NAGYKANIZSA
Eram 08h30 quando deixamos a hospedaria, e logo procuramos a ciclovia que sabíamos de sua existência pelos mapas. Só agora, neste domingo um pouco cinzento, é que percebemos a beleza do lugar. O lago Balaton, em todo o seu entorno, possui residências de veraneio e muitos, mas muitos mesmo, hotéis, hospedarias, pensões e até resort. Ficamos imaginando o quanto seria movimentada a região no verão. Possui 592 km2 e por sua extensão e as praias, é chamado de Mar Húngaro.
O percurso alternava ciclovias, ruas compartilhadas e ciclo-faixas, sempre beirando o lago e passando por muitos balneários, quase todos com nome de Balaton alguma coisa, como “Balaton-fenyves”e “Balaton Lele”. Depois de 60 km, mais ou menos, tivemos que deixar a ciclovia e passar para a estrada. Só de lembrar da noite anterior já dava arrepios. No início aquela famosa placa com círculo vermelho por dentro e um “Y”, indicando em cada parte, a proibição da circulação de bicicletas, tratores e carroças. O que fazer? Nossos mapas indicavam ciclovias dando voltas e voltas para chegar a Nagjkanizsa, o lugar escolhido no mapa para passarmos a noite. Arriscamos. O trânsito estava tranquilo, mas pedalar numa estrada sem acostamento sempre é perigoso. Torcíamos para não aparecer algum carro de polícia. Teve um trecho em que apareceu uma carroça, um trator e nós de bicicleta – sinalização para inglês ver...
No km 70 paramos num posto de gasolina, junto a uma vila, e depois de fazer um bom lanche, pois passavam das 12h30, perguntei ao frentista e ele informou que não tinha problema algum seguir pedalando pela estrada “7”. Ficamos mais tranquilos...
Até esse ponto estava tudo plano, mas dali para frente algumas subidas apareceram e o vento, para variar, estava contra. O sol apareceu timidamente, mas foi o suficiente para esquentar. Quando percebemos que estávamos a uns 20 km da cidade, resolvemos colocar os piscas traseiros e os faróis dianteiros, mesmo sendo 16h00 (gato escaldado...). Na entrada da cidade novamente um carro da polícia, e um oficial do lado de fora. Não tinha como escapar, pois vínhamos no sentido da estrada “7”, e a outra estrada que dava ali no cruzamento era uma autoestrada, impossível de pedalar, é claro. Passamos sem olhar, na verdade quase fechei os olhos para não ver, e, felizmente, o oficial continuou do mesmo jeito, sem se mexer, Ufa! A Carmo fez uma saudação com a cabeça. A entrada da cidade estava a uns 300 metros dali, e depois foi só chegar ao centro e encontrar um lugar para dormir. Depois de tantas pedaladas - só hoje foram 110 km, e no total mais de 1300 -, resolvemos nos dar de presente um “Hotel”, e não um “Hostel“ (Albergue). Tomamos um bom banho e ficamos olhando pela janela um temporal se formar, que depois se transformou numa forte chuva. Até agora estamos com sorte.
Aventureiros sortudos!!! Bela crônica! Abraço
ResponderExcluirObrigado Paulo. Você sempre gentil. Esse é o meu livro, ao "vivo", kkkk.
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