segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ROTA DAS EMOÇÕES - Mundaú a Itarema



MUNDAÚ – ITAREMA

03/09/2013 – terça-feira

Pedi para o pessoal levantar cedo, para partirmos às cinco da madrugada, sempre pensando na maré. Todos foram obedientes e saímos por volta das cinco e meia, não sem antes tomar o café, com ingredientes comprados no dia anterior. O Juraci, que havia feito um preço sem o café da manhã, por causa do horário, gentilmente acordou cedo também, e preparou um café puro para acompanhar o nosso pão.

Tudo pronto e fomos para o lado do rio Mundaú, com a expectativa de travessia de balsa. Já no caminho, após pedir informações dos nativos, já acordados cedinho, descobri que não poderíamos seguir à beira de uma duna, o que facilitaria a chegada até a balsa. Pegamos a estrada de piçarra (na verdade era mais um areião). A geografia do lugar mudou em função dos ventos nas dunas, e fiz o pessoal subir um morro; corrigido o erro chegamos à balsa.

Veio o perrengue: cadê o barqueiro? Já havíamos colocado até algumas bicicletas em cima dela. Alguém pensou alto: - Como essa balsa pesada vai sair desse lodo? É verdade, aquela não poderia ser a nossa balsa, pois a maré estava muito baixa. Descobrimos com um carroceiro, que vendia frutas, e iria atravessar também, para suprir o pequeno povoado à frente, do outro lado, que o barqueiro somente chegaria às 07h00. Isso mesmo. Nosso empenho em levantar cedo foi em vão...

A pequena frustração não alterou o ânimo do grupo, e mesmo com a vaia que levei, todos seguiram felizes para o novo destino, que até então era Acaraú.
Passamos pelas belas praias da Baleia, Inferno, Pracianos, Apiques, Sabiaguaba, até chegarmos a Icaraizinho de Amontada (este seria nosso local de pernoite do dia anterior. Até ali foram 50 km. Comemos alguns petiscos, incluindo porções de camarão, nos hidratamos e seguimos viagem.

A aventura agora era a de atravessar o rio Aracatiaçú. Para isso largamos a areia da praia e seguimos para uma estrada de piçarra até a localidade de Moitas. Passamos antes por debaixo das gigantescas hélices brancas da empresa Suzlon, de energia eólica, que existem aos montes, parecendo uma “plantação de cataventos gigantes”. Chegando ao rio, logo negociamos a embarcação para a travessia. Pedi para o barqueiro nos levar até a barra do rio, facilitando nosso retorno às areias, para continuar a aventura. Pouco tempo depois, voltou com seu motorzinho de proa, comprido, com uma pequena hélice na ponta e instalou em sua balsa. Lá fomos nós rio abaixo.




Muito gentil, o barqueiro desceu junto conosco, e, a pé, nos mostrou o caminho que deveríamos seguir até a praia. Infelizmente não havia muita chance de pedalar, pois havia muito lodo do mangue. Foram pelo menos uns 5 km de emburrabike. O sofrimento foi amenizado por um banho de mar em seguida.

A maré estava subindo e tivemos que apurar para chegar a Torrões. Lá, atravessamos para o outro lado, descansamos um pouco e seguimos em frente, agora por asfalto (pista). Cruzamos Almofala, pequena vila que esteve encoberta pelas dunas durante 48 anos, cuja capela de Nossa Senhora da Conceição, foi desenterrada naturalmente após esse período, e está lá soberana, branquinha, na praça do local. Um encanto.

O engraçado foi ver as turminhas na saída das escolas, que cruzavam conosco, davam risadinhas e falavam algumas palavras em inglês, tipo “hello”, “thank you”, pensando que éramos gringos.

Quando passamos por Itarema, devido ao horário e cansaço de todos, decidimos pernoitar ali mesmo. O destino previsto era Acaraú, 26 km adiante, e que poderiam ser feitos sossegados pela manhã seguinte, por asfalto, sem causar “prejuízo” ao programa. Total do dia: 80 km, de nível difícil.

Vista de Mundaú




Icaraizinho de Amontada



Rio Aracatiaçú

N.S.Conceição, em Almofala




2 comentários:

  1. Não to acreditando nessa parte da capela sair intacta depois de 48 anos!!! Acho que vou ter que ir conferir com meus próprios olhos!!! Será que meu pai topa me levar??? hahaha

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  2. Estavam deliciosas as mangas que me deram do carroceiro.

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