BREJO GRANDE À LAGOA DO PAU
Por apenas R$ 3,00 (três reais)
por pessoa, pegamos o barquinho tótótó e atravessamos o “Velho Chico” bem perto
da sua foz. Já contei isso em outro relato, quando passei por essa região em
2006, só que atravessei entre Neópolis e Penedo, mas vale à pena lembrar da
emoção de cruzar esse grande rio nacional, que cruza vários estados até
desaguar aqui, entre Sergipe e Alagoas. Suas águas esverdeadas são
inconfundíveis. Falo isso por que já estive pedalando na Serra da Canastra, em
Minas Gerais, onde fica sua nascente, isso há muitos anos, e cheguei também na
parte de baixo da primeira cachoeira formada pelo rio, a Casca D’Anta, perto de
São Roque de Minas.
Do outro lado a cidade de
Piaçabuçú, já no Alagoas, maior que Brejo Grande, mas também uma simples vila
de pescadores, que hoje também vive do turismo, principalmente daqueles que
visitam a linda foz do rio São Francisco, com suas belas dunas. Logo estávamos
na estrada. Cruzamos por Feliz Deserto depois de 20 km, onde nos hidratamos,
coisa fundamental em cicloturismo de regiões quentes como essa. Até ali, várias
praias no caminho, como Pontal do Peba, Flexeira, do Toco e Japu. A estradinha
segue pouco afastada das praias, margeando as falésias, tem alguns ligeiros
aclives, mas o que crescia mesmo era o calor. A jornada do dia anterior
determinava naturalmente que o dia de pedalada seria mais curto.
Novas praias: do Poço, Miaí de
Baixo e Miaí de Cima; depois Barreiras e, enfim, Coruripe, local previsto para
Almoçar, e quem sabe até ficar por ali mesmo. Neste momento lembrei da jornada
de 2006 novamente, pois foi em Miaí de Baixo que eu e a Carmo paramos para ela
ir ao banheiro; entramos num pequeno comércio (armazém) e pedimos por banheiro.
Dois atendentes se entreolharam e disseram que não tinha. Não aguentei e disse:
- Vocês não costumam ir ao banheiro? Olharam-se novamente, desta vez mais
assustados, e um deles respondeu: - É que precisa falar com a dona... Viramos
as costas e fomos embora; no primeiro matinho da estrada, a Carmo fez o que
queria. Aliás, sempre fizemos assim, mas...
Chegamos ao centro de Coruripe. A
cidade estava em festa, aguardando o jogo de futebol da tarde, entre o seu time
e o CRB, que disputam as finais do campeonato estadual. Soube mais tarde que o
time ganhou; agora esperam pela segunda partida, no meio da semana, pra ver se
a comemoração é completa. Boa sorte Coruripe! Almoçamos e descansamos num bom
restaurante, que serviu um espeto com três tipos de carnes, que você escolhe
entre quatro. Serve bem três pessoas e o preço é justo. Comemos bem. A Carmo
chegou a dormir no chão do restaurante... O local é bem frequentado; chamou a
atenção parte da tropa do BOPE do estado, que chegou para almoçar. Soube que estavam
a serviço ali, justamente por conta do jogo da tarde.
Às duas e quinze da tarde
resolvemos “levantar acampamento” e seguir mais um pouco. Menos de uma hora
depois, paramos na entrada de Lagoa do Pau. Pedimos informações, principalmente
de existência de pousadas mais para frente, talvez 10/20 km, que era o natural
para o dia. Resposta negativa, sem muita certeza, mas a dúvida fez com que ficássemos
por ali mesmo. A decisão foi acertada, como vimos no dia seguinte. Era cedo,
ficamos numa pousada simples à beira da praia, preço justo, negociado. Largamos
tudo e fomos para a praia, para um saudável banho de mar, caminhada e sossego.
Descanso merecido. Pedalamos “apenas” 65 km no dia, mas o suficiente para
garantir uma boa sequencia.
Percorrendo a praia a pé,
percebendo pessoas vindo por um caminho, descobrimos tratar-se de um rio que cruza a
vila, e tem sua barra logo mais à frente. As pessoas costumam nadar em suas
águas escuras, provavelmente composta de ferro, mas muito frescas. Voltamos à
praia, atravessamos o rio, que naquele ponto estava bem raso, e fomos andar
mais um pouco. Avistamos dois ciclistas e fui conversar com eles. Era o Ivan e
o Elon. Segundo eles, começaram a pouco tempo, mas com certeza foram picados
por esse “bichinho” que causa vício, o mesmo que “picou” a gente. São da região
mesmo e percorriam aquelas lindas praias sempre que podiam. Com certeza,
incentivados, qualquer dia estarão na estrada seguindo caminhos mais longos.
Aqui, cabe a deixa para minha frase favorita: de bicicleta, quanto mais longe
se vai, mais longe se quer ir.
De bicicleta, retornamos no
começo da noite até a entrada da vila, junto à pista. Local para comer era
muito difícil de encontrar. Conseguimos uma pequena lanchonete, comemos dois
pastéis cada um; foi a nossa “janta”. O possível... Resta dormir. Negociamos a
pousada sem café da manhã, pois seria servido somente a partir das oito.
Preferimos sair no seco mesmo, pagar menos e sair cedo, seis da manhã. O dia
seguinte reservava o pedal mais longo.
Que beleza de lugar. Hoje fizemos um pedal para Tijucas do Sul, o Donato falando da nossa cicloviagem para o Nordeste, despertou interesse de alguns. Boas pedaladas. Heron
ResponderExcluirIsso aí Heron. Esse Nordestão aqui é maravilha. Abração
ExcluirQue dia chato ! Não teve perrengue ?!
ResponderExcluirO perrengue ficou apenas por conta do calor, mas realmente foi um dia bem sossegado. Chato? Nunca, hehehehe
ExcluirO perrengue ficou apenas por conta do calor, mas realmente foi um dia bem sossegado. Chato? Nunca, hehehehe
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