ITAREMA – JERICOACOARA
04/09/2013 –
quarta-feira
O começo do dia, e da
pedalada, foi muito tranquilo. Deixamos Itarema para trás e logo cruzamos a
cidade de Acaraú, onde pernoitaríamos, como disse no texto anterior.
Acaraú é
muito agitada, para não dizer bagunçada. O trânsito é caótico, e assim como
Itarema, as pessoas usam muito as motocicletas, porém sem capacete ou cumprir
outros itens de segurança. O semáforo é desprezado. Na saída da cidade há um monumento,
simbolizando um peixe.
Depois dali, também não
muito longe, passamos por Cruz, pequeno lugarejo, charmoso e que possui uma
grande estátua de São Francisco, figura simbólica para a crença nordestina.
Em seguida pegamos o
trevo com sentido a Aranaú, outro pequeno vilarejo, de pescadores, próximo à
praia, que vai dali, no rio do mesmo nome, até Jericoacoara, passando por Preá.
Nesse caminho, ainda no asfalto, a Lizandra e o Neimar ficaram para trás.
Ficamos esperando à sombra de uma grande árvore, onde se encontravam uma
senhora e sua linda filha, a Carol Freitas, que, mesmo tímida, nos deixou
fotografa-la. Sua mãe comentou, ao saber que somos de Curitiba, que tem
parentes em nossa cidade. O Maurício perguntou, em tom de brincadeira, para a
Carol se ela não queria seguir conosco até Curitiba, quando sua mãe
imediatamente disse: - De jeito nenhum. Sua tia já quis levá-la e não deixei.
Ela precisa completar seus estudos.
Os dois logo chegaram,
e explicaram que haviam parado para comer alguns cajus diretamente do pé; que
delícia! Entramos na vila e fomos direto a uma mercearia para comprar algumas
bebidas e água. Antes de partir a Lizandra percebeu que o pneu traseiro da
bicicleta do Maurício estava furado. Prontamente eu e o Heron o ajudamos e não
muito depois tocamos para a praia, cerca de 1 km dali.
Que felicidade! Nunca
vi tanta alegria em tantos marmanjos no mesmo momento. A maré estava
extremamente baixa, com a praia muito larga toda para nós, com vento forte a
favor. Acertamos desta vez, finalmente. A praia é muito linda, e nem as torres
de energia eólica muito próximas da faixa de areia, tiram o brilhantismo do
local. Todos nós estávamos encantados com o lindo momento por qual passávamos.
O riso era frouxo. Fotografamos e filmamos, e 40 km depois, com praias lindas e
desertas, chegamos ao Preá para almoçar; mais peixe fresco para todos. Outra
delícia.
Lá no Preá, pequena
vila de pescadores, que vem crescendo bastante em função do turismo, ainda
tivemos oportunidade de conhecer o Cumurupim, um grande peixe, com 1,60m,
pesando muitos e muitos quilos. O que mais se aproveita dele, por incrível que
possa parecer, são suas escamas, que são usadas como adornos em vários
trabalhos artesanais da região. Ficamos obervando o trabalho difícil da
retirada dessas escamas, feito de forma rústica, com pás de madeira dura. Sua
carne é avermelhada e com muita nervura, de difícil preparo e de gosto
apreciamos mais pelos nativos.
Banho de mar; muita
prosa; boa comida; e o tempo foi passando, e a maré foi subindo. Significado
disso é que já passava das três horas quando resolvemos dar o “ataque” final ao
morro do Serrote, “logo ali”, a apenas 10km dali. Inclusive era totalmente
avistado de onde estávamos.
Mas o perrengue (que
palavrinha muito usada, né?) não demorou para aparecer. A maré encobriu o ponto
da areia mais dura, onde seria possível pedalar. A trilha dos carros era
composta de areia fofa; nem pensar. E lá fomos nós empurrar nos bicicletas
pesadas novamente. E foi por todo o percurso.
Após alguns tombos e
muito cansaço, quatro horas depois chegamos a Jericoacoara. Imaginem o grupo
subindo o morro do Serrote, de noite, com farol ligado, e eu conduzindo a
turma, que por sua vez veio “bufando” atrás de mim (coitada da minha mãezinha
de novo...). Também não acreditavam que eu estava no caminho certo.
Já passava da sete da
noite quando paramos de fronte à Pousada. Ufa! Missão cumprida; ou seria
comprida. Concluída a jornada do dia com 82 km. Jantar e merecido descanso,
porque no dia seguinte, vinha o sossego. Será????
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Ritual de limpeza |
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Mais um corpo estendido no chão... |
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Aranaú |
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Heron |
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Maurício |
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Carmo |
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Sergio |
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Neimar |
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Donato |
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Lizandra |
Eu não to sentindo esse perrengue que vc tanto fala.... pô só comem peixinho fresco, aposto que tomam uma cervejinha a tira colo e aí vão reclamar de andar 10km morro acima!!! Ta loco que povo reclamão!!! kkkkkkk
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