segunda-feira, 6 de setembro de 2021

CIRCUITO XAVANTES

 

CIRCUITO XAVANTES

Região de “Angra Doce” e do “Caminho das Águas, Reflexão e Fé”

PARANÁ – SÃO PAULO

 

Enfim, depois de quase um ano e meio, dentro das possibilidades, e respeitando protocolos de proteção ao COVID, “caímos” na estrada novamente.

A ideia de fazer esse caminho, partiu do amigo e parceiro de tantos pedais, o Maurício Volpe, há pelo menos dois anos. Aceitei de pronto, e logo comecei a planejar o melhor roteiro. O Maurício também fez o seu. Enfim, conversamos bastante e saiu o trajeto. Bastou começarmos para mudarmos isso (rs). Normal. Convidamos outros amigos, mas apenas a Carmo, minha esposa, pode fazer conosco.

Seguimos então nós três, de carro, no domingo, dia 15 de agosto de 2021, de Curitiba até Itaporanga/SP, aproximadamente uns 340 km, onde pernoitamos e deixamos o carro.


Primeiro Dia – 16/08/2021 Itaporanga a Itaí

Antes da saída, fomos conhecer a Abadia Cisterciense de Nossa Senhora de Santa Cruz, de Itaporanga, fundada em 5 de agosto de 1936, pelo monge Dom Atanásio Merkle, oriundo do mosteiro de Hommerod, na Alemanha.

Abadia Cisterciense




A região atualmente abriga o “Caminho das Águas, Reflexão e Fé”, e tem trazido muitos peregrinos, a pé ou de bicicleta, para percorrê-lo. Esse caminho tem início em Piraju, e passa pelas cidades de Sarutaiá, Fartura, Taguaí, Cel. Macedo e, finalmente, Itaporanga, todas no estado de São Paulo. No total são 107 km.

Nós fizemos uma volta diferente, maior, mas ficamos inclinados a mudar nosso roteiro (e mudamos), para na volta passar por ele, ou parte dele; nesse dia apenas o cruzamos.

Saída da cidade de Itaporanga

O dia estava maravilhoso, e a paisagem dos primeiros 38 km, percorridos por estradas rurais, fantástica, muito variada, com fazendas de criação de gado, cavalos, plantações de trigo, milho e áreas de reflorestamento (tinha Pinus Ellioti, com a interessante extração de resina, que é super valorizada no mercado, e serve para a fabricação de cosméticos, pneus, tintas, gomas de mascar, etc…), pomar de laranjas, além, óbvio, das Águas da represa Jurumirim; uma pontinha dela. 

Infelizmente um Totem do Caminho das Águas jogado no meio do campo




Milharal

Trigo








Catando laranjas no caminho

Retirada de seiva do Pinus

Almoço em Taquarituba



Uma pontinha da represa Jurumirim

Almoçamos em Taquarituba, e depois de mais 22 km por asfalto, num sobe e desce danado, com vento forte contra, chegamos a Itaí para pernoite. Ufa! Delícia.

Chegada a Itaí

Baita lanche...


























Segundo Dia – 17/08/2021 – Itaí a Cerqueira César

Deixamos a simpática cidade de Itaí por volta das 9 horas. Infelizmente um pneu furado da bicicleta do amigo Maurício, atrasou um pouco a saída. A preocupação do dia era o intenso calor (sensação térmica durante o dia chegou a 36 graus celsius). Os primeiros 30 quilômetros foram necessariamente por asfalto, porque tínhamos que atravessar a bela represa Jurumirim.






Itaí vai ficando para trás...


Um braço da represa Jurumirim


Represa Jurumirim e a ponte mais abaixo








Depois pegamos uma charmosa estrada secundária à esquerda, evitando a cidade maior de Avaré. Passamos por Arandu, onde almoçamos. Trechos de chão, areia e asfalto novo; depois só chão, com muito sobe e desce. Quase mil meros de subidas, em 70 km. Paramos para pernoitar na cidade de Cerqueira César.











Arandu











Vista de Arandu à frente
 















Sorgo



Terceiro Dia – 18/08/2021 – Cerqueira César a Ipaussu

Calor, muito calor. Esta foi a tônica do terceiro dia do nosso “Circuito Xavantes”. Os primeiros 30 km depois de sairmos de Cerqueira César, foram rápidos, por estrada secundária asfaltada, e embora não tivesse acostamento (apenas um acostamento “ecológico”), em função do pouco movimento, foi seguro.












Cruzando o rio Paranapanema



Dá-lhe subida depois...


Represa Jurumirim ao fundo



Parada técnica para hidratação à sombra dos coqueiros



Depois pegamos uma estrada de chão, muito bacana, com variedade de cultivos, como trigo, cana de açúcar, laranja, café, etc… Cruzamos o rio Paranapanema, e por diversas vezes avistávamos o lago da barragem. Lindo demais. Até cana pegamos e cortamos para chupar; uma experiência diferente, com certeza.















Para chegar à Estância Turística de Piraju, foi difícil vencer as grandes subidas dos morros. Almoçamos por lá e depois voltamos à estrada. Tínhamos ainda 32 km de asfalto pela frente; única forma de chegar à cidade de Ipaussu, onde pernoitaríamos.

Piraju

Igreja de Piraju

Um PF bem caprichado no almoço em Piraju. A Carmo estava babando...

Pegamos a rodovia Raposo Tavares, e com o insano calor, praticamente nos arrastávamos no sobe e desce da estrada. Chegamos ao pôr do sol na cidade. Foram 80 km, e cerca de 1200 metros de subidas acumuladas. Ufa! Mas valeu à pena.

Saída de Piraju




Deixando Piraju para trás




Piraju







Fechamos a noite comendo batata recheada (R$20,00, enorme, vejam foto) e passeando numa linda lagoa de Ipaussu.





Quarto Dia – 19/08/2021 – Ipaussu a Ribeirão Claro

Fizemos um trajeto pequeno, mudando nossos planos iniciais.

A ideia inicial era sair de Ipaussu, terra do cicloturista Antonio Olinto, e ir até Carlópolis. Encontramos o ciclista local Jhay, que nos acompanhou até a saída da cidade. Passamos por Chavantes, onde outro ciclista fez contato conosco, o Luciano.

Ipaussu

Na companhia do Jhay










Luciano





Cruzamos o rio Paranapanema, pela ponte de alvenaria, já que a antiga, estaiada, foi vandalizada, atearam fogo, e ficou impraticável. Lamentável.

Ponte Estaiada

Ponte de Concreto (paralela)

Lado que ficou integral...

Vista da Estaiada, a partir da de concreto


Parte queimada





Vandalismo puro...








Logo depois da ponte, começou uma longa subida, que foi cansativa mas prazerosa ao mesmo tempo, pois uma bela cascata se oferecia aos nossos olhos. Era a "Véu de Noiva".

Vista da Cascata



Portal de Ribeirão Claro


Igreja Matriz de Ribeirão Claro

Pois bem, quando chegamos a Ribeirão Claro, 32 km depois, em estrada de asfalto e pista simples, sem acostamento, resolvemos procurar um lugar para pernoitar, e aproveitar o restante do dia, já que era cedo, para conhecer a Represa Xavantes, no rio Itararé. Almoçamos na própria Pousada, e logo depois partimos até o Recanto da Cascata. Um lugar simples, nenhum turista, e bares fechados. Tomamos um banho na pequena cachoeira, revigorante (sol escaldante), e resolvemos percorrer a estradinha legal asfaltada, até um Resort (fim da linha). Voltamos e pegamos um caminho alternativo, de chão, bem mais atrativo, para voltar à cidade.


Lindas paisagens no caminho até o Recanto















Recanto Cascata

Queda menor




Queda maior, mais abaixo










































Retorno por estrada de chão









Fizemos mais 23 km nessa tarde. Mais um dia maravilhoso.


Quinto Dia – 20/08/2021 – Ribeirão Claro a Fartura

Que dia bacana esse também, o quinto do “Circuito Xavantes”.

O primeiro trecho foi até rápido, de pouco mais de 30 km, desde Ribeirão Claro até Carlópolis. Estrada com um visual incrível, e também embora seja de pista simples, sem acostamento, o fato de ter pouco movimento, deixou o percurso tranquilo.

Destaque do trecho para a obra de Markus Moura, uma estátua gigante de "Cristo Luz", Caminho, Verdade e Vida, inaugurada em 2012, na Fazenda Santa Catarina, de propriedade dos Fernandes, ainda dentro do município de Ribeirão Claro. Para chegar ao alto, onde a vista é maravilhosa, é preciso escalar dezenas de degraus... (infelizmente estava fechado quando passamos).





Igreja na localidade Água da Mula



Cristo Luz - Fazenda Santa Catarina

Um descanso merecido à sombra


Infelismente o café queimou com o frio intenso



Imagem interessante numa casa, na chegada a Carlópolis



Igreja Matriz de Carlópolis

Foi um dia emocionante também. Sempre soube que a minha avó materna Maria, que ajudou na minha criação, era dessa região.

Pois recebi de uma prima, lá mesmo quando chegamos à cidade, uma cópia da certidão de casamento dela com meu avô Durvalino. Foi em Carlópolis, em 1916, quando ela tinha 15 anos, e ele 25, oriundo de SC.

Almoçamos por ali e seguimos em direção à Fartura, novamente passando para o estado de São Paulo. Cruzamos a ponte sobre o rio Itararé e a represa de Xavantes.








Do outro lado, tomamos um banho na represa, junto a um balneário. Foi muito
refrescante.No barzinho local tomamos uns aperitivos e comemos uns petiscos. Lugar realmente muito agradável.




"O Pensador" - Será? kkkk

Lugar de esportes náuticos










Arte

Arte

Criatividade

Criatividade

O amor está no ar...


Apesar de sabermos que o pôr do sol é maravilhoso na represa, resolvemos subir até a cidade de Fartura, para evitar a escuridão. Novamente outra emoção. Pois não é que naquela certidão que citei, consta que minha avó nasceu em Fartura… cidade bacaninha, que está localizada num centro altamente turístico atualmente.






Pôr do Sol na piscina do Hotel



Relax na piscina

Por lá passa o Caminho das Águas, Reflexão e Fé, que já citei, e também faz parte do que eles chamam por aqui de “Angra Doce”. Criaram essa expressão em razão de considerarem uma região tão bonita quanto à de Angra dos Reis, no RJ, porém cercada de água doce, e não salgada, do mar, como lá.

São 10 cidades de São Paulo (Barão de Antonina, Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Fartura, Ipaussu, Itaporanga, Piraju, Ourinhos e Timburi), e 5 no Paraná (Ribeirão Claro, Carlópolis, Jacarezinho, Siqueira Campos e Salto do Itararé).

Realmente é fantástica toda essa região, e vocês devem estar acompanhando pelas fotos.

Em Ribeirão Claro deixamos de visitar a Pedra do Índio e o Morro do Gavião (ficará para uma próxima vez, mas são passeios imperdíveis, com visual fantástico).

Fechamos o dia com 60 km pedalados.

 

Sexto dia – 21/08/2021 – Fartura a Itaporanga

Enfim o sexto e último dia de nossa cicloviagem “Circuito Xavantes”.

Tínhamos algumas opções de caminho a fazer até Itaporanga, cidade onde iniciamos a jornada, e deixamos nosso carro.

Uma ideia era seguir pelo Caminho das Águas, aquele que havia dito. Ainda teriam duas cidades no caminho: Taguaí e Coronel Macedo.

Um outro passaria perto de Taguaí e seguiria próximo da represa, também mais perto do nosso destino.

Mas de repente, conversando com algumas pessoas em Fartura, descobrimos uma terceira opção: “pela balsa”.

Compreendemos que abreviaria ainda mais a chegada ao destino, pois cortaria caminho pela represa Xavantes, onde uma balsa liga os dois municípios.

Além disso, apenas 10 km, dos quase 50 km, seriam por estrada rural sem pavimentação.

Com a temperatura lá nas alturas, e o fato de passarmos por recantos encantadores (e foi), como informaram os “locais”, escolhemos essa última opção.

Realmente, paisagens maravilhosas, quase nenhum trânsito, travessia de balsa e muito mais. Paramos no bairro Santo Antônio para uma breve hidratação, e chegamos ainda na hora do almoço em Itaporanga, junto à bela Abadia.


















































































Foi uma semana sensacional.

A ideia inicial do amigo Maurício, de conhecer as represas Jurumirim e Xavantes, foi muito boa, que abracei de imediato, e felizmente, junto com a esposa Maria do Carmo, pude contemplar toda aquela maravilha de cenário.

Aliás, desde já fica a dica de um belo passeio para todos.

Obrigado Maurício e Carmo, vocês foram super parceiros.

 Valeu!

 Abraços a todos.







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