Cidade pequena do Mato Grosso do Sul, na região da Serra da Bodoquena e Pantanal, e que guarda inúmeras belezas naturais, além de um ecossistema fenomenal, com uma grande variedade de animais e plantas.
Lugar extraordinário para o ecoturismo; é recheado de atrações, algumas radicais. Tem flutuação em nascentes de rios de águas cristalinas, onde se nada junto aos peixes comuns da região, como piraputangas, corimbas, dourados, piau de duas pintas, pacu, etc...; tem também visita a grutas e lagos encantadores; rapel em cachoeiras e em abismos; mergulho, tirolesa, boia-cross, raffting, entre outros.
Gastronomia regional de primeira qualidade, porém não se pode beber suas águas, que são ricas em magnésio, cálcio e outros elementos muito "pesados" para os visitantes. Sugere-se, no caso, beber e preparar alimentos com água mineral industrializada (engarrafada).
Para ir até lá é fácil. É só chegar em Campo Grande e pegar ônibus ou van, caso não tenha feito aquelas típicas excursões com ônibus próprio. Cerca de 300 km e já está em Bonito. Mas para quem é ciclista, e gosta de viajar de bicicleta, alguns desafios precisam ser transpostos.
Eu e meu compadre Rubens, mais uma vez resolvemos dar uma voltas por aí de bicicleta; isso aconteceu pouco mais de um ano depois de fazermos o Caminho de Santiago de Compostela junto com a Carmo, minha esposa. Foi no início de dezembro de 2006. Pegamos um avião até Campo Grande e de lá partimos rumo a Bonito.
Dezembro é verão, e a região é conhecida pelo calor que faz. Isso foi uma constante no passeio, desde o primeiro dia, de Campo Grande a Aquidauana. Foram 140 Km de muito suor. Até o quilômetro 50 não há qualquer lugar para abastecimento e hidratação, e quando paramos, encontramos com um senhor que participava de um grupo de motos triciclos, que gentilmente nos convidou para passarmos no Balneário Cachoeirão, alguns quilômetros à frente, onde teria um encontro entre seus parceiros, e que poderíamos desfrutar da piscina e de um suculento churrasco.
Deixamos o sol baixar um pouco e seguimos viagem. São raros os pontos para hidratação, e o cansaço pega. Chegamos ao anoitecer em Anastácio, cidade irmã de Aquidauana, separadas apenas pelo rio Aquidauana. Encontramos um pequeno hotel na rua principal e por lá ficamos. De noite atravessamos a ponte para fazer um lanche na outra cidade.
O Rubens não amanheceu muito bem, estava meio descompensado, talvez em virtude do desgaste das pedaladas do dia anterior; ele é muito magro e faltou aquela "capa de gordura" como eu tenho (rs). Demoramos um pouco para partir, ele tinha que estabilizar mais seu organismo. Na verdade queria desistir, chegando a pedir para eu tocar sozinho, mas isso não tinha sentido para mim.
Nosso objetivo era ir até Bonito. Seriam 20 km de asfalto pela BR 419, depois mais 100 km até lá, por estrada de chão, a MS 345. O primeiro trecho foi tranquilo, feito no tempo e do jeito possível para o Rubens. Chegamos no entroncamento das rodovias e era hora de seguir à direita, por estrada de chão, com uma grande variação de altimetria, com muito sobe e desce.
Havia um pequeno comércio ali, e paramos para descansar um pouco. Lembro que o calor pegava forte já pela manhã. Um rapaz estava por ali e conversando com ele e com o dono do bar, perguntamos se havia possibilidade de conseguir uma carona, pelo menos por um trecho, até que o Rubens se recuperasse. Ele assentiu, dizendo que também esperava por uma. - Sempre passa caminhonete por aqui, principalmente de fazendeiros da região. Tomamos um refrigerante e logo o rapaz aborda um desses automóveis grandes, com a caçamba vazia. Ele corre até lá e grita para nós irmos juntos. Beleza!
A carona nos levou até o rio Miranda, 30 km depois. O vento fresco no rosto e o tempinho de descanso, recuperaram as forças do Rubens, que ficou mais animado. Dali seguimos pela gangorra impiedosa até chegarmos em nosso destino. No caminho aves como o tucano e arara eram comuns, e deixavam o pedalar mais alegre.
Ficamos instalados num chique hotel da rua principal da cidade, pois tínhamos um trunfo em função do serviço do Rubens. Estava vazio e ficamos bem sossegados lá. Era preciso procurar a agência de turismo do hotel para ver a programação que faríamos durante nossa estada em Bonito. Todas as atrações da cidade precisam passar por agências, caso contrário não consegue entrar. Há também, um limite de visitantes por local, por dia.
São muitas as atividades possíveis, e escolhemos primeiro fazer flutuação no rio Sucuri.
No outro dia fomos primeiro à Gruta do Lago Azul pela manhã. Lugar encantador, necessitando apenas uma leve caminhada até a gruta, e depois a visualização de lindas estalagmites e estalactites, formadas pela deposição de carbonato de cálcio, além da lagoa em tom azul turquesa, claro. De tarde fomos de bicicleta até o Balneário Municipal, onde novamente fizemos flutuação e comemos junto às araras do local. Dia bem aproveitado, e mais 14 km de pedaladas.
Mais um dia na região de Bonito, e tiramos inteiro para curtir a flutuação no Recanto Ecológico Rio da Prata. Na verdade a flutuação começa no rio Olho D'água, de águas totalmente límpidas e transparentes, com muitos peixes, como as piraputangas, pacus, bonitos, etc. Chega-se à nascente borbulhante chamada "vulcão" e depois o rio desemboca no Prata, de águas um pouco mais turvas, mas também muito bonito. Almoço delicioso, campeiro, e um bom descanso depois, junto aos animais silvestres que passeiam pela sede da fazenda. Voltamos para a cidade e de noite fomos ensaiar os "passos" para fazer rapel no abismo Anhumas.
Chegou o dia da grande atração: Abismo Anhumas. Talvez uma das atrações mais radicais e lindas do Brasil. Você desce de rapel por mais de setenta metros, até a base, junto a um lago de água cristalina, com cones submersos de até 18 metros de altura (entre os maiores do mundo). Espetacular!
Na descida os guias pedem para ir mais depressa, para na subida, na técnica chamada "jumar", aí sim apreciar a vista da caverna em todo o seu contexto. Tem o tamanho de um campo de futebol. Sou meio avesso às alturas, mas ir até lá e não fazer o rapel... Enfrentei.
Num determinado momento, enquanto o Rubens fazia o mergulho com cilindro, eu fazia flutuação com snorkel. Tudo muito maravilhoso.
Num determinado momento, enquanto o Rubens fazia o mergulho com cilindro, eu fazia flutuação com snorkel. Tudo muito maravilhoso.
Era hora de deixar aquele paraíso, e como cicloturistas, sabemos que não é só "refresco", há de se pedalar bastante para se chegar num local como Bonito, mas também para sair e chegar a outro destino, ou mesmo voltar para casa.
Já de antemão havíamos previsto voltar pedalando pelo menos até a entrada de nosso estado, o Paraná. Traçamos o roteiro passando por Dourados, até atravessar a divisa dos estados, em Guaíra. E assim o fizemos.
De Bonito seguimos por 69 km até Guia Lopes de Laguna, e dali mais 113 km até Maracajú. De Maracajú até Dourados; mais 85 km. Finalmente 129 km de Dourados a Naviraí. Total do passeio: 640 km.
Disse "finalmente", porque ao chegarmos em Naviraí, vimos que nossa previsão de tempo de viagem estava se esgotando; tínhamos que retornar a Curitiba para nossos afazeres. Por outro lado, estava um tanto quanto enfadonho, de certa forma, percorrer apenas estradas asfaltadas, com pouco movimento, e sem muito o que ver. Sentimos que já tínhamos feito o bastante.
Pegamos um ônibus para Guaíra, e de lá, no dia seguinte, voltamos para casa. Tudo de bom nessa cicloviagem. Fiquei com a certeza que voltaria mais vezes. Gostaria de levar a Maria do Carmo até lá; talvez incluir o Pantanal no roteiro. Foi o que fiz. Em maio de 2009 voltei para a região, acompanhado da Carmo. Mas essa é uma outra história, que conto logo mais. Valeu!
Já de antemão havíamos previsto voltar pedalando pelo menos até a entrada de nosso estado, o Paraná. Traçamos o roteiro passando por Dourados, até atravessar a divisa dos estados, em Guaíra. E assim o fizemos.
De Bonito seguimos por 69 km até Guia Lopes de Laguna, e dali mais 113 km até Maracajú. De Maracajú até Dourados; mais 85 km. Finalmente 129 km de Dourados a Naviraí. Total do passeio: 640 km.
Disse "finalmente", porque ao chegarmos em Naviraí, vimos que nossa previsão de tempo de viagem estava se esgotando; tínhamos que retornar a Curitiba para nossos afazeres. Por outro lado, estava um tanto quanto enfadonho, de certa forma, percorrer apenas estradas asfaltadas, com pouco movimento, e sem muito o que ver. Sentimos que já tínhamos feito o bastante.
Pegamos um ônibus para Guaíra, e de lá, no dia seguinte, voltamos para casa. Tudo de bom nessa cicloviagem. Fiquei com a certeza que voltaria mais vezes. Gostaria de levar a Maria do Carmo até lá; talvez incluir o Pantanal no roteiro. Foi o que fiz. Em maio de 2009 voltei para a região, acompanhado da Carmo. Mas essa é uma outra história, que conto logo mais. Valeu!
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