MUNDAÚ – ITAREMA
03/09/2013 –
terça-feira
Pedi para o pessoal
levantar cedo, para partirmos às cinco da madrugada, sempre pensando na maré.
Todos foram obedientes e saímos por volta das cinco e meia, não sem antes tomar
o café, com ingredientes comprados no dia anterior. O Juraci, que havia feito
um preço sem o café da manhã, por causa do horário, gentilmente acordou cedo
também, e preparou um café puro para acompanhar o nosso pão.
Tudo pronto e fomos
para o lado do rio Mundaú, com a expectativa de travessia de balsa. Já no
caminho, após pedir informações dos nativos, já acordados cedinho, descobri que
não poderíamos seguir à beira de uma duna, o que facilitaria a chegada até a
balsa. Pegamos a estrada de piçarra (na verdade era mais um areião). A
geografia do lugar mudou em função dos ventos nas dunas, e fiz o pessoal subir
um morro; corrigido o erro chegamos à balsa.
Veio o perrengue: cadê
o barqueiro? Já havíamos colocado até algumas bicicletas em cima dela. Alguém
pensou alto: - Como essa balsa pesada vai sair desse lodo? É verdade, aquela
não poderia ser a nossa balsa, pois a maré estava muito baixa. Descobrimos com
um carroceiro, que vendia frutas, e iria atravessar também, para suprir o
pequeno povoado à frente, do outro lado, que o barqueiro somente chegaria às
07h00. Isso mesmo. Nosso empenho em levantar cedo foi em vão...
A pequena frustração
não alterou o ânimo do grupo, e mesmo com a vaia que levei, todos seguiram
felizes para o novo destino, que até então era Acaraú.
Passamos pelas belas
praias da Baleia, Inferno, Pracianos, Apiques, Sabiaguaba, até chegarmos a Icaraizinho
de Amontada (este seria nosso local de pernoite do dia anterior. Até ali foram
50 km. Comemos alguns petiscos, incluindo porções de camarão, nos hidratamos e
seguimos viagem.
A aventura agora era a
de atravessar o rio Aracatiaçú. Para isso largamos a areia da praia e seguimos
para uma estrada de piçarra até a localidade de Moitas. Passamos antes por
debaixo das gigantescas hélices brancas da empresa Suzlon, de energia eólica, que
existem aos montes, parecendo uma “plantação de cataventos gigantes”. Chegando
ao rio, logo negociamos a embarcação para a travessia. Pedi para o barqueiro
nos levar até a barra do rio, facilitando nosso retorno às areias, para
continuar a aventura. Pouco tempo depois, voltou com seu motorzinho de proa,
comprido, com uma pequena hélice na ponta e instalou em sua balsa. Lá fomos nós
rio abaixo.
Muito gentil, o
barqueiro desceu junto conosco, e, a pé, nos mostrou o caminho que deveríamos
seguir até a praia. Infelizmente não havia muita chance de pedalar, pois havia
muito lodo do mangue. Foram pelo menos uns 5 km de emburrabike. O sofrimento
foi amenizado por um banho de mar em seguida.
A maré estava subindo e
tivemos que apurar para chegar a Torrões. Lá, atravessamos para o outro lado,
descansamos um pouco e seguimos em frente, agora por asfalto (pista). Cruzamos
Almofala, pequena vila que esteve encoberta pelas dunas durante 48 anos, cuja
capela de Nossa Senhora da Conceição, foi desenterrada naturalmente após esse
período, e está lá soberana, branquinha, na praça do local. Um encanto.
O engraçado foi ver as
turminhas na saída das escolas, que cruzavam conosco, davam risadinhas e
falavam algumas palavras em inglês, tipo “hello”, “thank you”, pensando que éramos
gringos.
Quando passamos por
Itarema, devido ao horário e cansaço de todos, decidimos pernoitar ali mesmo. O
destino previsto era Acaraú, 26 km adiante, e que poderiam ser feitos
sossegados pela manhã seguinte, por asfalto, sem causar “prejuízo” ao programa.
Total do dia: 80 km, de nível difícil.
Não to acreditando nessa parte da capela sair intacta depois de 48 anos!!! Acho que vou ter que ir conferir com meus próprios olhos!!! Será que meu pai topa me levar??? hahaha
ResponderExcluirEstavam deliciosas as mangas que me deram do carroceiro.
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