ALCÂNTARA
17/09/2013 –
terça-feira
Ficamos eu, a Carmo e o
Neimar no Maranhão, para continuar a jornada pela região. Pensei, e cheguei a
planejar a ida até Teresina, de bicicleta, partindo de São Luis. Seriam pelo
menos cinco dias até lá, pedalando pelo sertão quase deserto, com poucas
cidades no caminho, num calor infernal.
Conversei com o
companheiro Neimar sobre o trajeto, e ele topou seguir de acordo com meus
convencimentos. Sugeri, antes, levá-lo a Alcântara, cidade histórica, do outro
lado da baía de São Marcos, mesmo porque nosso voo de retorno a Curitiba estava
previsto apenas para o dia 25, na outra quarta-feira, de Teresina.
Para chegar a Alcântara
pode-se chegar por terra, dirigindo, mas é preciso pegar um ferry boat para tanto, pois a volta por
terra é extremamente longa. Outra forma é a pé, ou de bicicleta, como fizemos
no CEPIMAPA 2010. Basta pegar a balsa no terminal Praia Grande, perto do centro
histórico de São Luis. Por R$ 24,00, você vai e volta em barcos grandes, para
dezenas de pessoas. Há Catamarãs que também fazem a travessia. É preciso
esperar a maré subir para partir de São Luis, pois ela abaixa tanto ali, que é
possível ver o lodo, e os barcos atracados ficam presos nele. Nesse dia a saída
ficou prevista para 07h00, e o retorno para 15h00.
Chegamos ao terminal
meia hora antes do horário previsto. Havíamos deixado o Hotel fazendo o check out, pois decidiríamos o destino
durante o passeio. Pedimos, apenas, para que guardassem nossa bagagem e
bicicletas até o retorno.
A travessia, que leva
em média uma hora, começou sossegada. Foi possível apreciar a vista da linda
cidade de São Luis e suas praias; também observamos uma grande quantidade de
navios ancorados ao largo da entrada da baía, aguardando seu momento para
atracar no porto. Porém logo as coisas mudaram, e o barco passou pelo canal
principal, com ondas mais altas causadas pela forte ação dos ventos. Balançava
muito, e alguns chegaram a pegar seus coletes salva-vidas. A preocupação recaía
novamente à Carmo, lembrando a travessia da baía de São José dois dias antes.
Mas acabou passando bem, e chegamos tranquilos ao outro lado, meia hora além do
previsto.
Desembarcamos no
simples trapiche do Porto do Jacaré, e começamos a caminhada ladeira acima até
a parte principal da vila, onde se encontram os principais pontos turísticos.
É na cidade de
Alcântara que fica o Centro de Lançamento, o CLA, uma base de lançamento de
foguetes da Força Aérea Brasileira. Lá são feitas missões de lançamentos de
satélites e testes com o VLS (veículo lançador de satélites). O local foi
escolhido principalmente pelos fatores abaixo:
·
A proximidade da base com a linha do equador (2 graus e 18 minutos de latitude sul): a velocidade de rotação da Terra na altura do Equador, auxilia o impulso
dos lançadores e assim favorece a economia do propelente utilizado nos foguetes.
·
A disposição da península de Alcântara: permite lançamentos em todos os
tipos de órbita, desde as
equatoriais (em faixas horizontais) às polares (em faixas verticais), e a
segurança das áreas de impacto do mar que foguetes de vários estágios
necessitam ter.
·
A área do Centro: a baixa densidade demográfica possibilita a existência
de diversos sítios para foguetes diferentes.
·
As condições climáticas: o clima estável, o regime de chuvas bem
definido e os ventos em limites aceitáveis tornam possível o lançamento de
foguetes em praticamente todos os meses do ano.
·
A base é considerada uma das melhores do mundo pela sua localização
geográfica, por estar a dois graus da linha do Equador
Infelizmente as coisas
andam um pouco devagar com os testes, provavelmente devido aos altos custos e
também após o acidente no interior da base, onde ocorreram vinte e uma mortes,
no ano de 2003. Não é possível conhecer a base, mas um museu, na cidade, ao
lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, permite conhecer um
pouco de sua história, através de objetos expostos e projeção de filmes.
Visitamos.
Visitamos praticamente
todas as atrações da cidade, incluindo museus, onde foi possível entender um
pouco mais da história da região, a força dos barões do algodão, que souberam
da visita de Dom Pedro II à cidade, e começaram uma “briga” para recebê-lo,
cada qual construindo um casarão mais lindo que o outro, até descobrirem que o
imperador não chegaria até lá, e abandonaram as obras, hoje em ruínas.
“Alcântara é um município do estado brasileiro do Maranhão.Integra
a Região Metropolitana de São Luis. Sua população estimada em 2004 era de 22.165 habitantes. Possui uma área de 1495,6 km².
A zona do atual município era
habitada por índios tupinambás, numa aldeia chamada Tapuitapera. Os franceses
estabeleceram-se aqui no início do século
XVII sendo
expulsos pelos portugueses. A povoação foi elevada a vila de Santo António de Alcântara em 1648 e foi durante o período colonial um
importante centro agrícola e comercial. No século
XIX a cidade
entra num período de decadência.
Fica
também perto desta cidade a ilha
do Cajual, um importante sítio arqueológico do Maranhão. A presença de
fósseis de espécies que também viveram na Áfricapode comprovar que a África e a América
do Sul já foram um só continente. A cidade também é
muito conhecida pelos seus doces
de espécie. A festa do Divino Espírito Santo ("festa do Divino") é
bastante difundida no estado, já que são aproximadamente 15 dias de festa durante
a qual são servidos de graça "licores" e doces.” (fonte: Wikipedia)
Conhecemos igrejas, como
a de Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora das Mercês; Igreja Nossa Senhora dos
Pretos; o campanário da Igreja de Nossa Senhora do Desterro; ruínas da Igreja
Matriz de São Matias (ao lado fica o Pelourinho); casarões antigos, como a
antiga cadeia, e que hoje abriga a Prefeitura Municipal e a Câmara de
Vereadores.
Para quem fica um pouco
mais por lá, pode seguir de barco até as praias desertas, passar por igarapés e
visitar a ilha do Cajual.
No intervalo entre um
monumento e outro, fomos almoçar no restaurante All Cântara Grill, do gaúcho,
um bufet a quilo muito bom e a preço coerente. O gaúcho está cheio de ideias
para receber melhor o turista, e fazer com que fiquem mais tempo na cidade.
Está explorando melhor a região para servir de guia. Jovens locais,
organizados, abordam turistas, e por um trocado os acompanham e contam a
história de cada uma das atrações.
Conversando durante o
almoço, antes do retorno a São Luis, resolvemos voltar para o Hotel, pegar
nossas coisas e algum ônibus na rodoviária, seguindo para o sul do Maranhão.
Ainda em Curitiba,
antes da viagem, fui alertado pelo Helder, nosso funcionário no Cartório, onde sua
esposa possui parentes residentes nesse Estado, da existência de lindas
cachoeiras no sul do Maranhão, mais precisamente em Carolina.
Foi uma correria só.
Deixamos o porto da Praia Grande e seguimos a pé até o Hotel, atravessando a
ponte José Sarney. Pegamos nossas coisas e as bicicletas e rapidamente voltamos
à ponte, já pedalando, passamos pelo pequeno porto novamente e fomos até à
rodoviária. Final da tarde, o sol se pondo, o movimento de carros e ônibus passou
a ser intenso. Depois de 12 km chegamos e fomos procurar um destino. Passava
das 18h00 e após darmos uma olhada no mapa do estado, resolvemos ir até Balsas,
para depois pedalar até Riachão. O ônibus partia às 18h30, então foi só correr
até o embarque, ajeitar as bicicletas no bagageiro e, pronto, bons sonhos.
Obrigado Sergio e Maria do Carmo Riekes por mais esse dia maravilhoso que passamos na cidade histórica de Alcântara.
ResponderExcluirValeu Neimar!!! Obrigado
ResponderExcluirTive conhecimento dessas aventuras de voces... curtindo bastante ler algumas delas! Ciclo abraço
ResponderExcluirsou de são luis - ma
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