PAULINO NEVES A BARREIRINHAS
02 de setembro de 2014
Primeiro abro um parênteses para falar de Paulino Neves; ou
seria Rio Novo? Pois é, a cidade mudou de nome. Antigamente eram duas cidades,
divididas pelo rio. O próprio rio é chamado de “Novo”, porque é novo mesmo; ele
é uma derivação de outros dois rios que seguiam em direção ao rio Preguiças,
mas as coisas mudaram com o assoreamento (areia das dunas), e suas águas
resolveram seguir outro caminho, desaguando no mar. Cada distrito pertencia a
um Município diferente (Tutóia e Barreirinhas), até ser decidida politicamente
a unificação. Até hoje o lado do rio que fica para Tutóia, chama a vila de Rio
Novo... Foi lá que nosso grupo tomou contato com a Tikira, uma aguardente
daquela região, muito forte (acho que 90% de álcool, rs); dizem que se bebê-la
e tomar banho, a pessoa fica “doidona”. Outros dizem que “basta molhar o pé”.
Quando fomos na tarde anterior até às dunas dos pequenos
lençóis, procurei junto com o Neimar, visualizar um local mais apropriado para
atravessá-las neste dia, fazendo um percurso mais curto e com menos perrengue,
ou seja, menos areia fofa para transpor. Assim, ao sairmos pela manhã, fomos
direto pelo caminho planejado. Percorremos o interior das dunas, que ainda
formavam lagos de águas rasas, até chegarmos ao ponto mais difícil. Pouco
esforço de cada um e vencemos as dunas, sem precisar sequer tirar os alforjes. Momentos da rara beleza, integrados com a beleza exótica dos Lençóis.
Do outro lado seguimos rente às dunas, por trilha formada por
veículos que por lá trafegam e deixam a areia mais dura, até um marco que
indica o sentido da praia. Havia poucos trechos em que tivemos que empurrar
nossas bicicletas. Amanheceu um dia mais fresco, com nuvens, proporcionando um
pedalar gostoso pela areia da praia até Caburé, depois de percorrer 25 km.
Durante o trajeto aproveitamos para tomar banho de mar e o único incidente
ficou por conta de um pneu furado do Juliano, arrumado prontamente. Enquanto esperávamos
o conserto, eu e o Nascimento demos uma circulada pela beira da praia, e
constatamos, infelizmente, uma quantidade enorme de lixo depositado e
proveniente de alto mar. A origem mais provável é de descarte de navios.
Caburé é um lugar paradisíaco; uma ponta de terra que separa
o rio Preguiças do mar. Aliás, são poucos metros que os separam. O por do sol
de lá é sempre magnífico, e dormir na região é de um sossego só; não há energia
elétrica e os geradores são desligados às dez da noite. O vento se encarrega de
refrescar o sono... A água de poços está ficando salobra, e se não for feito
nada logo, os restaurantes e pousadas do lugar correm o risco de desaparecer.
Não há residências no lugar, apenas duas pousadas e dois restaurantes.
Conversando com guias locais, estes dizem que a tendência é de os turistas se
dirigirem mais para Athins, que fica do outro lado do rio, e que vem crescendo
muito nos últimos tempos. Lá existe lagoa, rio, mar, e pode-se caminhar até às
dunas dos lençóis; também é show!
Desta vez preferi não dormir por lá, e ganhar um dia no
projeto. O barco já nos esperava em Caburé, mas como tínhamos tempo, curtimos
um pouco do local e aproveitamos para tomar banho de rio, almoçar e beber
alguma coisa. Por volta das duas e meia embarcamos. Pedi para o barqueiro
passar no Farol Preguiças, ou Mandacaru, que fica logo do outro lado do rio, a
menos de dois quilômetros. Lá fizemos uma visita ao Farol, sendo possível subir
suas escadas em espiral até um mirante. A vista de 360 graus lá é maravilhosa,
podendo observar a chegada suave do rio Preguiças, que descansa suas águas no
mar ali próximo, formando uma barra com mata, dunas e pequena vila;
avistando-se Caburé mais ao fundo. No terreno da Marinha, onde fica a torre,
havia pés de caju, com frutas maduras; catamos algumas e novamente saboreamos
aquela deliciosa fruta. Tomamos um gostoso sorvete de frutas regionais na
Sorveteria Lençóis Maranhenses, onde se é bem atendido, com uma boa prosa.
Subimos, enfim, o rio Preguiças. São quase 40 km serpenteando
rio acima até Barreirinhas, não sem antes descer nas dunas da vila de
Vassouras, onde se pode comprar artesanato local, beber uma água de coco e dar
comida e interagir com pequenos e divertidos macaquinhos, que já sabem que
receberão algum alimento e posam para fotos. Percebemos que o macho não deixa a
fêmea pegar o alimento, e para fazer isso tínhamos que despistá-lo (rs).
Em outras oportunidades subimos o rio Preguiças com barco
mais lento, mas desta vez, com voadeira, em uma hora já estávamos na cidade.
Pedi para o barqueiro nos deixar no atracadouro da Pousada que já era nossa
conhecida, e o nosso grupo achou muito chique desembarcar direto lá (rs).
Alguns não perderam tempo, e logo que se desvencilharam das bagagens foram ao
rio se banhar; outros preferiram lavar as bicicletas ou então apenas descansar.
O resto do dia era completamente livre. Eu apenas tive o “trabalho” de negociar
nosso passeio aos Lençóis para o próximo dia. Realmente tudo estava dando muito
certo. Tudo era só felicidade.
Por falta de tempo, li apenas alguma coisa da postagem "rota-dasemocoes-2014-primeirosdias-24.html".
ResponderExcluirMuito legal o passeio.
Pelo que eu deduzi, seriam 800km de Fortaleza até os Lençóis Maranhenses??? Vocês estão em Curitiba e estou em SP, então, o custo da passagem áerea é diferente. De qualquer forma, pooderia qual é a média de custo total desta viagem, com passagem aérea, estada e demais despesas? Parabéns!!! Obrigado.
Olá Biciklo da Silva. Obrigado por acompanhar nossa aventura. Não tenho problemas em falar sobre custos. A passagem de ida custos R$ 240,00 (Ctba- Fortaleza) e a volta R$ 470,00 (São Luis - Ctba); Tudo depende de conseguir promoções, ou até mesmo usar pontuação; o custo abaixa. O gasto médio é de R$ 120,00 por dia, entre hospedagem, alimentação e passeios (barcos, bugue, ingressos, etc.). Isso também depende de onde dormir ou de onde e o que comer. Preferimos ficar em pousadas a acampar, onde abaixaria ainda mais os custos. Valeu! Abraços
ResponderExcluirSérgio, obrigado pela resposta.
ResponderExcluirConfirme para mim se são 800km o trajeto de Fortaleza até Lençóis.
Com mais tempo, vou tentar ler todo este post sobre o passeio de 2014 pela Rota das Emoções.
Enquanto isto, vou viajando no seu relato!!!
Mais uma vez, obrigado.
Um abraço.
É isto mesmo Biciklo da Silva. São pouco mais de 800 km de Fortaleza até São Luis, na verdade. Fizemos alguns quilômetros a mais em passeios por Fortaleza e também na Parnaíba, o que deu um total de 850 km. No relato de 2013 deve ter toda a quilometragem, que foi praticamente a mesma. Abraços
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