita as coisas foram diferentes; não
dava, também, para ver se a maré abaixaria o suficiente.
Já no asfalto, mais tranquilos,
seguimos pela praia de Barreta, passando depois, ao largo, pela praia de
Camurupim (poderíamos ter seguido pelo litoral neste trecho, mas fomos
ludibriados pelas placas de sinalização). Voltamos ao litoral perto do mirante
dos golfinhos, uma enseada em que é comum a presença deles.
Logo depois uma vista maravilhosa da praia de Búzios, que fica na região de Tabatinga. Alguma subida e uma descida alucinante, aonde a velocidade da minha bicicleta chegou novamente perto dos 80 km/h.
Logo depois uma vista maravilhosa da praia de Búzios, que fica na região de Tabatinga. Alguma subida e uma descida alucinante, aonde a velocidade da minha bicicleta chegou novamente perto dos 80 km/h.
Depois chegamos às praias de
Pirangi do Sul e Pirangi do Norte, município de Parnamirim, por estrada tipo
gangorra, ou seja, sobe e desce sem parar, que chamam de Rota do Sol. É lá em
Pirangi do Norte que fica o maior cajueiro do mundo. Teria sido plantado no
final do século XIX e produz quase cem mil cajus por safra; tem uma área de
8.500 m2 e ameaça invadir as ruas em sua volta. Após algumas fotos, continuamos
rumo a Natal, mas não sem antes sentir minha bicicleta dar uma travada forte,
seguida daquele som próprio de corrente arrebentada. Parei e pedi para os dois
também pararem. Fui à sombra, embaixo de uma marquise de um restaurante; logo
fui tirando os alforjes e quando já estava para virar a bicicleta e começar os
preparativos para consertar a corrente, o Rubens pergunta: - Foi a corrente? –
Foi. Você disse que ainda tem um “power link”, você me empresta? Então ele
falou: - Por que, se sua corrente apenas escapou do lugar; não está
arrebentada... - Putz! Estava certo do contrário. Melhor assim, é claro.
Aproveitamos para tomar um refrigerante e dar o “bote” final até Natal.
Dali para frente tudo ficou mais
sossegado. Cruzamos pelo Centro de Lançamento “Barreira do Inferno” e como
tínhamos tempo, fomos até o museu dar uma espiadinha. O centro existe há quase
cinquenta anos, pertence à Força Aérea Brasileira e serve para lançamento de
foguetes.
Mais alguns quilômetros e já estávamos na entrada da cidade de Natal, a linda capital do Rio Grande do Norte, mais precisamente na praia de Ponta Negra, onde se encontra um dos cartões postais da cidade, o Morro Careca, uma linda duna que se lança ao mar no final da praia. Ali nos instalamos no encantador albergue Lua Cheia, que tem o formato de um castelo estilo medieval. Pouco mais de 50 Km no dia.
Mais alguns quilômetros e já estávamos na entrada da cidade de Natal, a linda capital do Rio Grande do Norte, mais precisamente na praia de Ponta Negra, onde se encontra um dos cartões postais da cidade, o Morro Careca, uma linda duna que se lança ao mar no final da praia. Ali nos instalamos no encantador albergue Lua Cheia, que tem o formato de um castelo estilo medieval. Pouco mais de 50 Km no dia.
Tiramos o resto do dia para almoçar,
passear um pouco por Ponta Negra e depois descansar. No dia seguinte resolvemos
ir ao centro da cidade, e de ônibus; tinha que comprar plástico bolha e outros
badulaques para ”mumificar” nossas bicicletas, principalmente a minha.
Encontraríamos isso no bairro central do Alecrim, onde há uma grande muvuca de
compras, tipo “25 de Março” de São Paulo. No caminho, conhecemos do alto de um
viaduto, a Arena das Dunas, estádio de futebol que será uma das sedes da Copa
do Mundo.
Resolvi fazer diferente desta vez
com a minha bicicleta. Nas últimas viagens estava embalando em mala-bike, mas
era obrigado a carregar mais de um quilo de carga desnecessariamente, isso
quando o retorno para casa não era do mesmo lugar do início do passeio; também
sujeito a danos na bicicleta devido à fragilidade do tecido. Assim, resolvi
copiar a Andréa, de Brasília, que fez o CEPIMA 2010, também no Nordeste (blog
CEPIMAPA para quem quiser saber mais sobre esse passeio), que chegou ao local
com sua bicicleta mumificada por plástico bolha; apesar da cena hilária, gostei
da ideia e resolvi aderir. Basta tirar as rodas e deixá-las junto ao quadro,
protegidas para não riscá-lo e presas com extensor; proteger um pouco mais o
câmbio traseiro, alinhar o guidão com o quadro, se quiser, e envolvê-la com
plástico bolha. Envolvi, ainda, película de plástico filme, tipo daqueles usados
em cozinha, mas um pouco mais grosso; prendi com fita adesiva e, pronto,
resolvido. Uma vantagem a mais: menor peso para passar no limite de carga de
bagagem no avião. Outra opção, às vezes, é de conseguir uma caixa vazia de
bicicleta, em loja especializada, desmontá-la e transportar.
Passeamos, então, a pé, pelos
bairros de Alecrim, Cidade Alta (onde almoçamos), Ribeira, Rocas e Praia do
Meio, que fica no início norte da famosa Via Costeira, local de muitos hotéis.
Depois de passar pelos quiosques de artesanato, e caminhar mais de seis
quilômetros, pegamos um ônibus e retornamos a Ponta Negra. Na madrugada de
quinta voamos de volta para Curitiba.
Apesar de parecer estranho, não
fomos curtir as praias de Genipabu e suas dunas, passeios de bugue ou dromedário,
e tantos outros atrativos da região, primeiro porque já conhecíamos de outras
viagens, e segundo, porque não havia tempo mesmo; o roteiro estava fechado
dentro do que foi narrado. Viajar pelo Nordeste do Brasil, e por suas lindas
praias, é sempre maravilhoso. Nessa cicloviagem foram mais de 800 km. Tenho
certeza que voltarei a pedalar por aquelas bandas.
È bem provável que no próximo para este lugar estarei junto !
ResponderExcluirCom certeza Donato. É um passeio maravilhoso... Abraços.
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