OLINDA A PITIMBU
Tínhamos pensado em seguir direto
pelo litoral, até o estado da Paraíba, mas as informações pedidas foram sempre
desencontradas. Olhando mapas achávamos possível atravessar as barras de rio,
mas precisávamos de transporte de barcos. Existem ou não? Os locais, via de
regra, não sabem dizer. Bom seria encontrar um cicloturista local, esse sim
saberia nos informar. E não é que saindo de Olinda, uns 20 km, já no município
de Maria Farinha, onde há um Parque Aquático muito conhecido, uma camionete nos
parou; era o Rogério, outro amante das bicicletas. Ele disse que não haveria
problemas para seguir até a Paraíba, mas como todos os outros que conversamos,
o caminho seria pela BR 101.
Percebemos que seria difícil
mesmo atravessar os estados pelo litoral; havia pelo caminho a Ilha de
Itamaracá e outra barra de rio, o canal de Santa Cruz. Seguimos até a balsa. Lá
os meninos que fazem a travessia cobrariam mais de cem reais para nos levar a
Itamaracá. Muito caro, ainda mais sem saber se conseguiríamos passar pela outra
barra. De Itamaracá para a BR 101 teríamos que voltar muitos quilômetros. O
custo/benefício para conhecer Itamaracá de bicicleta estava muito alto;
resolvemos atravessar apenas para o lado de Nova Cruz. Dali, alguns quilômetros
(10) e já estávamos na BR. Mais 35 até a cidade de Goiana, onde paramos para
“reabastecimento” num posto de gasolina.
Tínhamos saído com sol de Olinda,
mas o céu estava nublado e aliviou um pouco a temperatura. Na verdade esperamos
a chuva passar para sair. De Goiana até a divisa dos estados foram mais 8 km.
Dali, pegamos a estrada à direita em direção ao destino do dia: Pitimbu. Cidade
à beira mar, já na Paraíba. Foram mais 35 km até lá. No caminho a vila de
Caaporã e Taquara. Nesse trecho furou o pneu traseiro da bicicleta do Rubens. O
meu pneu dianteiro já vinha furado quilômetros atrás, mas eu fui apenas dando
um “gás” para chegar sem precisar mexer. O pneu traseiro meu já havia furado no
trecho antes de chegar a Goiana. No único espaço com sombra da estrada, o
Rubens já nos esperava, acompanhado do Miguel, que viajava pela estrada e não
aguentou parar para conversar, pois também gostava de viajar de bicicleta, mas
estava algum tempo parado por complicações na coluna. Ofereceu seu guaraná em
pó e deu guaraná com chá preto para bebermos ali mesmo. Gentil, seguiu seu
caminho para o trabalho.
Preferimos continuar pela estrada
de asfalto ao invés de passar por Acaú; além de aumentar o percurso, teríamos
que enfrentar perto de 8 km de pavimentação em pedras. Chegamos com chuva em
Pitimbu; ficamos surpresos com tanta chuva num local que raramente chove.
Encontramos uma pequena pousada logo na entrada da vila, e resolvemos ficar por
ali mesmo. Depois descobrimos que não haveria muito opção de hospedagem.
Conseguimos, abaixo de muita chuva, um quiosque na praça para fazer um lanche.
Cedo fomos dormir, depois de pedalar 106 km no dia.
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