CHAPADA DAS MESAS – 2ª
Parte
2º Dia – Riachão –
19/09/2013 (quinta-feira)
Cedo o Marcos nos
aguardava junto à Pousada. Pegamos a estrada com a camionete, e sem as
bicicletas. Quinhentos metros adiante, no sentido Balsas, entramos à esquerda
numa pequena estradinha, ainda de asfalto. Passamos pelo balneário que falei
quando da chegada a Riachão, cerca de 3 km à frente.
Depois de 28 km em
estrada de piçarra, com paisagem linda, chegamos à região da Reserva Natural do
rio cocal, onde estão localizadas algumas lindas cachoeiras e poços de águas
límpidas maravilhosas, dentro de uma propriedade particular.
Antes, porém, à beira
do rio cocal, desviamos por estrada de areia, saindo da principal por alguns
metros, e conhecemos a cachoeira Santa Bárbara, na parte superior.
Cachoeira Santa Bárbara |
Passamos direto pela
entrada da sede da fazenda, para seguirmos até o poço Encanto Azul. Foram 5 km
por estrada de areia fofa, impossíveis de se pedalar, em função da tração, ou
até mesmo caminhar, em função de ser muito quente. Caso estivéssemos com as
bicicletas, certamente teríamos que deixá-las na sede e caminhar...
Deixamos a camionete
numa espécie de estacionamento, e descemos a encosta, caminhando entre pequenos
arbustos e plantas espinhentas, mas com um visual lindo da chapada. Não havia
outros visitantes, deixando o passeio ainda mais agradável, fazendo parecer que
estávamos isolados no cerrado. No caminho percebemos a existência de muitos pés
de cajuí, uma miniatura de caju, muito suculento e gostoso.
Cajuí |
Com um pouco de
dificuldade, depois de caminhar por alguns minutos, chegamos à parte baixa,
entre os paredões de pedra, onde de cara avistamos um rio de água cristalina,
na verdade de cor esverdeada. Fiquei maravilhado e achei que já havia chegado
ao Encanto Azul, mas era apenas o começo, um “aperitivo” para o que vinha a
seguir. Caminhamos pelo rio, por sob as pedras, e então, aí sim, chegamos ao
poço maravilhoso.
É deslumbrante mesmo.
Num lugar ermo, sossegado, de acesso complicado, entre as rochas, vislumbramos
o lindo Encanto Azul. A primeira coisa que dá vontade é mergulhar naquelas
águas transparentes e pouco geladas, junto a pequenos peixes que ali vivem. E
foi o que fizemos. Deixamos nossas roupas de lado e fomos banhar.
Para nossa surpresa, o
Marcos, prevenido, e bom guia, levava com ele uma máscara de mergulho e snorkel. Acompanhado com a minha GoPro
fiz o primeiro mergulho, e não quis mais sair dali. Como sou educado, passei a
máscara para a Carmo e o Neimar também curtirem esses momentos lindos. Ficamos
por lá um tempo, apenas saboreando a natureza.
Encanto Azul |
De volta à sede, antes
de seguir por novas trilhas, deixamos reservado o nosso almoço, no único
restaurante do local. Há uma equipe de guias e colaboradores, que dão uma
orientação sobre a caminhada e como se portar diante das cachoeiras e outras
belezas naturais. É proibido carregar pelas trilhas quaisquer tipos de
alimentos, inclusive bebidas alcoólicas. Assim, para facilitar a visualização
das bagagens, eles fornecem uma sacola plástica transparente e resistente,
sendo que seus pertences são guardados em armários chaveados. Há um custo por
pessoa, para manutenção do parque.
A caminhada pela trilha
das cachoeiras não é muito extensa, mas é muito bacana. Seguimos pelo lado
direito da mesma, indo direto à Cachoeira dos Namorados. O nome foi dado em
virtude de muitos casais a usarem para namorar, mas há quem diga que é por seu
formato, parecendo, de algum ângulo, com um coração. No caminho visualizamos as
formações de pedra em arenito, que pareciam com um Cálice, uma Mesa e o Dedo de Deus. Chegamos a subir no “Cálice”; foi muito divertido.
O Marcos |
Pedra da "Mesa" |
O "Dedo de Deus" |
Cachoeira dos Namorados |
"Cálice" |
Perto dali passamos
pela parte de cima da cachoeira Santa Paula, que fornece um visual incrível.
Passamos para o outro lado, mais abaixo do rio, e chegamos à parte de baixo da
mesma cachoeira Santa Paula, e não resistimos a um banho gostoso.
Cachoeira Santa Paula |
Continuamos a
caminhada, por trilhas ou passarelas de madeira, passando pelas cachoeiras Dona
Luiza, do seu Zito e do Moreno. Nesta última bebi muita água mineral. Isto
mesmo, cachoeira de água mineral. Pode? Maravilha! Mais um pouco de caminhada e
chegamos à parte de baixo da Cachoeira Santa Bárbara; aquela que havíamos
observado de cima, antes de chegar ao parque. De dentro da boca de uma caverna
você se maravilha com a queda d’água, que tem mais de 100 metros de altura.
Cachoeira Dona Luiza |
Cachoeira do Moreno |
Cachopeira do seu Zito |
Cachoeira Santa Bárbara |
Chegou a vez da “cereja
do bolo”: o Poço Azul. Do alto, durante a caminhada, já avistamos a maravilha;
e de perto ficou mais lindo ainda, e a vontade de mergulhar fica inegável. E
mergulhamos, é claro. Ao redor do poço, cercado por altas pedras de arenito,
escorre água de tudo quanto é lugar. Há um poço, nas pedras, onde é possível
ficar inteiramente submerso, além de pedras furadas também submersas, que alguém,
com um pouco de coragem como o Neimar, por exemplo, pode atravessá-las,
tornando a passagem por aquele lugar ainda mais alegre.
Poço Azul |
Poucas pessoas estavam
visitando o lugar. Percebemos uma família se banhando, mas logo deixaram o
lugar, não sendo possível, naquele momento, algum contato. Depois de ficarmos
por um bom tempo naquele paraíso, voltamos à sede para almoçar. Um gostoso
prato à base de peixe nos esperava; e a fome era tremenda.
Enquanto descansávamos
depois do almoço, a Carmo conversava com alguém sobre a nossa aventura de
bicicleta. Logo uma senhora se aproximou e ficou interessada no papo gostoso;
pouco tempo depois e estavam todos em nossa volta, curiosos para saber mais e mais
da nossa proeza. As pessoas que se aproximaram eram justamente aquelas que
avistamos no Poço Azul, e que saíram antes de nós.
Tratava-se, na verdade,
de duas famílias: O Val, como gosta de ser chamado, acompanhado da esposa Maria
Gorete, que também atende apenas por Gorete, e a família do Cleydson, que
viajava a passeio com a esposa Betania, a mãe dona Marilda, e o filho Nicolas
(um bebezão muito bacana, cabelo comprido encaracolado e que gosta de chupar o
dedo; ih, contei...). Logo parecíamos todos do mesmo grupo, integrados. Eles
são amigos e vivem em Miranda do Norte, no Maranhão, mas também sempre estão em
São Luis. Estavam há poucos dias circulando pela região da Chapada das Mesas,
tendo largado seus comércios para conhecer melhor as belezas naturais de seu
estado.
O Val é uma figura.
Sempre alegre e conversador, quando soube a sequencia de nosso passeio, logo
disse:
- Por que vocês vão pedalando até Itapecuru e
Carolina? Vamos juntos, damos carona pra vocês.
Respondi:
- Mas como? Há espaço
para viajarmos juntos?
- Claro, estamos de
caminhonete 4x4, e tem bastante espaço sim.
Conversei com o Neimar
e a Carmo; ou melhor, nos entreolhamos e pela cara de todos, lembrando dos
perrengues do asfalto e calor de 40°, e a resposta só podia ser positiva.
- Tá certo Val, vamos
juntos. Mas como será possível transportar as bicicletas?
- Damos um jeito,
estamos com duas camionetes. Nossas bagagens estão no carro do Cleydson. As
bicicletas poderão ficar ao lado do quadriciclo. Tá fechado, então. Passo
amanhã de manhã, às 07h30 na Pousada de vocês.
Olhei para as
camionetes estacionadas, pois tinha visão do restaurante, e vi realmente uma
delas com um quadriciclo sobre ela. Fiquei imaginando como iríamos ajeitar as
coisas... Depois ele contou que carregou o pequeno veículo para curtir as
trilhas de areia. Não chegou a usar muito, mas achou que valeu à pena.
No meio da tarde
retornamos para a cidade. Descansamos um pouco, para no começo da noite fazer
um lanche no restaurante do Marcos. Era só esperar pelo dia seguinte, que
prometia muitas emoções. Os encantos desse nosso dia com certeza deixaria a noite mais suave.
Valeu Sergio, foi maravilhoso. Nem vou comentar pois o Sergio já descreveu o quanto aquele lugar é deslumbrante. Abraço Neimar Guebur.
ResponderExcluirAcho que vc devia deixar seu testemunho também Neimar. Deve ter alguma coisa que esqueci de narrar, hehehe. Abraços e obrigado.
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