domingo, 11 de maio de 2014

JOÃO PESSOA

PITIMBU A JOÃO PESSOA

A pousada não oferecia café da manhã, mas nós achamos até bom, pois ao lado havia uma panificadora, onde poderíamos fazer um lanche antes do pedal, e ainda por cima, no horário mais conveniente, ou seja, o mais cedo possível. O lugar talvez seja o mais frequentado pelos moradores, que logo cedo vão buscar seu pão; isso deixou um pouco confuso o atendimento, mas, enfim, conseguimos nosso lanche e partimos, passando primeiro pela praia para conhecê-la e tirar umas fotos.

 


Para deixar a cidade tínhamos, obrigatoriamente, que subir uma íngreme ladeira. Subimos desmontados e quando começamos a pedalar, a corrente da bicicleta da Carmo partiu. Como trazia comigo um “power link”, logo consertamos e seguimos em frente.
Aí começou outro perrengue, principalmente para a Carmo: muito calor combinado com muitas subidas. Foram mais de 20 km assim, e ela já começava a pifar de novo; o “radiador” estava furado. Cruzamos por diversos ciclistas, que treinavam “montanha”. Num cruzamento, quando se entra para a praia de Tambaba, o Rubens já conversava com um deles, que era o mais veloz. Tratava-se do Aguinaldo, que disse ser o único local de treinar “montanha” na Paraíba, justamente ali, quase à beira da praia.

Seus amigos, o Sergio, o Renato e mais um, que infelizmente não recordo o nome, chegaram logo e fizeram parte do breve papo. Falaram que o Aguinaldo é um dos melhores triatletas do Brasil e ele, humilde, disse que agora deveria pagar um lanche pra eles...

Descemos até a praia de Tambaba, pelo menos até o mirante; não havia tempo para sair pelados na praia (rs).

 



Perguntamos se conseguiríamos ir pela areia da praia até Coqueirinhos, local indicado pelos ciclistas para conhecermos. A areia não seria compatível, ainda mais que a maré estava ainda alta. Por cima das falésias, a Rosana, atendente de uma banca de bebidas, disse que seria mais fácil seguir, pois seriam apenas 4 km, planos, por estradinha de chão, que seguia paralela à pista. Tentamos seguir pela tal estradinha, mas começou a ficar pouco confusa, e como vimos estar ao lado da estrada, seguimos por ela. Passamos pela pequena vila de Tambaba, e depois pela entrada para Coqueirinhos, mas resolvemos não descer a falésia. Infelizmente ficamos, nesta oportunidade, sem conhecer essa praia.

Mais sobe e desce e paramos para descansar à beira da praia de Jacumã, já muito perto de João Pessoa.

 
Era cedo ainda, onze da manhã, propício para um banho de mar e um descanso depois de tanto esforço. O Rubens arriscou uns mergulhos; eu a Carmo preferimos ficar à sombra. O sol pegava forte naquele momento. Resolvemos apenas comer uns petiscos, e beber alguma coisa. Na verdade a Carmo bebeu mais do que alguma coisa... Bebeu todas; ficou preocupada em sair bambeando de lá. Depois da uma da tarde deixamos Jacumã para chegar a João Pessoa. Mais sobe e desce até entrar finalmente na cidade. Passamos ainda pelo marco oficial do país, do ponto mais oriental, ou seja, aquele mais perto da África, chamado ponta do Seixas, e também pelo novo prédio e ponto turístico da capital paraibana, a Estação Ciências.


Fomos direto à praia de Manaíra, onde nos hospedamos no Hostel Manaíra, albergue da Hostelling Internacional (eu e a Carmo ficamos no mesmo local em 2006). Na praia, antes de ir para o hostel, tomamos açaí e guaraná da Amazônia.

 

Fechamos o dia em 70 km. Quilometragem aparentemente baixa, mas de muito esforço. Por coincidência, a Carmo ficou abrigada no quarto de nome "Pitimbu”, com outras meninas, e nós, os meninos, ficamos no quarto “Seixas”.

Antes de sair para comer alguma coisa, eu e o Rubens pegamos as bicicletas, minha e da Carmo, e fomos até uma bicicletaria para ver se conseguíamos dar um jeito nas correntes e câmbios, porque estava difícil de lidar. Eu, por exemplo, estava pedalando com apenas três marchas, das vinte e sete combinações possíveis. Deixava apenas uma fixa atrás, e movia as três da frente; até a “vovozinha” tinha de usar, pode? A bicicleta da Carmo estava pior, pois o câmbio trocava as marchas a cada pedalada, e fazia um barulho feio. Passamos na loja da Cannondale, à beira da praia, e várias pessoas estavam por ali, sem fazer nada, e uma delas me disse que era melhor ir à outra loja, na rua de trás, pois, pelo horário, não iria conseguir atender.

Ao contrário daquela loja, chegamos à loja do Tôca, e fomos muito bem recebidos, e, apesar do grande movimento de clientes, bicicletas sendo entregues e ainda em atendimento, ele pediu a seus funcionários que fizessem o melhor para que as bicicletas tivessem condições de ir para a estrada novamente. Lembro que fomos primeiro ao Albergue, para deixar as coisas, para depois ir para lá, já às 17:30 de um sábado. Então, ele nos atendeu como se fosse um “golaço” aos 47 do segundo tempo. Só temos a agradecer ao Tôca e seus funcionários pelo belo exemplo de solidariedade aos
cicloviajantes. Soube, também, que o Aguinaldo, aquele ciclista lá de trás da narrativa, é seu cliente; só podia ser, não é mesmo?

Circulamos pela orla até a praia de Tambaú, comemos alguma coisa, e voltamos para mais uma boa noite de sono e descanso.




5 comentários:

  1. Fico feliz em vê -los bem. Seus relatos são sempre uma inspiração, sinto me perto de vocês!

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    1. Obrigado Donato. Já estamos em Curitiba e voltamos aos pedais noturnos. Apareça para bater um papo. Tem Bombinhas no final do mês, vamos?

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  2. Minha terceira capital p´ra se viver! Se ás vezes não for a primeira!

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    1. Gostei muito de João Pessoa, Maumau, desde a primeira vez que estive por lá. Grande abraço e obrigado por acompanhar nossas aventuras. Gosto de ver as suas também.

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    2. Ah, talvez faça o CEPIMA 2014. Quer participar? Acho que meados de agosto, começo de setembro.

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