QUINTO DIA – Florianópolis (último dia) – 30/12/2012
Já sabíamos que o dia reservava algumas subidas, e nos
preparamos “psicologicamente” para isso. O penúltimo dia do ano amanheceu com
muita nebulosidade, mas estava muito bom para pedalar, sem muito sol e com
mormaço.
Deixamos o Hotel no centro da cidade de Brusque, e
imediatamente já estávamos na estrada rumo a Nova Trento. Até lá são cerca de
23 km, mas para chegar ao Santuário de Santa Paulina, são mais 4 km. Duas
subidas um pouco mais íngremes, percorridas de forma lenta. Mas como tudo que
sobe tem que descer, foram duas descidas muito boas; cheguei a atingir 68 km/h.
Quando chegamos ao santuário, percebemos o quão grande era o
local; não imaginava que em um local tão distante, construiriam algo tão
suntuoso. Tem acesso por escadas ou por rampas; existem teleféricos e uma
capela no alto de um dos morros. Ao entorno se ergueram diversos restaurantes,
estacionamentos e, claro, muitas lojinhas. Vimos que já estão construindo
centros comerciais. A igreja principal é realmente muito bonita.
Amabile Lucia
Visintainer, este é
o nome de batismo da austríaca/italiana/brasileira Irmã Paulina, ou melhor,
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Nasceu em 1865, no local onde
hoje pertence à Itália. Veio com sua família para o Brasil aos dez anos de
idade, e se converteu freira. Deixou a região de Nova Trento, para se dedicar à
religião em São Paulo. Faleceu em 1942, já doente, com diabetes, que primeiro a
fez amputar o braço direito, e, por segundo, deixou-a cega. Foi canonizada pelo
Papa João Paulo II, em 19/05/2002, sendo, assim, a primeira santa “brasileira”.
Antes de conhecer o santuário, resolvemos almoçar, e, logo
após, quando subíamos a rua, percebemos um sujeito do lado esquerdo, trajado
com roupas de ciclista; era o Henrique Chesnau, nosso velho e simpático
companheiro de pedaladas e passeios de cicloturismo. Foi um prazer muito grande
revê-lo. Ele estava acompanhado de outros quatro amigos, que também partiram de
Curitiba, porém seguiram o caminho de Campo Alegre, Pomerode, e por estradas
internas, de chão, chegaram até aquela região. O passeio deles acabava ali,
tanto que sua esposa estava chegando para buscá-lo; os demais retornariam para
Curitiba com um carro de apoio que os aguardava.
Não tínhamos muito tempo para ficar por lá, pois até
Florianópolis seriam pelo menos mais 80 km. Visitamos a igreja principal e
conhecemos um pouco de sua história.
Felizmente o resto do caminho era plano, mas isso determinava
que seriam muitas pedaladas. Passamos por São João Batista (terra dos calçados)
e também por Canelinha (terra da cerâmica). Depois chegamos à Tijucas, já às
margens da BR 101. O tráfego de automóveis estava muito intenso, mas o
acostamento perfeito deixava o caminho tranquilo. Alguns pingos de chuva
chegaram a cair, mas neste dia não choveu.
Por volta das 18h30 víamos Florianópolis do outro lado do
mar; passamos por Biguaçú, terra do nosso amigo Tuquinha, que nos abrigou em
sua casa quando pedalamos até a praia de Palmas, em Presidente Getúlio, no
verão passado. Logo chegamos a São José. Foi ali que novamente furou um dos
pneus da bicicleta da Carmo. Fiz o conserto e, orientados por um casal de
moradores, resolvemos seguir até a ponte pelo litoral continental, no Estreito,
bairro de Florianópolis. A escolha foi muito boa, pois o visual da ilha,
naquele local, é maravilhoso, e construíram recentemente pistas exclusivas para
bicicleta. 127,35 km computatos no final do dia, e 514,74 em todo o passeio.
Fim de pedaladas neste ano, porém deixando desde já, espaço
reservado para um 2013 com muitas emoções. Sempre digo: quanto mais longe se
vai de bicicleta, mais longe se quer ir.
Subindo... |
O amigo Henrique |
Intgerior da Igreja principal |
Vista da frente do Santuário |
Beira-mar continental |
Atravessando para a Ilha de Santa Catarina |
Beira-mar sul da ilha |
Muito bom Sérgio e Carmo! Saudades de vocês! Roberto e Claudia Miessa Coelho
ResponderExcluir