Campos de Cima da Serra
15 e16/04/2015
Resolvemos tirar uns dias para voltar a pedalar pelas serras
catarinenses e gaúchas. Falei com a Carmo que eu tinha vontade de
conhecer uma estradinha entre São Joaquim/SC e São José dos Ausentes/RS.
Assim o fizemos.
Pegamos um ônibus de Curitiba até Lages, passando a noite viajando, e outro cedo de lá até São Joaquim. Oito e meia e já estávamos tomando café na cidade. Percorremos parte do centro, e quando iríamos partir percebemos o pneu da bicicleta da Carmo furado. Troquei a câmara e pegamos a estrada; isso lá pelas dez.
Primeiros 8 km de asfalto, em leve descida. São Joaquim, uma das cidades de clima mais frio do Brasil, onde quase sempre neva no inverno, fica a 1300 metros de altitude em relação ao mar.
Enfim chegamos aos campos do alto da serra. Foram 51 km até a entrada para outra estradinha, que nos trouxe até a charmosa pousada Cachoeirão dos Rodrigues, na região de São José dos Ausentes, 9 km adiante (mais subidas, é claro). Região bela, de muitas cachoeiras e lajeados; rios gelados de águas cristalinas, como o Silveira, que produz muita truta, proporcionando o turismo de pesca esportiva.
Pegamos um ônibus de Curitiba até Lages, passando a noite viajando, e outro cedo de lá até São Joaquim. Oito e meia e já estávamos tomando café na cidade. Percorremos parte do centro, e quando iríamos partir percebemos o pneu da bicicleta da Carmo furado. Troquei a câmara e pegamos a estrada; isso lá pelas dez.
Primeiros 8 km de asfalto, em leve descida. São Joaquim, uma das cidades de clima mais frio do Brasil, onde quase sempre neva no inverno, fica a 1300 metros de altitude em relação ao mar.
Depois mais descida em pista de chão de pedras até o rio Pelotas, na divida dos estados. Por um longo trecho seguimos ao lado do rio Lajeadinho, que tem sua foz no próprio Pelotas, a menos de 1000 metros de altitude.
Daí é o seguinte: subida, muita subida do outro lado do rio. Foram quase 10 km subindo para depois ter... mais subida, hehe. Mas a vista lá do alto era compensadora, e ainda comemos maçãs Fuji tiradas direto do pé (furto, hehe).
Enfim chegamos aos campos do alto da serra. Foram 51 km até a entrada para outra estradinha, que nos trouxe até a charmosa pousada Cachoeirão dos Rodrigues, na região de São José dos Ausentes, 9 km adiante (mais subidas, é claro). Região bela, de muitas cachoeiras e lajeados; rios gelados de águas cristalinas, como o Silveira, que produz muita truta, proporcionando o turismo de pesca esportiva.
Dia
completo depois de apreciar a exuberante queda Cachoeirão dos Rodrigues,
que tem dois níveis, sendo o primeiro de quedas pequenas, e o segundo
com quedas de água maiores. Lindo! Agora uma boa noite de sono, pois
dormir no ônibus na noite anterior não foi fácil...
Campos do Alto da Serra - RS
17/04/2015
Acordamos cedo e fomos tomar um delicioso café da manhã, típico de fazenda, num ambiente de casa de fazenda, preparado pela Rosane, dona da Pousada.
Antes de partir resolvemos subir um morro que tem ao lado da propriedade. De lá é possível ter uma visão privilegiada da região. Belas imagens colhemos lá do alto; dá vontade de ficar sentado um bom tempo apreciando a natureza.
Despedidas e bicicletas na estrada; o dia seria longo, pois tínhamos mais de 80 km de pedaladas por estradas rurais até Cambará do Sul. Deixamos a Pousada pouco depois das nove. Percorremos os primeiros 8 km da estradinha que liga à estrada principal, a mesma que percorremos no dia anterior para chegar até lá.
Pouco depois, e vislumbrando as maravilhas do cenário da região dos Campos do Alto da Serra, cruzamos pela entrada da estrada que passa pelo Cânion Monte Negro e leva até Bom Jardim da Serra;
depois pela vila de Silveira, onde passa um belo lajeado.
A estrada é de trechos com algumas subidas e descidas, mas é prazerosa de pedalar; o dia estava lindo e a temperatura amena. Chegamos à sede do Município de São José dos Ausentes, onde paramos para almoçar. Ali percebi que havia perdido um dos suportes do bagageiro, que sustentam os alforjes; sem bagageiro, sem alforje; sem alforje, sem continuação do passeio... Sempre há um jeito paras as coisas, e junto das minhas bugigangas carregava um pedaço de câmara de ar. Prendi bem a haste, enlaçando a borracha no canote do selim; a outra estava firme. Seguimos.
Revoada das Curucacas |
Mais uma beleza estava próxima: a Pousada Vale das Trutas. Quando passamos por lá observamos do alto do morro a linda formação de seus chalés, junto ao lago. Mas a beleza maior estava à frente, onde a estrada passa praticamente por cima de uma bela cachoeira. Invadi a fazenda, beirando o precipício, seguindo um carreiro alagado, para tirar fotos.
Quando chegamos à entrada de outra da estrada, que desce a serra para o litoral, e faz novamente divisa dos estados do RS e SC, percebemos uma mudança no piso da estrada, antes de chão batido e fácil de percorrer; passamos para uma estrada barrenta, com pedras soltas e infelizmente seria o melhor trecho para pedalar, pois o relevo era de poucas subidas. Cruzamos a divisa dos municípios de São José dos Ausentes e Cambará do Sul, mas isso não significava que estávamos perto do destino, ou seria mais fácil.
De antemão nos informaram que o trecho final até Cambará do Sul, possuía 20 km de asfalto. Olhe que foram duas pessoas que falaram isso. A ansiedade por chegar numa pista melhor foi crescendo à medida que o GPS marcava a distância de 60 km já percorridos. Mas nada de asfalto.
Passamos pelas vilas de Ouro Verde e Raia, com muitas subidas, quando então descobrimos que o asfalto só começava em Oswaldo, a 9 km de Cambará do Sul.
O dia já estava terminando e pegamos finalmente o último trecho, agora de asfalto, até nosso destino. Chegamos já na escuridão e fomos gentilmente recebidos pelo amigo Rogério, dono da Pousada Por do Sol. Agora precisávamos de um bom e revigorante banho e um gostoso jantar na cantina O Casarão.
Cambará do Sul
18/04/2015
Escolhemos a região justamente por causa dos cânions, mas até esse momento não havíamos visitado qualquer um. Passamos perto do Monte Negro, mas teríamos que voltar cerca de 25 km, e o dia era “pesado”, como foi, para chegar a Cambará do Sul. Então era hora de pedalar até o Fortaleza.
Acordamos preguiçosos, com o dia muito cinzento, e a possibilidade do Fortaleza estar com viração, o famoso nevoeiro que acaba com a visão dos despenhadeiros. Nada pra ver e alto risco de circular naquelas alturas. O tempo foi passando, e já eram quase onze horas quando decidimos.
Se era para percorrer 46 km (ida e volta) até o cânion, sem saber se daria certo, resolvemos percorrer praticamente a mesma distância para conhecer outro lugar: Cachoeira dos Venâncios. Já estivemos em todos esses cânions, por diversas outras vezes, então foi a melhor opção.
O recanto dos Venâncios é espetacular. Várias quedas d’água formam uma bela cachoeira. O pessoal é acolhedor. Curtimos só nós dois, toda aquela beleza, porque quando saímos, só deu tempo de comer uns pasteiszinhos feitos na hora, para começar a chegar as Land Rover apinhadas de turistas...
Retornamos para a cidade e o sol agora brilhava, mas estava quase se pondo. Resolvemos fazer uma visita à casa do Rogério e conhecer também seu novo empreendimento (um hotel mais luxuoso), distante cerca de 3 km do centro.
Deu tempo de visitar ainda outra cachoeira, a dos França, que fica próxima a casa dele; pequena, mais simples, mas também tem seu encanto.
Nesse percurso encontramos com seis ciclistas de Passo Fundo. Estavam apenas começando uma jornada de passeios pela região, aproveitando a esticada do feriado. 55 km percorridos no total.
Dia completo com um belo café na casa do Rogério, da Paula e do sapeca Joãozinho; depois ele ainda nos deu carona pra cidade em função da hora da noite.
Escolhemos a região justamente por causa dos cânions, mas até esse momento não havíamos visitado qualquer um. Passamos perto do Monte Negro, mas teríamos que voltar cerca de 25 km, e o dia era “pesado”, como foi, para chegar a Cambará do Sul. Então era hora de pedalar até o Fortaleza.
Acordamos preguiçosos, com o dia muito cinzento, e a possibilidade do Fortaleza estar com viração, o famoso nevoeiro que acaba com a visão dos despenhadeiros. Nada pra ver e alto risco de circular naquelas alturas. O tempo foi passando, e já eram quase onze horas quando decidimos.
Se era para percorrer 46 km (ida e volta) até o cânion, sem saber se daria certo, resolvemos percorrer praticamente a mesma distância para conhecer outro lugar: Cachoeira dos Venâncios. Já estivemos em todos esses cânions, por diversas outras vezes, então foi a melhor opção.
O recanto dos Venâncios é espetacular. Várias quedas d’água formam uma bela cachoeira. O pessoal é acolhedor. Curtimos só nós dois, toda aquela beleza, porque quando saímos, só deu tempo de comer uns pasteiszinhos feitos na hora, para começar a chegar as Land Rover apinhadas de turistas...
Entenderam, né? kkk |
Retornamos para a cidade e o sol agora brilhava, mas estava quase se pondo. Resolvemos fazer uma visita à casa do Rogério e conhecer também seu novo empreendimento (um hotel mais luxuoso), distante cerca de 3 km do centro.
Deu tempo de visitar ainda outra cachoeira, a dos França, que fica próxima a casa dele; pequena, mais simples, mas também tem seu encanto.
Nesse percurso encontramos com seis ciclistas de Passo Fundo. Estavam apenas começando uma jornada de passeios pela região, aproveitando a esticada do feriado. 55 km percorridos no total.
Dia completo com um belo café na casa do Rogério, da Paula e do sapeca Joãozinho; depois ele ainda nos deu carona pra cidade em função da hora da noite.
Cambará do Sul ao longe |
Cambará do Sul - Itaimbezinho - Sombrio
19/04/2015
Era hora de começar a retornar. O dia amanheceu lindo, e tínhamos que aproveitar para visitar novamente o cânion Itaimbezinho, que fica no caminho que escolhemos, ou seja, descer a serra do Faxinal até Praia Grande, e dali seguir em frente, rumo norte, para Laguna, novamente no estado de Santa Catarina. Deixamos a Pousada por volta das nove horas.
Seguimos tranquilamente pela estrada de chão que leva até o cânion, até que o chacoalhar da minha bicicleta, no piso irregular, principalmente nas descidas, fez com que eu sentisse um tranco e o travamento total. Parei imediatamente e percebi logo que o bagageiro desprendeu-se totalmente, envergando para trás junto com os alforjes pesados. Seria o fim da linha?
Como tinha feito um remendo quando perdi o primeiro suporte, como relatei antes, nos dias anteriores, o outro suporte começou a afrouxar, assim como os parafusos que prendem o bagageiro ao quadro da bicicleta. Quando todos estão perfeitos, não soltam, ou isso é muito difícil de ocorrer. Mas quando você tira um, essa harmonia acaba.
Fiquei olhando o estrago por instantes, e vi que tinha apenas um jeito: peguei a borracha do remendo anterior e dividi em duas partes; trancei cada parte em volta do canote do selim, dando um nó em cada uma das duas hastes do bagageiro, fixando da melhor forma possível, pelo menos até a sede do Parque dos Aparados da Serra, onde talvez conseguisse algo melhor.
Fui seguindo pela estrada, e apertando os parafusos do quadro de pouco em pouco tempo. Felizmente chegamos ao parque. Uma fila de carros esperava para pagar a entrada. Nunca vi tanto movimento lá como nesse dia; talvez o feriadão e a propaganda feita da região num programa de televisão, veiculado recentemente.
Fizemos as duas trilhas existentes, e pudemos rever as lindas e encantadoras paisagens que o lugar possui. Cachoeiras, penhascos e o rio do Boi passando lá embaixo, formoso. Em outra oportunidade percorremos o rio, entre os paredões, e é um dos passeios mais maravilhosos a se fazer um dia na vida.
Curtimos bem o lugar, e foi no tempo certo; em seguida começamos a ver as nuvens chegando, e quando chegamos ao alto, na saída do parque, os funcionários já avisavam aos turistas que estavam chegando, que não adiantaria mais descer até o cânion, porque a viração tomou conta de tudo, e a visibilidade era zero.
Junto aos mesmos funcionários, consegui um pedaço grande de câmara de ar de uma moto, cujo dono deixou por lá após vê-la dilacerada. Bom pra mim. Fiz algumas tiras com ela e firmei bem o bagageiro; tinha certeza agora que poderia seguir sem problemas até o destino final.
Mais subidas, mais pedras no caminho, até chegarmos à fascinante descida da serra do Faxinal, que leva a Praia Grande, que não é praia, e também não é grande. A vista de lá é linda, mas a neblina mal deixava a Carmo e eu nos vermos. Isso pelo menos até a parte final, quando então vislumbramos o vale maravilhoso. Essa serra lembra um pouco a nossa Graciosa, porém de estrada de chão.
Apenas um pequeno trecho final, com intervalos, está asfaltado.
Paramos para comer algo na cidade, e tocamos pela estradinha asfaltada até a BR 101. Dali, rumamos ao norte até a cidade de Sombrio, onde pernoitamos. Mais de 90 km percorridos no dia.
20/04/2015
Amanheceu um dia horrível, chuvoso; chegamos a pensar em seguir pelo litoral, por estradas secundárias, mas em função desse clima, preferimos continuar na BR 101, sentido norte.
Não demorou e um baita temporal nos alcançou. Muita água mesmo. As condições de segurança ficaram precárias e nos abrigamos embaixo de um viaduto, entre as duas pistas de rodagem. Estávamos na região de Araranguá.
Após amenizar um pouco decidimos continuar. A chuva ficou mais leve; contamos com um bom acostamento para pedalar, mas mesmo assim preferimos abortar a pedalada do dia, parando no acesso à cidade de Içara. Nenhum registro fotográfico nos 55 km percorridos no dia. Justificável... Encontramos um Hotel com restaurante à beira da estrada, e por lá ficamos.
21/04/2015
O dia amanheceu melhor, sem chuva. Voltamos para a estrada e no trevo de Jaguaruna pegamos à direita. Logo encontramos um ciclista e fomos conversando com ele por um trecho. Ele já havia pedalado um tanto e iria para outro lado. Deu algumas dicas da região e seguiu seu rumo.
Nós seguimos direto para o litoral, passando pela bela Lagoa de Garopaba ou Camacho e na barra do Camacho, onde pescadores aguardavam a passagem de cardumes de tainhas. Seguíamos em direção ao Farol de Santa Marta e Laguna, nosso destino final.
Paramos na região do Camacho para almoçar, para depois então seguir até o Farol.
O Farol de Santa Marta remonta ao século XIX, e foi inaugurado a 11 de junho de 1891. Projetado pelos franceses Barbier Bernard e Turenne; foi erguido com pedra, areia, barro e óleo de baleia. É um dos mais potentes do Brasil e tem 29 metros de altura.
As praias da região são lindas e algumas próprias para o surf, inclusive local de alguns campeonatos da modalidade.
Demos uma volta pela região, apreciamos suas belezas do alto do morro e seguimos para Laguna, criada em 1676, terra de Ana Maria de Jesus Ribeiro.
Talvez com esse nome você não conheça, mas se falarmos em Anita Garibaldi...aí sim. É chamada de "Heroína dos Dois Mundos". Conheceu Giuseppe Garibaldi, que por mar participou da Guerra dos Farrapos, nos idos de 1839, e com ele se casou, seguindo "pelear" por todas as bandas do sul. Essa história é conhecida e muito bacana.
Gosto de Laguna, cidade com menos de 50.000 habitantes e que vive principalmente da pesca e do turismo. Eu e a Carmo passamos por lá em 1980, em nossa lua de mel. Voltamos novamente anos atrás, de bicicleta, e percorremos suas belas praias. Na cidade encontramos um grupo de pessoas que chegavam de uma longa cavalgada. Disseram que era em homenagem a Anita Garibaldi e também uma campanha para trazer seus restos mortais da Itália para essa cidade. Confesso que não sei o que aconteceu depois.
Agora chegávamos ali novamente, depois de 79 km percorridos; uma passagem breve, pois apenas pernoitamos e logo pegamos um ônibus de volta para Curitiba.
Era hora de começar a retornar. O dia amanheceu lindo, e tínhamos que aproveitar para visitar novamente o cânion Itaimbezinho, que fica no caminho que escolhemos, ou seja, descer a serra do Faxinal até Praia Grande, e dali seguir em frente, rumo norte, para Laguna, novamente no estado de Santa Catarina. Deixamos a Pousada por volta das nove horas.
Seguimos tranquilamente pela estrada de chão que leva até o cânion, até que o chacoalhar da minha bicicleta, no piso irregular, principalmente nas descidas, fez com que eu sentisse um tranco e o travamento total. Parei imediatamente e percebi logo que o bagageiro desprendeu-se totalmente, envergando para trás junto com os alforjes pesados. Seria o fim da linha?
Como tinha feito um remendo quando perdi o primeiro suporte, como relatei antes, nos dias anteriores, o outro suporte começou a afrouxar, assim como os parafusos que prendem o bagageiro ao quadro da bicicleta. Quando todos estão perfeitos, não soltam, ou isso é muito difícil de ocorrer. Mas quando você tira um, essa harmonia acaba.
Fiquei olhando o estrago por instantes, e vi que tinha apenas um jeito: peguei a borracha do remendo anterior e dividi em duas partes; trancei cada parte em volta do canote do selim, dando um nó em cada uma das duas hastes do bagageiro, fixando da melhor forma possível, pelo menos até a sede do Parque dos Aparados da Serra, onde talvez conseguisse algo melhor.
Fui seguindo pela estrada, e apertando os parafusos do quadro de pouco em pouco tempo. Felizmente chegamos ao parque. Uma fila de carros esperava para pagar a entrada. Nunca vi tanto movimento lá como nesse dia; talvez o feriadão e a propaganda feita da região num programa de televisão, veiculado recentemente.
Fizemos as duas trilhas existentes, e pudemos rever as lindas e encantadoras paisagens que o lugar possui. Cachoeiras, penhascos e o rio do Boi passando lá embaixo, formoso. Em outra oportunidade percorremos o rio, entre os paredões, e é um dos passeios mais maravilhosos a se fazer um dia na vida.
Curtimos bem o lugar, e foi no tempo certo; em seguida começamos a ver as nuvens chegando, e quando chegamos ao alto, na saída do parque, os funcionários já avisavam aos turistas que estavam chegando, que não adiantaria mais descer até o cânion, porque a viração tomou conta de tudo, e a visibilidade era zero.
Junto aos mesmos funcionários, consegui um pedaço grande de câmara de ar de uma moto, cujo dono deixou por lá após vê-la dilacerada. Bom pra mim. Fiz algumas tiras com ela e firmei bem o bagageiro; tinha certeza agora que poderia seguir sem problemas até o destino final.
Mais subidas, mais pedras no caminho, até chegarmos à fascinante descida da serra do Faxinal, que leva a Praia Grande, que não é praia, e também não é grande. A vista de lá é linda, mas a neblina mal deixava a Carmo e eu nos vermos. Isso pelo menos até a parte final, quando então vislumbramos o vale maravilhoso. Essa serra lembra um pouco a nossa Graciosa, porém de estrada de chão.
Apenas um pequeno trecho final, com intervalos, está asfaltado.
Paramos para comer algo na cidade, e tocamos pela estradinha asfaltada até a BR 101. Dali, rumamos ao norte até a cidade de Sombrio, onde pernoitamos. Mais de 90 km percorridos no dia.
Sombrio - Içara - Laguna
20/04/2015
Amanheceu um dia horrível, chuvoso; chegamos a pensar em seguir pelo litoral, por estradas secundárias, mas em função desse clima, preferimos continuar na BR 101, sentido norte.
Não demorou e um baita temporal nos alcançou. Muita água mesmo. As condições de segurança ficaram precárias e nos abrigamos embaixo de um viaduto, entre as duas pistas de rodagem. Estávamos na região de Araranguá.
Após amenizar um pouco decidimos continuar. A chuva ficou mais leve; contamos com um bom acostamento para pedalar, mas mesmo assim preferimos abortar a pedalada do dia, parando no acesso à cidade de Içara. Nenhum registro fotográfico nos 55 km percorridos no dia. Justificável... Encontramos um Hotel com restaurante à beira da estrada, e por lá ficamos.
21/04/2015
O dia amanheceu melhor, sem chuva. Voltamos para a estrada e no trevo de Jaguaruna pegamos à direita. Logo encontramos um ciclista e fomos conversando com ele por um trecho. Ele já havia pedalado um tanto e iria para outro lado. Deu algumas dicas da região e seguiu seu rumo.
Nós seguimos direto para o litoral, passando pela bela Lagoa de Garopaba ou Camacho e na barra do Camacho, onde pescadores aguardavam a passagem de cardumes de tainhas. Seguíamos em direção ao Farol de Santa Marta e Laguna, nosso destino final.
Paramos na região do Camacho para almoçar, para depois então seguir até o Farol.
O Farol de Santa Marta remonta ao século XIX, e foi inaugurado a 11 de junho de 1891. Projetado pelos franceses Barbier Bernard e Turenne; foi erguido com pedra, areia, barro e óleo de baleia. É um dos mais potentes do Brasil e tem 29 metros de altura.
As praias da região são lindas e algumas próprias para o surf, inclusive local de alguns campeonatos da modalidade.
Demos uma volta pela região, apreciamos suas belezas do alto do morro e seguimos para Laguna, criada em 1676, terra de Ana Maria de Jesus Ribeiro.
Talvez com esse nome você não conheça, mas se falarmos em Anita Garibaldi...aí sim. É chamada de "Heroína dos Dois Mundos". Conheceu Giuseppe Garibaldi, que por mar participou da Guerra dos Farrapos, nos idos de 1839, e com ele se casou, seguindo "pelear" por todas as bandas do sul. Essa história é conhecida e muito bacana.
Gosto de Laguna, cidade com menos de 50.000 habitantes e que vive principalmente da pesca e do turismo. Eu e a Carmo passamos por lá em 1980, em nossa lua de mel. Voltamos novamente anos atrás, de bicicleta, e percorremos suas belas praias. Na cidade encontramos um grupo de pessoas que chegavam de uma longa cavalgada. Disseram que era em homenagem a Anita Garibaldi e também uma campanha para trazer seus restos mortais da Itália para essa cidade. Confesso que não sei o que aconteceu depois.
Agora chegávamos ali novamente, depois de 79 km percorridos; uma passagem breve, pois apenas pernoitamos e logo pegamos um ônibus de volta para Curitiba.
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